Convocação de prefeitos é adiada; Girão é chamado por Aziz de "oportunista"

Política
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A discussão sobre a convocação de alguns prefeitos e ex-prefeitos pela CPI da Covid levou a um bate-boca entre o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o governista Eduardo Girão (Podemos-CE) na sessão de hoje.

Inicialmente, a CPI previa votar ainda nesta quarta, 26, sete requerimentos envolvendo prefeitos e ex-chefes municipais. O assunto acabou não sendo analisado em razão de um acordo fechado em encontro privado dos senadores, realizado logo antes da sessão. Mesmo assim, Girão trouxe o tema à tona na reunião pública, e irritou Aziz. Após cobrar o presidente sobre os requerimentos, Girão foi chamado de "oportunista pequeno" pelo colega.

"Toda a sociedade brasileira que tem inteligência sabe que vossa excelência está aqui com um objetivo, que a gente não investigue o porquê não compramos vacina, e o senhor que não entende patavinas de saúde quer impor a cloroquina na cabeça da população. Vossa excelência é um oportunista", disse Aziz ao senador. "Vossa excelência estava lá, escutou o que nós acordamos", afirmou.

Girão então respondeu ao presidente da CPI que não teria concordado com a não apreciação dos pedidos, e acusou Aziz de lhe fazer uma agressão.

O chefe dos trabalhos da comissão retrucou a declaração dizendo que Girão agia "sorrateiramente" e o desafiou a levar o caso ao Conselho de Ética da Casa. "Me leve para o Conselho de Ética. Vossa Excelência não respeita ninguém, Vossa Excelência age sorrateiramente", devolveu Aziz, que ouviu de colegas pedidos para se acalmar.

A pauta original desta quarta contava com os pedidos de convocação de ex-prefeitos das cidades de Fortaleza (CE), Cláudio Rodrigues Bezerra, de Recife (PE), Geraldo Júlio, de Macapá (AP), Clécio Luis, e de São Luís (MA), Edivaldo Holanda Júnior. Também estavam previstos os requerimentos para chamar os prefeitos de Porto Feliz (SP), Antônio Cássio Habice Prado, de Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira, e de Rio Branco (AC), Tião Bocalom. Ao fim da sessão desta quarta, Aziz avisou que mais requerimentos serão votados na próxima semana, mas não detalhou se as convocações dos chefes executivos municipais serão apreciadas nesta ocasião.

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As autoridades mexicanas extraditaram o chefe do tráfico de drogas dos EUA, Rafael Caro Quintero, que é procurado pelo assassinato de um agente da Administração Antidrogas americana em 1985, de acordo com uma pessoa familiarizada com a situação, atendendo a uma exigência antiga do governo americano em meio à crescente pressão do presidente Donald Trump.

A extradição de Caro Quintero ocorre no momento em que o presidente Trump ameaça impor tarifas de 25% sobre as exportações do México para os EUA se o governo da presidente Claudia Sheinbaum não intensificar os esforços para combater o fentanil destinado aos EUA, que mata dezenas de milhares de americanos todos os anos. Vários membros do seu gabinete estão em Washington esta semana para discutir a cooperação bilateral e defender que o México não deveria ser punido com tarifas.

Caro Quintero fazia parte de um grupo de 29 mexicanos presos acusados de crimes nos EUA extraditados na quinta-feira. Dois líderes do violento cartel Zetas, famoso por realizar massacres no México, também foram extraditados, segundo a fonte.

As autoridades prenderam mais de 700 pessoas desde o início de fevereiro, quando Sheinbaum concordou em enviar 10 mil soldados da Guarda Nacional para aumentar a segurança e combater o tráfico de fentanil ao longo da fronteira entre os EUA e o México, como parte de um acordo para suspender as tarifas de Trump. As autoridades também apreenderam cerca de 12 toneladas de narcóticos ilegais em todo o país, incluindo cocaína, metanfetamina e mais de 50 quilos de fentanil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pretende fechar rapidamente vários acordos com o Reino Unido, em coletiva após encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, nesta quinta-feira, na Casa Branca.

Em tom amigável ao lado de Starmer, Trump disse esperar uma reunião muito boa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na sexta-feira. Mas o republicano não respondeu à pergunta sobre se ele se desculparia por chamá-lo de ditador no início deste mês.

"Temos muito respeito. Eu tenho muito respeito por ele. Nós demos a ele muito equipamento e muito dinheiro, mas eles lutaram muito bravamente", afirmou.

Trump disse que o acordo "construirá a base para um relacionamento futuro mais sustentável entre os Estados Unidos e a Ucrânia" e ajudará a reconstruir a prosperidade dos ucranianos. Ele acrescentou que se tornaria a fundação de um "acordo de paz de longo prazo que retornará a estabilidade ao leste da Europa".

O primeiro-ministro britânico apelou a Trump para que chegue a um "acordo de paz histórico" para apoiar a Ucrânia na guerra com a Rússia, ao mesmo tempo em que alertou que eles precisam ficar do lado do pacificador e "não do invasor". Enaltecendo a aliança em defesa com os EUA, o premiê britânico disse que discutiu com Trump um plano duro, mas justo sobre a Ucrânia, para viabilizar o acordo de paz.

"Não pode haver paz que recompense o agressor", disse Starmer, citando que o Reino Unido dará equipamento militar para os ucranianos. O premiê também mencionou o aumento dos gastos com defesa em relação ao PIB previamente anunciado nesta semana.

Mais cedo, Trump disse que pretende impor tarifas recíprocas para a União Europeia, enquanto confirmou que aplicará tarifa adicional de 10% sobre bens importados da China. A medida em relação à China entrará em vigor em 4 de março, mesma data em que começam a valer as tarifas para bens importados do Canadá e do México.

"Será 10% + 10%", enfatizou Trump sobre a tarifa para bens da China durante outra coletiva antes da reunião com Starmer.

Diplomatas russos e norte-americanos se reuniram em Istambul nesta quinta-feira, 27, para discutir a normalização da operação de suas respectivas embaixadas, depois de anos expulsando os diplomatas uns dos outros.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que as conversas seguiram um entendimento alcançado durante a ligação do presidente dos EUA, Donald Trump, com o presidente russo, Vladimir Putin, e o contato entre diplomatas russos e norte-americanos seniores na Arábia Saudita.

Em discurso durante a reunião de quinta-feira do Serviço Federal de Segurança, Putin elogiou o "pragmatismo e a visão realista" do governo Trump, em comparação com o que ele descreveu como "estereótipos e clichês ideológicos messiânicos" de seus antecessores.