Mandetta lê trecho de carta entregue a Bolsonaro; 'alertei sistematicamente', diz

Política
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Durante o depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), leu um trecho da carta que entregou ao presidente Jair Bolsonaro em março com as previsões de mortes que seriam provocadas pela covid-19 no Brasil. Nela, Mandetta "recomendou expressamente" que a Presidência da República revisasse seu posicionamento, acompanhando as orientações do Ministério da Saúde.

"Uma vez que a adoção de medidas em sentido contrário poderá gerar colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população brasileira", dizia a carta entregue a Bolsonaro, segundo Mandetta.

O ex-ministro da Saúde voltou a dizer que alertou o presidente sistematicamente sobre os riscos da doença. "Tudo o que eu poderia fazer de orientar, 'não vai por esse caminho', foi feito, mas ele tinha provavelmente outras pessoas que apontaram que eu estaria errado", relatou Mandetta.

Na avaliação do ex-ministro, entre as teorias que tiveram mais influência sobre o presidente está a de que o Brasil atingiria uma "imunidade de rebanho". "É muito difícil entender sobre qual teoria (influenciou o presidente), impressão que tenho que tinham algumas teorias com mais simpatia dele, como a que brasileiro iria se contaminar, atingir o quociente de proteção de rebanho. Um entendimento de que as pessoas vão contrair isso 'porque moram em favela', 'não têm esgoto', 'vai morrer só quem tem que morrer', 'só está morrendo idoso', embarcaram nessa teoria, impressão que eu tenho é essa", disse Mandetta.

O ex-ministro ainda afirmou que o fato de ele ser um "mensageiro da má notícia" para o presidente acabou por gerar mais distanciamento entre ele e Bolsonaro. Mandetta citou o episódio em que o presidente achou "muito mórbido" que houve alguma regra sobre sepultamento de vítimas da covid. "E no dia da reunião falei (na reunião em que entregou a carta ao presidente): 'o senhor tem que estar preparado para todos os cenários, inclusive de colapso funerário'. Foi nesse sentido, logicamente que ele escutou, mas não foi suficiente", afirmou Mandetta.

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O nacionalista de extrema direita George Simion garantiu uma vitória decisiva neste domingo, 4, no primeiro turno das eleições presidenciais da Romênia, segundo dados eleitorais quase completos. A eleição ocorreu meses após uma votação anulada ter mergulhado o país-membro da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em sua pior crise política em décadas.

Simion, o líder de 38 anos da Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR), superou de longe todos os outros candidatos nas pesquisas, com 40% dos votos, mostram dados eleitorais oficiais, após a apuração de 97% dos votos na votação.

Bem atrás, em segundo lugar, ficou o prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, com 20,67%, e em terceiro, o candidato da coalizão governista, Crin Antonescu, com 20,62% - uma diferença que deve aumentar à medida que os últimos votos das cidades maiores forem apurados.

Onze candidatos disputaram a presidência e um segundo turno será realizado em 18 de maio entre os dois candidatos mais votados. Até o fechamento das urnas, cerca de 9,57 milhões de pessoas - ou 53,2% dos eleitores elegíveis - haviam votado, de acordo com o Escritório Central Eleitoral, com 973.000 votos depositados em seções eleitorais instaladas em outros países.

Eleição foi anulada em 2024

A eleição na Romênia teve de ser repetida hoje depois que o cenário político do país foi abalado no ano passado, quando um tribunal superior anulou a eleição anterior, na qual o candidato de extrema direita Calin Georgescu liderou o primeiro turno, após alegações de violações eleitorais e interferência russa, que Moscou negou.

Georgescu, que compareceu ao lado de Simion em uma seção eleitoral em Bucareste, chamou a nova votação de "uma fraude orquestrada por aqueles que fizeram da mentira a única política de Estado", mas disse que estava lá para "reconhecer o poder da democracia, o poder do voto que assusta o sistema, que aterroriza o sistema".

O perfil oficial da Casa Branca nas redes sociais publicou neste domingo, 4, uma foto aparentemente gerada por inteligência artificial (IA) com o rosto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um corpo musculoso, com um sabre de luz vermelho e vestimentas que ficaram conhecidas na franquia de filmes Star Wars.

O dia 4 de maio é considerado o Dia do Star Wars pelos fãs da franquia. A data foi escolhida por conta das semelhanças entre uma frase icônica dos filmes: "May the force be with you" ("Que a força esteja com você") e a frase "May the fourth" ("4 de maio").

"Feliz 4 de Maio a todos, incluindo os Lunáticos da Esquerda Radical que lutam arduamente para trazer Lordes Sith, Assassinos, Traficantes, Prisioneiros Perigosos e membros famosos da gangue MS-13 de volta à nossa Galáxia. Vocês não são a Rebelião - vocês são o Império. Que o 4 de Maio esteja com vocês.", apontou a mensagem do perfil oficial da Casa Branca na rede social X.

Trump vestido de papa

Essa não é a primeira foto gerada por inteligência artificial que foi publicada pelo governo Trump neste final de semana.

Na sexta-feira, 2, o perfil da Casa Branca e do próprio Trump publicaram uma foto do presidente americano vestido como papa, sentado em uma cadeira de estrutura dourada.

Na última terça-feira, Trump afirmou, em tom de brincadeira, que gostaria de ser o próximo papa. "Eu seria minha escolha número 1", disse Trump a repórteres.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou neste domingo, 4, a retirada da Nicarágua da agência especializada das Nações Unidas (ONU) por causa da concessão de um prêmio da organização que celebra a liberdade de imprensa a um jornal nicaraguense, o La Prensa.

A diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, anunciou que havia recebido uma carta na manhã de domingo do governo nicaraguense anunciando sua retirada devido à atribuição do Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa Unesco/Guillermo Cano.

"Lamento essa decisão, que privará o povo da Nicarágua dos benefícios da cooperação, especialmente nos campos da educação e da cultura. A Unesco está totalmente dentro de suas atribuições quando defende a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa em todo o mundo", disse Azoulay em comunicado.

A Nicarágua era um dos 194 estados membros da organização. Os membros da Unesco criaram o prêmio de liberdade de imprensa em 1997, e o prêmio de 2025 foi atribuído no sábado ao La Prensa por recomendação de um júri internacional de profissionais da mídia.