A 'vida real' do plenário virtual em SP: erro no voto, confusão e gritaria

Política
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"Pela ordem" é a expressão usada por parlamentares para pedir a palavra durante uma sessão plenária. Na Câmara Municipal de São Paulo, antes da pandemia, faziam isso no microfone, em fila, com certa ordem. Na quarta-feira passada, no entanto, durante a sessão virtual - numa sala do programa Microsoft Teams -, gritos assim ecoaram, quase em uníssono, logo após a abertura da sessão. O caos seguiu... Quem falou? Quem pediu a palavra primeiro?

Situações tão confusas quanto essa viraram rotina no Legislativo paulistano desde que as reuniões se tornaram virtuais. Mais do que gafes ou episódios hilários, o "novo normal" da Câmara já resultou em queixas de votos computados errados, debates bloqueados e dúvidas sobre o quórum das sessões.

Mas a "vida real" do plenário virtual não é apenas de dissabores. A direção da Câmara e a base governista veem no formato a ampliação da participação popular, sobretudo em audiências públicas, e mais transparência. Ser parlamentar de oposição, porém, ficou mais difícil. Obstruir votações, por exemplo, é mais complicado, assim como negociar detalhes de projetos sem reuniões presenciais.

O tumulto é maior nas votações. Os vereadores anunciam sua posição no microfone e a escrevem no chat. No mês passado, a vereadora Cris Monteiro (Novo) tinha dúvidas sobre determinado projeto e preferiu não votar. Mas seu posicionamento acabou registrado como contrário ao texto. "Quando reclamei, foi feita a retificação. Não houve má fé. Foi a confusão das sessões online." Em seu primeiro mandato, ela notou que colegas resistiram a migrar para o ambiente digital. "Microfones ficavam abertos, e você não sabia se falava pelo chat ou verbalmente."

Vereadores de oposição reclamam que manobras para barrar votações, previstas no regimento interno, ficaram mais complicadas. Não é possível ficar pedindo verificação de quórum, porque todos, a rigor, estão lá (mesmo sem câmera e microfone ligados). "A votação não poderia ser pelo chat. Teria de ser o vereador se manifestando pelo vídeo ou áudio pelo menos. Algum assessor pode votar no lugar vereador. Mas perdi essa briga", disse Antonio Donato (PT). "Tem coisas, como inverter itens da pauta, que não dá para fazer no ambiente virtual", afirmou o vereador Toninho Véspoli (PSOL).

Certa vez, Eduardo Suplicy (PT) entrou na sala virtual e os técnicos registraram sua presença. Mas ele ainda estava se inteirando dos temas e daria quórum à sessão, o que não seria interessante politicamente na hora. O vereador mais votado da cidade teve de dizer, no microfone, que ainda não estava lá.

O presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), reconhece que pode haver momentos confusos. "Por isso, aumentamos o tempo da votação de três para cinco minutos. Assim, todos conseguem votar e me avisar se tiver problemas". Nas sessões virtuais, só alguns membros da Mesa Diretora permanecem no plenário real. Os vereadores ficam onde quiserem. Às vezes, estão no carro, no supermercado, na rua.

Até vereadores governistas reclamam. "É desgastante. Falta o olho no olho", disse Camilo Cristófaro (PSB). Fabio Riva (PSDB), líder do governo, destaca o "lado bom": "Tivemos 4.000 pessoas vendo uma reunião. Nunca houve essa audiência na Câmara". Assim como toda a cidade diante da pandemia, o parlamento tenta se adaptar. "Não gosto, mas não tem jeito", resumiu Cristófaro, resignado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Há 62 anos, Audrey Backeberg desapareceu de uma pequena cidade no centro-sul de Wisconsin, nos Estados Unidos, após supostamente pegar carona com a babá da família e embarcar em um ônibus para Indianápolis. Ninguém jamais soube para onde ela foi ou o que havia acontecido com ela.

Tudo isso mudou na semana passada, quando Audrey foi encontrada viva e em segurança em outro Estado, graças ao olhar atento de um novo detetive que assumiu o caso em fevereiro.

