Vereadora que denunciou gesto nazista em ato golpista pode ser cassada em SC

Política
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Câmara Municipal de São Miguel do Oeste vota hoje a cassação do mandato da parlamentar que denunciou suposto gesto nazista durante manifestação em novembro

A vereadora Maria Tereza Capra (PT) de São Miguel do Oeste, cidade catarinense que fica próxima da fronteira com a Argentina, terá seu futuro político decidido nesta sexta-feira, 3. Os treze vereadores do município vão votar pela cassação ou não do mandato da parlamentar que denunciou manifestação com suposto gesto nazista feita por diversos participantes ocorrida em 02 de novembro em frente a uma base do exército. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), formada por três vereadores, emitiu parecer pela cassação de Maria Tereza. O início da sessão está marcado para 18h e é necessária maioria absoluta para que o mandato da vereadora seja cassada, ou seja, nove votos.

A parlamentar ficou 90 dias hospedada em casa de familiares em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, após ter sido ameaçada pelas redes sociais. "Os ânimos foram se amenizando com o passar do tempo, após vereadores e empresários da cidade passarem a ser investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por incitar e participar de movimentos golpistas, especialmente após o que ocorreu em Brasília no dia 08 de janeiro", detalhou Maria Tereza.

Ainda segundo a parlamentar, o sentimento é que ela deve perder o mandato de vereadora. "Os meus colegas têm votado tudo em bloco e muitos deles já se manifestaram que são a favor da cassação, nem mesmo participar das comissões eu tenho direito", relatou a parlamentar.

De acordo o presidente da CPI, Carlos Roberto Agostini (MDB), os cidadãos de São Miguel do Oeste se sentiram traídos pela vereadora. "Nós somos um município formado por diversas etnias, por isso não concordamos com o posicionamento dela, que em nenhum momento voltou atrás ou se arrependeu de ter acusado os cidadãos de São Miguel do Oeste de nazistas", opinou Agostini.

A cidade vive um clima tenso e a parlamentar foi informada que durante a sessão extraordinária que haverá segurança privada e a presença da Polícia Militar. "Ainda não sei como vou ser recepcionada na cidade" mencionou Maria Tereza com preocupação. Ela avalia que após a repercussão negativa, muitos negaram que tenha sido uma saudação nazista, mas que para ela está claro o que aconteceu. Em especial por que alguns meses antes a polícia encontrou artefatos nazistas na cidade durante uma prisão. Diante de uma possível cassação que se desenha entre os pares, a vereadora deve se reunir com o seu corpo jurídico para avaliar as medidas jurídicas possíveis.

Como mostrou o Estadão, em dezembro a Justiça de Santa Catarina confirmou o arquivamento da investigação sobre o caso, e concluiu que não houve apologia ao nazismo no protesto organizado no município. O Ministério Público em Santa Catarina (MP-SC) encerrou a apuração sem oferecer denúncia. O órgão analisou vídeos e fotos da manifestação, ouviu 12 testemunhas e fez estudos sobre ritos religiosos e atos cívicos. A Promotoria não divulgou os nomes dos investigados.

O protesto aconteceu no dia 2 de novembro em frente à base do Exército na cidade. Na ocasião, os manifestantes inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) levantaram as mãos durante a execução do hino nacional, em um gesto semelhante ao "Sieg heil" - "Viva à vitória", em alemão - usada pelo partido nazista nos anos 30.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.

Um incêndio atingiu um hotel em Calcutá, na Índia, matando pelo menos 15 pessoas, informou a polícia local nesta quarta-feira, 30. "Várias pessoas foram resgatadas dos quartos e do telhado do hotel", disse o chefe de polícia de Calcutá, Manoj Verma.

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A agência Press Trust of India, que gravou imagens das chamas, relatou que "várias pessoas foram vistas tentando escapar pelas janelas do prédio". O jornal The Telegraph, de Calcutá, noticiou que pelo menos uma pessoa morreu ao pular do terraço tentando escapar.

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Incêndios são comuns no país

Incêndios são comuns na Índia devido à falta de equipamentos de combate às chamas e desrespeito às normas de segurança. Ativistas dizem que empreiteiros muitas vezes ignoram medidas de segurança para economizar e acusam as autoridades municipais de negligência.

Em 2022, pelo menos 27 pessoas morreram quando um grande incêndio atingiu um prédio comercial de quatro andares em Nova Délhi. (Com agências internacionais).