Guedes, sobre comentário a respeito da China: Hoje usei uma imagem infeliz

Política
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Após dizer que "o chinês" criou a covid-19 e ainda produziu vacinas de eficácia mais baixa do que aquelas desenvolvidas por farmacêuticas dos Estados Unidos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma retratação pública e disse que foi "infeliz" em sua declaração. Ele ressaltou que foi vacinado com a Coronavac (desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac) e disse que o ministro de Relações Exteriores, Carlos Alberto França, vai fazer contato com a embaixada chinesa para desfazer o que, segundo Guedes, foi um "mal entendido".

O ministro deu a declaração polêmica em uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu) realizada na manhã desta terça-feira, 27. Ele não sabia que estava sendo gravado. A fala ecoa uma teoria bolsonarista sem comprovação, mas difundida nas redes sociais, de que a China desenvolveu o vírus da covid-19 em laboratório com interesses econômicos.

"O chinês inventou o vírus e a vacina dele é menos efetiva que a do americano. O americano tem 100 anos de investimento em pesquisa. Os caras falam: qual é o vírus? É esse? Tá bom. Decodifica. Tá aqui a vacina da Pfizer. É melhor que as outras. Então vamos acreditar no setor privado", disse o ministro da Economia.

Mais tarde, ao falar à imprensa para anunciar mudanças em sua equipe, Guedes aproveitou para se retratar. "Hoje usei uma imagem infeliz", afirmou o ministro, que argumentou estar falando sobre "como é importante que setor privado colabore no combate à pandemia". "É uma imagem que não tinha nenhum objetivo (de ofender)", acrescentou.

Segundo Guedes, é sabido que o vírus veio de uma região da China - os primeiros casos foram detectados em Wuhan, ainda no fim de 2019 - e, portanto, a população já havia sido exposta à doença. "Foi nesse sentido que eu disse, um vírus que vem de fora e atinge economia de mercado", disse. "Quis mostrar a importância do setor privado, de como consegue produzir respostas."

O ministro disse ser "grato" à China por ter enviado a vacina ao Brasil e ressaltou que foi imunizado com a Coronavac. Ele tomou a primeira dose em 27 de março, e a segunda, no último domingo (25). "Somos muito gratos à China por ter enviado a vacina."

Após as declarações de Guedes na reunião do Consu, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, apontou que seu país é o principal fornecedor de imunizantes e insumos ao governo brasileiro. Sem citar o ministro, o diplomata escreveu em sua conta no Twitter que as vacinas e os ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs) produzidos na China respondem por 95% do total recebido pelo Brasil.

Diante do potencial impacto nas relações entre os países, o ministro da Economia informou que foi avisado por Bolsonaro que França entraria em contato com chineses para "tirar mal entendido".

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Os membros do Partido Liberal do Canadá irão escolher neste domingo, 9, o novo líder que atuará como sucessor do primeiro-ministro Justin Trudeau. Mark Carney, ex-presidente do banco central da Inglaterra e também do BC do Canadá, é cotado como o favorito à liderança.

Ele publicou em seu site oficial um comunicado no qual compara as atitudes de Trump às de um "valentão" em meio à imposição de tarifas comercias.

"Não ficaremos parados enquanto tarifas ilegais dos EUA prejudicam nossos trabalhadores e suas famílias. Como canadenses, precisamos enfrentar esse desafio como uma equipe unida", disse Carney no comunicado.

Ele defendeu que, no médio prazo, se não for mais possível "contar com os vizinhos americanos", o Canadá deve diversificar suas relações comerciais.

De acordo com o jornal canadense The Globe and Mail, outros três candidatos podem chegar a rivalizar com Carney: Chrystia Freeland, ex-ministra das Finanças e vice- primeira-ministra; Karina Gould, que foi líder da Câmara; e o ex-deputado Frank Baylis.

Espera-se que o novo líder do Partido Liberal convoque uma eleição geral assim que assumir o cargo.

O prazo para o novo pleito é 20 de outubro deste ano. Porém, opositores podem demandar que o processo seja realizado antes.

O presidente interino da Síria, Ahmad Sharaa, fez um pedido por "unidade nacional" e "paz civil" no terceiro dia de confronto entre as forças de segurança do país e os apoiadores do presidente deposto Bashar al-Assad. O conflito interno já deixa mais de mil mortos, a maioria de alauítas, minoria étnico-religiosa apoiadora de Assad.

"O que está acontecendo no país são desafios que eram previsíveis", declarou Sharaa durante discurso em uma mesquita de Damasco.

O atual presidente liderou a coalizão islâmica que derrubou Assad.

Os alauítas são uma minoria xiita que apoiava o ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro.

O grupo que assumiu o poder é sunita e é acusado de promover uma "limpeza étnica sistemática".