O detetive Isaac Hanson descobriu um registro de prisão fora do Estado que correspondia a Audrey Backeberg, o que desencadeou uma série de investigações que levaram à sua localização.

Acontece que Audrey escolheu sair da cidade de Reedsburg por vontade própria - provavelmente devido a um marido abusivo, segundo Hanson.

"Ela está feliz, segura e protegida; e basicamente viveu discretamente durante todo esse tempo", disse ele.

Hanson foi designado para o caso no final de fevereiro e, após encontrar o registro de prisão, ele e outros oficiais se reuniram com a família de Backeberg para ver se tinham alguma ligação com aquela região. Eles também investigaram a conta da irmã de Backeberg no Ancestry.com, acessando registros de censo, obituários e certidões de casamento daquela área.

Em cerca de dois meses, encontraram um endereço onde vivia uma mulher que, segundo Hanson, apresentava muitas semelhanças com Backeberg, incluindo data de nascimento e número da previdência social. Hanson conseguiu que um policial da região fosse até o endereço. Dez minutos depois, Backeberg, agora com mais de 80 anos, ligou para ele.

"Aconteceu tão rápido", contou. "Eu esperava que o policial me ligasse de volta dizendo: 'Ninguém atendeu à porta'. E achei que fosse o policial me ligando, mas na verdade era ela. E para ser sincero, foi uma conversa bem casual. Eu percebi que ela obviamente tinha seus motivos para ter ido embora."

A maior parte das informações obtidas nessa ligação não foi compartilhada por Hanson, que explicou que ainda é importante para Backeberg manter sua privacidade.

"Acho que ela ficou muito emocionada, claro, com tudo aquilo - ver um policial batendo à porta, relembrar tudo o que aconteceu e reviver 62 anos em 45 minutos", disse ele.

'Ela é quem decide'

Hanson descreveu o fato de encontrá-la viva após mais de seis décadas como algo praticamente inédito. E embora não saiba se ela irá retomar contato com a família, afirmou estar satisfeito por ela ter agora essa possibilidade.

"Há familiares morando aqui, então ela tem meu número caso queira entrar em contato ou precise de algo, como o telefone de parentes daqui", disse ele. "No fim das contas, ela é quem decide", finalizou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 6, que "está ansioso" para se encontrar com o novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, mas criticou duramente a relação econômica entre os dois países. "Não consigo entender uma simples VERDADE - Por que os EUA estão subsidiando o Canadá em US$ 200 bilhões por ano, além de dar a eles PROTEÇÃO MILITAR GRATUITA e muitas outras coisas?", questionou em publicação na Truth Social.

Trump ainda listou uma série de produtos canadenses que, em sua visão, os EUA não precisariam importar: "Não precisamos de seus carros, não precisamos de sua energia, não precisamos de sua madeira, não precisamos de NADA do que eles têm, exceto de sua amizade, que espero que sempre mantenhamos". Em contrapartida, afirmou que o Canadá "precisa de TUDO de nós".

A publicação foi feita na iminência de um encontro entre o republicano e Carney na Casa Branca. A reunião, segundo Trump, deve ser marcada por essa discussão: "O primeiro-ministro chegará em breve, e essa será, muito provavelmente, minha única pergunta de consequência".

O líder conservador do partido CDU da Alemanha, Friedrich Merz, conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na segunda rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz perdeu na primeira votação e havia dúvidas sobre a capacidade do líder alemão vencer a nova votação ainda hoje, depois da derrota histórica desta manhã.

Merz recebeu 325 votos no segundo turno. Ele precisava de uma maioria de 316 dos 630 votos em votação secreta, mas recebeu apenas 310 votos no primeiro turno - bem abaixo das 328 cadeiras de sua coalizão.

Segundo a Presidente do Bundestag, Julia Klöckner, a cerimônia de nomeação do conservador deve ocorrer ainda nesta tarde, por volta das 17h (horário local).

*Com informações da Associated Press.