'Brasil precisa mesmo de pacificação', diz Pacheco após ser reeleito no Senado

Política
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O presidente reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez um discurso de pacificação em vários sentidos, logo após o resultado que consagrou sua recondução ao cargo. "Pacificação é abandonar o discurso de nós contra eles. Polarização tóxica precisa ser definitivamente erradicada. pacificação não significa se calar diante de atos antidemocráticos. Pacificação não é inflamar a população com narrativas inverídicas. Pacificação não significa omissão ou leniência. O Senado também precisa de pacificação para bem desempenhar funções".

O senador afirmou que vai atuar "para a união das instituições em torno do bem geral e para pacificação". "A democracia está em pé pelo trabalho de quem se dispõe ao diálogo, não ao confronto. Vou me guiar pelo Estado Democrático de Direito, liberdades, democracia. A essência da democracia deve ser esta, solucionar disputas e fazer a divergência pacificamente."

Ao mencionar os atos golpistas de 8 de janeiro, Pacheco disse que "estão sendo superados, mas não serão esquecidos". "Não podem e não vão se repetir". "Tenhamos ações redobradas de preservação da nossa democracia. O recado que o Senado dá ao Brasil agora é que manteremos a defesa intransigente da democracia. As lideranças políticas que têm compromisso com o Brasil não podem se omitir nesse momento. O discurso golpista que aflige e afasta a democracia deve ser desestimulado".

Pacheco falou em tom institucional, apelando para uma união partidária, convocando os senadores a se unirem "pelo Brasil" e dizendo que "os interesses do País estão além". "O Brasil precisa mesmo de pacificação". "Poderes da República precisam trabalhar em harmonia, buscando consenso pelo diálogo.

O presidente reeleito do Senado afirmou que os 49 votos obtidos na disputa de hoje foram em torno do que ele esperava. A jornalistas na saída do plenário da Casa, Pacheco declarou que o próximo passo é "trabalhar muito".

Pacheco ainda confirmou que conversou ao telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a sua vitória contra o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). "O presidente Lula me deu parabéns. Agradeci", relatou, rapidamente.

Logo após ser confirmado por mais dois anos no comando do Senado, Pacheco fez vários gestos de boa vontade com seus pares que lhe reconduziram ao posto com 49 votos, e disse que defenderá a independência da Casa e do Congresso "de modo firme e perseverante". "Honrarei compromisso de garantir prerrogativas a senadores", completou.

Em sinalizações aos colegas, disse que destinará "mesma energia para atender a todos os Estados", após mencionar os municípios mineiros. Ele disse ainda que "o Congresso seguirá produzindo normas em defesa de minorias"

Falando sobre relação entre os Poderes, Pacheco ressaltou que vai manter "paradigma de harmonia e independência", mas disse que pretende ser "colaborativo com o Executivo.

Ao cumprimentar os senadores com quem disputou votos ao comando da Casa, Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Podemos-CE) - ele retirou a candidatura durante a sessão desta tarde -, Pacheco disse que "disputas democráticas robustecem as instituições, fortalecem a democracia e favorecem o diálogo".

O mandatário do Senado também disse que submeterá ao Parlamento "as reformas e as proposições necessárias e imprescindíveis para o desenvolvimento do País".

"Seremos colaborativos com o Poder Executivo para viabilizar medidas econômicas que permitam a volta do crescimento e o desenvolvimento da infraestrutura nacional", disse sentado à mesa do plenário logo após a proclamação do resultado. Ele foi eleito com 49 votos contra 32 no bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN).

Na coletiva, Pacheco disse que só por meio da democracia é possível combater os problemas sociais brasileiros. "Reduzir índices de fome de miséria, de desemprego, reduzir alta de juros, inflação, gerar estabilidade nas relações políticas, combater atentados às minorias", disse o parlamentar em coletiva de imprensa. "Vamos buscar trabalhar pelo Brasil naquilo que o País precisa resolver", acrescentou.

A jornalistas, ele repetiu trechos de seu discurso. Destacou a urgência de o Senado discutir a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal e lembrou o papel da Casa na defesa da democracia ao longo dos últimos anos, que "não foram fáceis", nas palavras do senador. "Manifestamos confiança no sistema eleitoral, estabelecemos boa relação com os Poderes", destacou o presidente do Senado..

Pacheco voltou a chamar de "absurdos" os atos golpistas de 8 de janeiro e citou a presença no Congresso de pessoas que teriam, posteriormente, relação com esses fatos. "Temos compromisso de buscar pacificação, estabilidade, mas sem esquecer o que aconteceu com o Brasil de ofensa à democracia", disse.

O presidente do Senado reeleito também afirmou que vai contribuir com o Poder Executivo ao longo de seu próximo biênio, mas sem subserviência. Ele defendeu que, ao longo do seu primeiro mandato à frente do Congresso, isso já aconteceu e agora será mantido.

"O presidente do Senado tem a obrigação de manter equilíbrio, ponderação, mas garantir independência", disse Pacheco, que foi reeleito com apoio do presidente Lula, em coletiva de imprensa. "A independência do Senado em relação ao Executivo é verdadeira, e vamos demonstrar que nossa contribuição é para melhorar as coisas. Vamos contribuir, sendo cooperativos, mas jamais sendo subservientes", acrescentou.

