STF já condenou 15 réus da trama golpista

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, nesta terça-feira, 21, mais uma fase do julgamento da trama golpista. Os ministros condenaram os sete réus integrantes do chamado "núcleo de desinformação", também conhecido como "núcleo 4".

Segundo os ministros, ficou comprovado que o grupo criou e divulgou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o Poder Judiciário visando gerar instabilidade política e justificar medidas autoritárias. Também foi identificado que os envolvidos atuaram na tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito após o resultado das eleições de 2022.

A Turma ainda destacou o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria sido empregada para produzir fake news e monitorar ilegalmente autoridades.

A Primeira Turma do STF é composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. O ministro Luiz Fux foi o único a divergir até o momento.

Até esta etapa do processo, a Primeira Turma também já condenou os réus do "núcleo 1", que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão por participação na trama golpista e por chefiar uma organização criminosa. Outros sete réus também foram condenados no mesmo pacote.

Confira lista de condenados pela trama golpista:

'Núcleo 01'

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão, por comandar uma tentativa de golpe de Estado.

O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid foi condenado, por unanimidade, a 2 anos de prisão em regime aberto.

O general e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto foi condenado a 26 anos de prisão, em regime inicial fechado, além de 100 dias-multa, no valor de um salário mínimo por dia.

O deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem recebeu pena de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, também em regime fechado. Foi condenado ainda a 50 dias-multa e, por decisão da maioria dos ministros, perdeu o mandato de deputado federal.

O almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier foi condenado a 24 anos de prisão em regime fechado, além de 100 dias-multa.

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres foi condenado a 24 anos de prisão em regime fechado, além de 100 dias-multa.

O general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno recebeu pena de 21 anos de prisão em regime fechado e 84 dias-multa.

O general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado, além de 84 dias-multa.

'Núcleo 04'

Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército, que teria disseminado ataques aos comandantes militares, condenado a 13 anos e 6 meses de pena e ao pagamento de multa de 120 salários mínimos;

Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército, intermediou o contato com o influenciador argentino Fernando Cerimedo, responsável por uma transmissão ao vivo com ataques às urnas, e teria espalhado notícias falsas sobre o processo eleitoral, condenado a 17 anos de pena e ao pagamento de multa de 120 salários mínimos;

Carlos César Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal (IVL), que produziu o relatório usado pelo Partido Liberal para pedir a anulação de votos do segundo turno das eleições de 2022, condenado a 7 anos e 6 meses de reclusão e ao pagamento de 40 salários mínimos;

Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército e ex-servidor da Abin, teria participado da "Abin Paralela", condenado a 14 anos de pena e ao pagamento de multa de 120 salários mínimos;

Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel do Exército, compartilhou publicações falsas sobre fraudes nas urnas, condenado a 13 anos e 6 meses de pena e ao pagamento de multa de 120 salários mínimos;

Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-servidor da Abin, também teria participado da "Abin Paralela", condenado a 14 anos e 6 meses de pena e ao pagamento de multa de 120 salários mínimos;

Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército, teria tentado manipular o relatório do Ministério da Defesa que descartou fraudes nas eleições de 2022 e imprimiu a minuta que previa a criação de um gabinete de crise após o golpe, condenado a 15 anos e 6 meses de pena e ao pagamento de multa de 120 salários mínimos.

O próximo grupo a ser julgado pelo Supremo no processo da trama golpista é o chamado "núcleo 3", composto por nove militares e um agente da Polícia Federal (PF).

Eles são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de atacar o sistema eleitoral e executar ações que criaram condições para uma ruptura institucional, incluindo um suposto plano para assassinar autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes, do STF.

O julgamento do "núcleo 3" da trama golpista, é composto em sua maioria por integrantes do grupo conhecido como "kids pretos" e está marcado para os dias 11, 12, 18 e 19 de novembro.

Réus do "núcleo 3" da trama golpista:

Bernardo Romão Corrêa Netto - coronel do Exército

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira - general da reserva

Fabrício Moreira de Bastos - coronel do Exército

Hélio Ferreira Lima - tenente-coronel do Exército

Márcio Nunes de Resende Jr. - coronel do Exército

Rafael Martins de Oliveira - tenente-coronel do Exército

Rodrigo Bezerra de Azevedo - tenente-coronel do Exército

Ronald Ferreira de Araújo Jr. - tenente-coronel do Exército

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros - tenente-coronel do Exército

Wladimir Matos Soares - agente da Polícia Federal

Já o julgamento do "núcleo 2" está agendado para os dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro. Esse grupo é formado por seis réus acusados de organizar ações para sustentar a tentativa de permanência ilegítima de Jair Bolsonaro no poder, após as eleições de 2022.

