Disputa pelo comando do Senado: 37 já declaram voto em Pacheco e 30 em Marinho

Política
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A definição do comando do Congresso na legislatura que se inicia nesta quarta-feira, 1º, tem na eleição para a presidência do Senado sua disputa mais acirrada. O atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), e o ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) protagonizam a disputa. Pacheco tem 37 votos declarados em sua tentativa de se reeleger; Marinho soma 30 apoios e Eduardo Girão (Podemos-CE) contabiliza dois votos declarados.

Nas últimas duas semanas, a reportagem consultou todos os 81 senadores que irão compor a próxima legislatura, entre eleitos e reeleitos, e levou em conta também anúncios feitos nas redes sociais. Nesta terça, 31, por exemplo, o atual ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), e o ex-ministro da mesma pasta Sérgio Moro (União-PR) posicionaram-se oficialmente. Dino vai se licenciar do cargo para assumir o mandato de senador e votar em Pacheco. Já Moro tomará posse e apoiará Marinho.

A disputa pelo comando da Casa ganhou contornos de terceiro turno. Pacheco e Marinho, apoiados, respectivamente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, reproduzem a polarização que marcou a corrida de 2022, principalmente nas redes sociais. Representantes do bolsonarismo, dentro e fora do Senado, trabalham para levar a eleição para o segundo turno. Girão buscou se firmar como uma "terceira via".

Neste ano, a disputa no Senado desperta mais atenção do que a eleição na Câmara, onde o deputado Arthur Lira (PP-AL) deve ser reconduzido com apoio maciço de parlamentares governistas e da oposição também nesta quarta.

Divisão interna

pesar de as principais bancadas já terem se posicionado na disputa, alguns senadores evitam abrir seus votos. Parlamentares correligionários dos principais candidatos, como Irajá (PSD-TO), Zequinha Marinho (PL-PA) e Romário (PL-RJ), não responderam. E em outro grupo estão os senadores do União Brasil e Podemos, cujas lideranças não escolheram nenhum dos lados, liberando seus representantes que, em sua maioria, ainda não declararam voto.

Nos últimos dez dias, no entanto, o número de parlamentares que aceitaram assumir posição - a eleição ocorre de forma secreta, segundo regimento do Senado - aumentou substancialmente. Em 23 de janeiro, Pacheco tinha 22 apoios oficiais declarados e hoje, soma 38. A candidatura de Marinho também cresceu no número de apoios declarados: tem agora ao menos 28 votos, ante 13 registrados pela reportagem anteriormente.

De acordo com a programação oficial, os novos 27 novos senadores eleitos ano passado tomarão posse às 15h desta quarta e, em seguida, será iniciada a eleição.

Em outra categoria

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu 18 mil na semana encerrada em 26 de abril, para 241 mil, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas da FactSet, que previam 225 mil solicitações no período.

O total de pedidos da semana anterior foi levemente revisado para cima, de 222 mil a 223 mil.

Já o número de pedidos contínuos teve alta de 83 mil na semana até 19 de abril, a 1,916 milhão, atingindo o maior nível desde 13 de novembro de 2021. Esse indicador é divulgado com defasagem de uma semana.

Lilian Moreno Cuéllar, juíza distrital de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, anulou nesta quarta, 30, a ordem de captura contra o ex-presidente Evo Morales por estupro e tráfico de pessoas, em um caso relacionado ao abuso de uma menor durante seu mandato. "Fica sem efeito qualquer mandado de rebeldia e ordem judicial de apreensão", diz a decisão judicial.

Lilian também determinou a suspensão de qualquer investigação sobre o caso, que corre em Tarija, no sul da Bolívia, e ordenou que o processo seja enviado para Cochabamba - onde Evo tem forte respaldo político e social.

Em outubro, o Ministério Público havia pedido a prisão do ex-presidente boliviano, de 65 anos, que desde então se refugiou em seu bastião político na região cocaleira do Chapare. De acordo com o MP, Evo começou um relacionamento com uma jovem de 15 anos em 2015, quando ele era presidente, e os pais dela consentiram com a união em troca de benefícios. A relação resultou no nascimento de uma filha, um ano depois. A jovem foi posteriormente identificada como Noemí Meneses, que hoje estaria com 25 anos.

Reação

A ordem judicial provocou reação dos críticos de Evo, em razão do histórico de Lilian, que entre 2012 e 2016 trabalhou no Serviço Nacional de Impostos e depois na Companhia Ferroviária Nacional (Enfe).

Lilian foi nomeada juíza pouco antes de Evo deixar o poder, em 2019, o que acabou levantando questionamentos sobre um conflito de interesses e acusações de proteção política ao ex-presidente boliviano.

Evo está inelegível desde 2023, quando a Justiça eleitoral vetou a reeleição indefinida - Evo foi presidente por quatro mandatos. Em fevereiro, no entanto, ele desafiou a sentença e anunciou sua candidatura presidencial nas eleições de 17 de agosto.

Ele se tornou opositor do atual presidente Luis Arce, transformado em desafeto e chamado de "traidor", depois que ambos desataram uma guerra pelo controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS). Em março, o ex-presidente fundou seu próprio partido, o Evo Povo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jornalista sueco Joakim Medin, preso em março após sua chegada à Turquia, foi condenado ontem a 11 meses de prisão por "insultar o presidente" turco, Recep Tayyip Erdogan, durante um protesto ocorrido em Estocolmo. A condenação foi suspensa logo em seguida, mas ele continuará detido por outra acusação, a de "pertencer a uma organização terrorista".

O repórter do jornal sueco Dagens ETC participou da audiência por videoconferência de sua cela na prisão de Silivri, oeste de Istambul. A Justiça turca o acusa de ter participado, em janeiro de 2023, de uma manifestação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Estocolmo, capital sueca, durante a qual foi pendurado um boneco de Erdogan de cabeça para baixo, algo que o jornalista nega desde o início.

Medin reafirmou nesta quarta, 30, "não ter participado desse evento". "Eu estava na Alemanha a trabalho. Nem sabia dessa manifestação", declarou. Durante a audiência, o tribunal exibiu fotos tiradas em outra reunião, em agosto de 2023, em Estocolmo, quando a Turquia ainda bloqueava a entrada da Suécia na Otan.

"Nunca tive a intenção de insultar o presidente. Eu tinha a tarefa de escrever os artigos, e foram meus editores que escolheram as fotos", disse o repórter, destacando que Erdogan é "uma figura central" exibida nesses protestos.

Medin, de 40 anos, foi preso em 27 de março ao chegar à Turquia, onde iria cobrir as manifestações desencadeadas pela prisão, em 19 de março, do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal adversário político do presidente.

Violações

O jornalista relatou múltiplas violações de seus direitos básicos durante os estágios iniciais de sua detenção, incluindo o direito de acesso a um tradutor, a um advogado e a serviços consulares. Medin foi acusado de pertencer a uma organização terrorista, crime que poderia lhe render até nove anos de prisão e será julgado posteriormente, em data a ser definida.

Essa acusação baseia-se em publicações nas redes sociais, artigos e livros escritos "unicamente no âmbito de seu trabalho jornalístico", disse Baris Altintas, diretora da ONG turca de direitos humanos MLSA, que o representa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.