Expulso do Patriota, Fernando Holiday tem 'portas abertas' para se filiar ao novo

Política
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Expulso do Patriota, o vereador paulistano Fernando Holiday tem portas abertas no partido Novo e informou que já estuda uma possível filiação à sigla. Ele chegou a ser convidado publicamente na sessão de terça, 6, da Câmara Municipal de São Paulo, pela vereadora Janaína Lima, líder do partido na Casa. Ela afirmou que Holiday tem "portas abertas" no Novo.

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, diz ver grande alinhamento entre Holiday e seu partido, e espera um retorno positivo do convite. "Holiday tem uma excelente atuação e seria um ótimo quadro para o partido".

O convite do Novo a Holiday, um crítico do governo Jair Bolsonaro, acontece em um momento em que a sigla se vê perdida em disputas internas quanto à posição do partido em relação ao governo. Uma diretriz partidária anunciada no mês passado definiu o partido como oposição ao governo, mas as divergências políticas continuam presentes. Os conflitos afetaram o Novo nas eleições 2020 - foram 29 vereadores eleitos e um prefeito, resultado considerado aquém das expectativas - e ainda devem ter repercussão em 2022.

Patriota e MBL

Holiday foi reeleito com a quinta maior votação de São Paulo em 2020 numa eleição em que o Patriota abriu as portas para integrantes do MBL, movimento pelo qual o vereador ficou conhecido. Além dele, também foi eleito vereador o advogado Rubinho Nunes. O deputado estadual Arthur do Val - Mamãe Falei foi candidato a prefeito de São Paulo, mas terminou o primeiro turno em quinto lugar. Liderança do movimento, Renato Battista assumiu o diretório municipal da sigla. Em janeiro deste ano, Holiday saiu do MBL afirmando que o movimento não era comprometido com a causa LBGT e o combate ao aborto.

Ao deixar o Patriota, Holiday também saiu "atirando". Afirmou que sua expulsão indica um movimento do partido para se aliar ao bolsonarismo em 2022. "Como defensor de uma direita independente e um dos maiores críticos desse governo, seria igualmente penoso me manter na mesma legenda daqueles que destroem o País". O vereador credita sua expulsão por críticas que fez ao apoio do Patriota à candidatura de Arthur Lira (PP-AL) na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.

Questionado sobre a possível aproximação do partido ao bolsonarismo e se a expulsão de Holiday poderia significar também a saída de outros críticos do governo, Arthur afirmou: "Isso é 100% fofoca". Rubinho disse estar comprometido com seus valores e que mantém linha de atuação independente. Ambos também são críticos de Bolsonaro. O diretório municipal do Patriota em São Paulo não respondeu à reportagem.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que o aumento nos gastos com defesa é um compromisso que ele assumiu "há muito tempo" e que a decisão foi apenas antecipada, em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 25.

O premiê disse concordar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que é preciso "aprender com a Ucrânia e fazer mais pela defesa".

Na ocasião, Starmer ressaltou que o apoio dos britânicos aos ucranianos acontecerá "pelo tempo que for necessário", já que se trata também sobre a soberania e segurança da Europa e do Reino Unido.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira, 25, que, além da reforma da governança global, a presidência brasileira do Brics se concentrará em duas áreas principais: a Cooperação Global do Sul e a parceria do bloco para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. A Saúde estará no centro dos debates durante a presidência rotativa brasileira, como já tinha antecipado o embaixador Mauricio Lyrio, sherpa do País no grupo.

Vieira fez a declaração durante pronunciamento em inglês a sherpas dos 11 membros do Brics, que se reúnem hoje e amanhã em Brasília, conforme áudio obtido pelo Estadão/Broadcast. Os sherpas são os negociadores dos membros do bloco. "Organizaremos nosso trabalho em torno de seis prioridades: Cooperação Global em Saúde, Comércio, Investimento e Finanças, Combate às Mudanças Climáticas, Governança de Inteligência Artificial, Reforma do Sistema Multilateral de Paz e Segurança e Desenvolvimento Institucional do Brics".

