Em audiência no Senado, Braga Netto se queixa de falta de recursos para a Defesa

Política
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O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, destacou nesta quinta-feira, 29, o orçamento apertado da pasta durante audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado (CRE). No debate, que também contou com a participação dos três comandantes das Forças Armadas, Braga Netto defendeu que o investimento em Defesa reflete diretamente no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

"Se os senhores falarem ministro, cite o problema da Defesa, eu direi que o problema da Defesa é exatamente recurso, porque capacidade, profissionalismo, tudo isso nós temos. Falta recurso para implementar", citou o ministro. "O nosso orçamento, em virtude do teto de gasto, da nova conjuntura feita, diminuiu. Não houve aumento de gastos com Defesa no governo. Houve até uma redução em virtude da política econômica que existe, que é uma regra que vem desde 2016", reforçou.

Neste ano, conforme o Orçamento sancionado na semana passada, a pasta teve corte de R$ 1,842 bilhões, sendo o quarto ministério mais afetado. Em recursos bloqueados, que podem ser revertidos ao longo do ano caso haja espaço no orçamento, a Defesa foi a terceira pasta com maior montante travado, com R$ 1,364 bilhões, atrás apenas dos Ministérios da Educação e da Economia.

Na audiência de hoje, Braga Netto também respondeu sobre a situação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais militares. Ontem, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou a convocação de Braga Netto para dar esclarecimentos sobre o assunto ao colegiado. "O fato é que não existe hoje leito disponível, não existe leito, vamos dizer, ocioso nos nossos hospitais. Os nossos hospitais estão completos. O leito que está vago é exatamente o do rodízio de quem está na UTI e sai para entrar um pior."

Braga Netto e os novos comandantes foram ouvidos hoje na CRE sobre suas ações. No encontro, o ministro negou que haja uma politização das Forças por conta da recente troca da cúpula militar. Ele reforçou que as Forças estão pautadas "pela Constituição, pela independência dos Poderes, pela não interferência entre eles e pela liberdade do povo brasileiro".

Na próxima quinta-feira, 6, a comissão deverá realizar audiência pública com o ministro Carlos França, das Relações Exteriores. Assim como Braga Netto, o chanceler assumiu o cargo há cerca de um mês depois de mudanças no governo feitas pelo presidente Jair Bolsonaro no fim de março.

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O Ministério das relações Exteriores (MRE) se prepara para receber nesta quarta-feira, 26, às 11h30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião de sherpas do Brics iniciada nesta terça, 25, no Palácio do Itamaraty. Os sherpas são os negociadores-chefes de cada um dos 11 membros do bloco.

A presença do chefe do Executivo, porém, ainda não foi confirmada, o que deve ocorrer apenas no fim do dia, quando a agenda do mandatário é divulgada pelo Palácio do Planalto. Há a expectativa de que Lula faça um discurso, caso o petista participe do evento de quarta.

Chefes de Estado e de governo não costumam participar das reuniões de sherpas. Geralmente, estão presentes apenas na cúpula de líderes, que este ano está marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Como o Brasil está com a presidência rotativa do grupo e o encontro ocorre em Brasília, avaliou-se que poderia ser um gesto de cortesia do anfitrião.

Na manhã desta terça, estão reunidos os 11 sherpas do Brics no Itamaraty. Havia a previsão de que, como convidado, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fizesse um discurso de abertura aos convidados. O texto deve ser divulgado à imprensa. O sherpa brasileiro é o embaixador Mauricio Lyrio, que teve a mesma função durante as reuniões do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que também ocorreu no Brasil no ano passado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 24, que as tarifas sobre importações do México e do Canadá "irão adiante" quando um adiamento de 30 dias expirar na semana que vem. A notícia, que veio nos últimos 40 minutos de negociação na segunda-feira, arrastou o S&P 500 para baixo.

Esse é o primeiro dos quatro prazos tarifários iminentes de Trump nas próximas seis semanas. Trump voltou a dizer que os EUA "foram aproveitados" por parceiros comerciais, mas que pretende "ganhar muito território".

Se confirmadas, as tarifas devem entrar em vigor a partir do dia 4 de março, quando expira o prolongamento do prazo anunciado pelo presidente americano. As tarifas incluem taxas de 25% sobre todas as importações mexicanas e canadenses, com uma exceção apenas da tarifa de 10% das importações de energia do Canadá. Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira, 24, uma nova rodada de sanções contra dezenas de pessoas e petroleiros na China, Emirados Árabes Unidos e na Índia por supostamente ajudarem a financiar o Irã.

O Tesouro dos EUA e os departamentos de Estado dos EUA sancionaram 22 indivíduos ou empresas e 13 navios petroleiros, incluindo os chefes da National Iranian Oil Co. e da Iranian Oil Terminals Co., por seu papel na intermediação da venda e transporte de petróleo iraniano.

Entre os sancionados, ainda estão o CEO da empresa petrolífera nacional do Irã, Hamid Bovard, assim como intermediários com sede nos Emirados Árabes Unidos e Hong Kong e empresas que fretam navios da Índia e da Malásia, de acordo com o Departamento do Tesouro.

Segundo o Departamento de Estado americano, essa "rede" permitiu que o petróleo iraniano fosse transportado ilegalmente para "compradores na Ásia". "Possibilitou o envio de dezenas de milhões de barris de petróleo no valor de centenas de milhões de dólares", disse o governo americano.

No início de fevereiro, Washington já havia anunciado sanções financeiras contra uma "rede internacional" acusada de fornecer petróleo iraniano à China para financiar as atividades militares de Teerã.

As sanções envolvem o congelamento de ativos que as empresas sancionadas detêm direta ou indiretamente nos Estados Unidos e a proibição de empresas sediadas nos EUA ou cidadãos americanos de negociar com as empresas sancionadas, correndo o risco de também serem sancionados.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, disse em uma declaração que "enquanto o Irã dedicar suas receitas de energia ao financiamento de ataques contra nossos aliados, apoiando o terrorismo ao redor do mundo ou buscando outras ações desestabilizadoras, usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para responsabilizar o regime".

Elas também dificultam a negociação das empresas sancionadas, limitando sua capacidade de usar o dólar em suas transações, devido ao risco de ficarem sob a jurisdição americana.

Um relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA de outubro de 2024 estima que o Irã arrecadou US$ 253 bilhões em receitas de petróleo durante as presidências de Joe Biden e Trump, entre 2018 e 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)