Sharaa continuou afirmando que "temos de preservar a unidade nacional, a paz civil, tanto quanto possível e, se Deus quiser, seremos capazes de viver juntos neste país".

Fontes de segurança sírias informaram que pelo menos 200 de seus membros foram mortos nos confrontos com ex-militares leais a Assad, após ataques coordenados e emboscadas contra suas forças na última quinta-feira.

Os ataques escalaram para atos de vingança quando milhares de apoiadores armados dos novos governantes da Síria, vindos de todo o país, foram para as áreas costeiras para apoiar as forças da nova administração.

As autoridades atribuíram execuções sumárias de dezenas de jovens e ataques letais a residências em vilarejos e cidades habitadas pela antiga minoria governante da Síria a milícias armadas indisciplinadas, que foram ajudar as forças de segurança e há muito culpam os apoiadores de Assad por crimes passados.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um monitor de guerra baseado no Reino Unido, afirmou no sábado que os dois dias de combates na região costeira do Mediterrâneo representaram alguns dos episódios de violência mais graves em anos no conflito civil que já dura 13 anos.

Os confrontos continuaram durante a noite em várias cidades, onde grupos armados dispararam contra as forças de segurança e emboscaram veículos em rodovias que levam às principais cidades da região costeira, disse uma fonte de segurança síria à Reuters neste domingo, 9.

Assassinatos em massa

Organizações de direitos humanos denunciaram o assassinato de centenas de civis da minoria alauíta pelas forças de segurança do novo governo da Síria.

A Federação de Alauítas na Europa diz que há "limpeza étnica sistemática" na região.

Segundo o governo sírio, o Exército fazia uma operação na região de Latakia, quando teria sido atacado.

Ainda segundo o governo sírio, a ofensiva seria um levante de forças ligadas ao antigo regime do ditador Bashar Assad.

Os alauítas negam essa versão do governo, dizendo que têm sido alvo de perseguição dos sunitas radicais que tomaram o poder em dezembro passado e que são vistos por esses radicais como "hereges".

A Síria é majoritariamente sunita, mas foi governado por cinco décadas pela família Assad, que segue a linha Alauita.

Bashar al-Assad ficou no poder por 24 anos até ser deposto por integrantes do HTS, um dos grupos que lutavam na longa guerra civil do país.

Na sexta, Sharaa, disse: "Vamos continuar a perseguir os remanescentes do regime que querem continuar a opressão e tirania, aqueles que cometeram crimes contra a população e ameaçam a segurança e a paz. Eles serão submetidos a julgamento."

Quem governa a Síria?

O grupo Hayat Tahrir al-Sham, cujo nome significa Organização para a Libertação do Levante, foi a principal milícia rebelde à frente da ofensiva que derrubou rapidamente o ex-presidente Bashar Assad. Agora, a organização está liderando um processo de transição para um novo governo sírio.

O líder rebelde Mohammed al-Bashir, afiliado ao Hayat Tahrir al-Sham, foi nomeado primeiro-ministro interino até 1.º de março. Ele serviu anteriormente como chefe do governo de em Idlib, um território controlado pelos rebeldes no noroeste.

O histórico do Hayat Tahrir al-Sham em Idlib pode oferecer algumas pistas sobre como o grupo deverá controlar um território muito maior. A organização manteve uma força de segurança interna robusta para confrontar outras facções militares e críticos internos, provocando protestos regulares contra seus métodos autoritários e as duras condições em suas prisões.

É uma questão em aberto se esses rebeldes conseguirão ampliar para a maior parte da Síria o que conquistaram em Idlib, uma região agrária pobre, com uma população relativamente pequena.

A aliança afirmou que concederá anistia a funcionários do governo e soldados de escalão inferior, mas prometeu caçar e punir altos funcionários do regime anterior envolvidos em torturas e outros abusos.

"Não vamos deixar de responsabilizar criminosos, assassinos, autoridades de segurança e militares envolvidos na tortura do povo sírio", disse Al-Shara, o líder do movimento rebelde, que era conhecido anteriormente pelo nome de guerra Abu Mohammad al-Jolani.

A Hayat Tahrir al-Sham foi afiliada da Al-Qaeda e rompeu com a rede terrorista internacional anos atrás, passando a dominar Idlib, o último reduto da oposição da Síria durante a guerra civil de 13 anos.

Quais são as facções internas na Síria?

Além da Hayat Tahrir al-Sham, há vários grupos armados importantes na Síria e muitas organizações menores.

Forças Democráticas da Síria

Forças da minoria étnica curda da Síria, que compõe cerca de 10% da população, tornaram-se o principal parceiro local dos EUA na luta contra o Estado Islâmico no país, sob a bandeira das Forças Democráticas da Síria.