Eles respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.

Réus do "núcleo 2" da trama golpista:

Filipe Martins - ex-assessor de assuntos internacionais de Jair Bolsonaro

Marcelo Câmara - ex-assessor do ex-presidente

Silvinei Vasques - ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal

Mário Fernandes - general do Exército

Marília de Alencar - ex-subsecretária de Segurança Pública do Distrito Federal

Fernando de Sousa Oliveira - ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do DF

Em outra categoria

Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos, concluiu nesta segunda-feira, 20, o tratamento de radioterapia contra um câncer de próstata. O democrata, de 82 anos, que desistiu de sua candidatura à reeleição em 2024 por motivos de saúde, revelou em maio ter sido diagnosticado com uma forma considerada "agressiva" da doença.

Ashley Biden, filha do ex-presidente, divulgou em seu perfil no Instagram uma foto do pai tocando um sino, gesto tradicional entre pacientes que finalizam o tratamento oncológico. "Papai tem sido muito corajoso durante todo o tratamento. Grata. Obrigado aos incríveis médicos, enfermeiros e equipe da Penn Medicine. Somos muito gratos!", escreveu.

De acordo com informações médicas, o câncer de Biden foi classificado como grau 9 na escala de Gleason, com metástases ósseas. O tratamento foi realizado na Clínica de Rádio-Oncologia da Universidade da Pensilvânia. Em comunicado anterior, a equipe médica explicou que, apesar de agressiva, a doença "parece ser sensível a hormônios, o que permite um tratamento eficaz".

Em setembro, Biden também passou por uma cirurgia de Mohs para retirar lesões de câncer de pele na testa. Há dois anos, ainda durante o mandato, ele já havia removido um carcinoma basocelular, um tipo comum de câncer de pele, do peito.

No próximo domingo, 26, Biden participará de um evento no Instituto Edward M. Kennedy, em Boston, onde será homenageado com o Prêmio de Realização Vitalícia, que celebra a trajetória do ex-presidente no serviço público e sua liderança política ao longo de mais de cinco décadas. A cerimônia também marca o 10º aniversário do instituto.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que somente se encontrará com líderes democratas do Congresso se as atividades do governo federal forem retomadas. "O governo precisa reabrir para esse encontro acontecer. Eles não estão negociando sobre o orçamento, estão tentando recuperar as coisas que perderam na negociação anterior", disse, em comentários a repórteres no Salão Oval da Casa Branca nesta terça-feira, 21.

Mais cedo, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou ter entrado em contato com Trump para agendar uma reunião com o objetivo de discutir o impasse orçamentário. Aos repórteres, o presidente insinuou que a reputação do senador democrata "provavelmente está acabada".

Trump ainda falou brevemente sobre as eleições municipais de Nova York, onde o democrata Zohran Mamdani lidera pesquisas de intenção de voto. "Parece que teremos um prefeito comunista em Nova York, mas isso nunca funcionou na história. E ele precisa passar pela Casa Branca primeiro, tudo passa", afirmou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a expressar confiança de que conseguirá um acordo de cessar-fogo para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia, em comentários a repórteres no Salão Oval da Casa Branca nesta terça-feira, 21. O republicano afirmou que os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, querem "terminar o conflito". "E acho que terminará", acrescentou.

Ao ser questionado, Trump disse que ainda não definiu quando será seu encontro com Putin, afirmando que não quer ter uma "reunião desperdiçada".

O presidente americano negou ter intenção de aplicar restrições adicionais contra a Índia, que, segundo ele, não comprará mais petróleo russo. "Estamos trabalhando em grandes acordos com a Índia", afirmou, sem revelar detalhes. "Tenho ótima relação com o primeiro-ministro Narendra Modi".

Em relação a Pequim, Trump evitou responder diretamente se aplicaria sanções adicionais sobre a compra de petróleo russo. "Bom, a China terá tarifa de aproximadamente 155% a partir de 1º de novembro, mas isso não é sustentável para eles", disse, sinalizando que as negociações sobre comércio em geral continuam em andamento.

O presidente também repetiu que espera uma grande receita das tarifas americanas, capaz de reduzir o nível da dívida dos EUA.