Em relação ao Judiciário, ponto alto das discussões sobre a presidência do Senado, Pacheco afirmou que a saída é evitar a judicialização da política. "Para que se evite esse desgaste que há hoje em relação ao STF, é importante, primeiro, que a política exerça autocontenção de seus problemas. Evitemos provocar o judiciário. Se o judiciário for provocado, vai ter que decidir, acaba gerando desgaste", disse Pacheco.

A candidatura derrotada de Rogério Marinho à Presidência do Senado foi pautada por uma suposta hipertrofia do Judiciário sobre o Legislativo.

Na coletiva de imprensa, Pacheco disse ser muito importante que todos os senadores reconheçam a sua vitória em nome da reunificação da Casa. "Quero buscar reconhecer a legitimidade da oposição, situação, maioria e minoria", declarou o senador. "Espero que nos próximos seis meses possamos ter resultados práticos, que a gente volte a sorrir novamente", acrescentou.

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O Hamas afirmou, em comunicado, que os Estados Unidos têm "plena responsabilidade" pelos ataques israelenses na Faixa de Gaza realizados na madrugada desta terça-feira, 18. Segundo o grupo, "a admissão do governo americano de que foi previamente informado sobre a agressão de Israel confirma sua parceria direta no genocídio contra nosso povo".

A nota do Hamas acrescenta: "Este reconhecimento revela, mais uma vez, a cumplicidade e o escancarado viés dos EUA em favor da ocupação de Israel, desmascarando a falsidade de suas alegações sobre o compromisso com a trégua." O grupo destaca que, com o apoio político e militar "irrestrito" ao governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "Washington assume plena responsabilidade pelos massacres e pela morte de mulheres e crianças em Gaza". O Hamas pede ação internacional "urgente".

Nesta segunda-feira, 17, o grupo alertou que a nova ofensiva de Israel contra Gaza viola o acordo de cessar-fogo e coloca em risco os reféns e prisioneiros de ambos os lados do conflito.

A câmara baixa do Parlamento da Alemanha aprovou, há pouco, o projeto de lei que prevê mais gastos com o objetivo de impulsionar as forças armadas e reequipar a economia estagnada do país, eliminando anos de prudência fiscal.

Liderados pelo provável futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, a União democrata-cristã (CDU) e o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) concordaram com a proposta junto com o Partido Verde.

A votação realizada nesta terça-feira abre caminho para a câmara alta, o Bundesrat, aprovar o projeto de lei na sexta-feira, antes que o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, o sancione. Fonte: Dow Jones Newswires.

A polícia da Macedônia do Norte deteve 15 pessoas nesta segunda-feira, 17, um dia depois do incêndio em uma boate que matou 59. O incêndio ocorreu de madrugada no Club Pulse, em Kocani, onde cerca de 500 pessoas assistiam a um show do DNK, uma dupla de hip-hop popular no país. No total, 155 ficaram feridos.

Sob intensas críticas, o prefeito de Kocani, Ljupco Papazov, renunciou ontem. "O choque e a tristeza que sinto durarão a vida inteira", disse ele no Facebook.

O ministro do Interior da Macedônia do Norte, Pance Toskovski, disse que os detidos serão interrogados, acrescentando que havia suspeita de suborno e corrupção ligados ao incidente.

Dezenas de famílias das vítimas fizeram vigília nos hospitais e cobraram respostas das autoridades, que disseram que a casa estava operando com um documento de licença emitido ilegalmente e não dispunha de rotas de fuga adequadas. O teto da boate foi incendiado por fogos de artifício usados durante o show, segundo os investigadores.

"Este é o ápice de um sistema ruim e negligenciado", afirmou o primeiro-ministro Hristijan Mickoski, descrevendo o esforço da Macedônia do Norte para erradicar a corrupção. Em um relatório de 2024, a Comissão Europeia descreveu o problema como uma "preocupação séria" no país.

O prédio que abrigava o Club Pulse foi registrado como uma instalação industrial, mas mesmo assim recebeu uma autorização para operar como um espaço de entretenimento pelo Ministério da Economia, disse o promotor público, Ljupco Kocevski.

Os promotores pediram a prisão do ex-ministro da Economia Kreshnik Bekteshi, de acordo com a MRT, uma agência de notícias estatal. Os policiais detiveram outro ex-funcionário do ministério, bem como servidores de agências governamentais.

Alguns pais que perderam filhos no incêndio expressaram fúria com o prefeito Papazov por manter um perfil discreto no dia anterior. "Por que o prefeito não está aqui?", gritou Dragi Stojanov, cujo único filho morreu no incêndio.

Pirotecnia

Enquanto a banda se apresentava, faíscas eram acesas ao redor da dupla, como pode ser visto em vídeos que circularam pela internet. Essas faíscas, disseram as autoridades, foram usadas ilegalmente e iniciaram o incêndio. "Os dispositivos pirotécnicos usados na boate foram trazidos pela banda", disse o ministro do interior Panche Toshkovski. "Infelizmente, a pessoa responsável por manuseá-los morreu", disse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.