Depois que o Estado Islâmico foi amplamente derrotado em 2019, forças lideradas pelos curdos consolidaram o controle sobre as cidades no nordeste, expandindo uma região autônoma que haviam já erguido. Mas os combatentes curdos ainda tiveram que lidar com um inimigo de longa data, a Turquia, que os considera ligados aos insurgentes separatistas curdos presentes na Turquia.

Exército Nacional Sírio

Este grupo guarda-chuva, que inclui dezenas de organizações com diferentes convicções, recebe financiamento e armas da Turquia, que há muito tempo se concentra em expandir uma zona de proteção ao longo de sua fronteira com a Síria para se proteger de atividades de militantes curdos.

A Turquia quer criar uma área onde seja capaz de reassentar alguns dos 3 milhões de refugiados que fugiram da guerra síria e vivem dentro de suas fronteiras. Mas Ancara teve dificuldades para harmonizar os grupos desorganizados que compõem o Exército Nacional Sírio.

O grupo é composto em grande parte pela escória da guerra civil síria, incluindo muitos combatentes considerados criminosos pelos EUA. Alguns receberam treinamento dos americanos no início da guerra, mas a maioria foi descartada por ser extremista ou cometer crimes. A maior parte não tem nenhuma ideologia clara, apelando para Turquia em busca de um salário de cerca de US$ 100 por mês quando o grupo foi formado.

A milícia drusa

A minoria drusa da Síria está concentrada em Sweida, no sudoeste do país. Esta semana, os combatentes drusos se uniram ao esforço para derrubar o regime Assad, lançando uma ofensiva no sudoeste e entrando em confronto com as forças do governo, de acordo com relatos da imprensa.

Os combatentes drusos fazem parte de um grupo recém-formado de rebeldes sírios que inclui combatentes de outras origens, trabalhando sob o nome de "Sala de Operações do Sul".

Os drusos são um grupo religioso que pratica um ramo do islamismo desenvolvido no século 11 e reúne elementos do cristianismo, do hinduísmo, do gnosticismo e de outras filosofias. Há mais de 1 milhão de drusos no Oriente Médio, principalmente na Síria e no Líbano, com presença também na Jordânia e em Israel.

Estado Islâmico

O Estado Islâmico no Iraque e na Síria, mais conhecido como Isis, tomou vastas extensões de território na Síria e no Iraque em 2014, estabelecendo um califado brutal antes de ser derrotado por uma coalizão liderada pelos EUA. Agora, quase todos os seus membros estão escondidos.

Ultimamente, em meio à instabilidade maior na região, tem havido sinais do ressurgimento do grupo na Síria.

O Pentágono alertou em julho que os ataques do Estado Islâmico na Síria e no Iraque estavam a caminho de dobrar em comparação com o ano anterior. O grupo tentou repetidamente libertar seus membros das prisões e manteve uma governança oculta em partes do nordeste da Síria, disseram os EUA.

Na terça-feira, as forças do Estado Islâmico mataram 54 pessoas na região de Homs, no centro da Síria, que faziam parte do Exército do governo sírio e fugiram durante o colapso do regime Assad, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos./ COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rebateu críticas de que sua administração está sendo leniente com a Rússia em relação ao confronto com a Ucrânia. Na avaliação de Trump, apesar de sua boa relação com o líder russo, Vladmir Putin, há ações sendo feitas para pressionar o país.

Como exemplo de sua posição contra a Rússia, o presidente Trump citou as sanções aprovadas em seu primeiro mandato contra o projeto de gás Nordstream 2, uma rede de dutos para fornecer energia à Europa, sob o controle da empresa russa Gazprom.

As sanções foram aprovadas no fim de 2019 e, na época, Trump alegou que o projeto aumentaria a influência russa sobre a Europa.

"Acredito que temos sido muito duros com a Rússia. Fui eu que aprovei as sanções contra o projeto Nordstream 2, assim como outras sanções", afirmou o presidente dos EUA, em entrevista à Fox News transmitida neste domingo, 9. "Eu tenho uma boa relação com Putin, mas o Putin mesmo diria que somos muito duros."

Trump voltou a criticar a posição do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre o conflito e reclamou do apoio financeiro concedido pelos Estados Unidos à Ucrânia, em relação à Europa. "Biden não deveria ter injetado US$ 350 bilhões [no conflito], deveria ter colocado o mesmo que a Europa, US$ 100 bilhões. A Europa está muito mais próxima", afirmou.

Ainda sobre temas internacionais, o presidente disse que busca avançar num acordo com o Irã e afirmou ter enviado uma carta à liderança do País na busca por negociações sobre o programa nuclear. "Só há duas formas de lidar com o Irã: ou de maneira militar ou por meio de um acordo. Eu prefiro negociar do que agir militarmente", afirmou.

Segundo Trump, a questão das armas nucleares são a maior ameaça existencial atualmente.