O embaixador salientou que a pandemia de covid-19 expôs graves desigualdades no acesso a vacinas, tratamentos e suprimentos médicos essenciais e ressaltou a necessidade urgente de uma arquitetura de saúde global mais coordenada, resiliente e inclusiva, que atenda a todas as nações, e não apenas a um campo privilegiado. "O status econômico não deve ditar o acesso à assistência médica. Não podemos aceitar uma hierarquia internacional de doenças e tratamentos. O Brics deve liderar esforços para enfrentar doenças tropicais socialmente determinadas e negligenciadas e outros desafios de saúde que afetam desproporcionalmente o Sul Global", argumentou.

Por isso, de acordo com o chanceler, o bloco precisa defender uma agenda de saúde global que priorize as necessidades das nações em desenvolvimento e fortaleça o Sistema Nacional de Saúde. "À medida que navegamos pelas transformações do século 21, a inteligência artificial apresenta imensas oportunidades e riscos profundos. A IA tem o potencial de transformar drasticamente setores, da saúde à educação", pontuou.

No entanto, segundo ele, sem uma governança adequada, essa modernidade também apresenta desafios éticos, econômicos e de segurança. "A governança global da IA deve ser inclusiva e democrática e contribuir para o desenvolvimento econômico. Ela não pode ser ditada por um punhado de atores enquanto o resto do mundo é forçado a se adaptar a regras as quais não tiveram papel em sua formação."

O Brics, continuou Vieira, deve defender uma abordagem multilateral que garanta que o desenvolvimento da inteligência artificial seja ético, transparente e alinhado com o interesse coletivo da humanidade. "Nossa colaboração deve se concentrar em promover a pesquisa em inteligência artificial, abordar o viés do algoritmo, proteger a privacidade dos dados, mitigar os riscos de segurança cibernética e gerenciar os impactos socioeconômicos da automação", citou.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, alertou nesta terça-feira, 25, que a Ordem Internacional construída após a Segunda Guerra Mundial se baseou em duas grandes promessas: um sistema de segurança coletiva centrado nas Nações Unidas e a visão de prosperidade por meio de um sistema de comércio multilateral baseado em regras. "Hoje, as limitações dessas promessas são cada vez mais evidentes", afirmou durante pronunciamento em inglês a sherpas dos 11 membros do Brics, que se reúnem hoje e amanhã em Brasília, conforme áudio obtido pelo Estadão/Broadcast. Os sherpas são os negociadores de cada um dos membros do bloco.

Em segurança, conforme o chanceler, vê-se atualmente uma série de problemas, como crise humanitária, conflitos armados, deslocamento forçado, alimentos e segurança e instabilidade política. "No centro da nossa discussão hoje e amanhã está o imperativo de redefinir a governança global de uma forma que reflita as realidades do século XXI", avisou. Ele acrescentou que a instituição mundial deve evoluir para acomodar perspectivas diversas, garantindo que as nações em desenvolvimento não sejam "participantes passivas, mas arquitetas ativas do futuro".

Sem citar os Estados Unidos em nenhum momento e nem o presidente Donald Trump, Vieira salientou que o Brics representa uma nova visão para a governança global, que prioriza a inclusão, a justiça e a cooperação em vez de hegemonia, injustiça, desigualdade e unilateralismo. "As necessidades humanitárias estão crescendo, mas a resposta internacional continua fragmentada e, às vezes, insuficiente. Se quisermos enfrentar esses desafios, devemos defender uma reforma abrangente da arquitetura de segurança global, que reflita as realidades contemporâneas e defenda nossa responsabilidade moral compartilhada de agir", pontuou.

Para o embaixador, o Brics deve defender uma abordagem multilateral para a resolução de conflitos, enfatizando a diplomacia, a mediação, a prevenção de conflitos e o desenvolvimento sustentável. "Também devemos pressionar por um sistema humanitário que não esteja sujeito a pressões políticas, que seja neutro e verdadeiramente universal, garantindo que a ajuda chegue àqueles que precisam."