Governo de Pernambuco vai indenizar feridos em manifestação contra Bolsonaro

Política
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O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), acionou a Procuradoria Geral do Estado para, em conjunto com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), iniciar um processo de indenização das vítimas feridas gravemente por balas de borracha na ação da Polícia Militar do sábado, dia 29, na manifestação contra o governo Bolsonaro. Também foi determinado que a SJDH acompanhe a assistência médica dada aos dois homens feridos no rosto; um deles perdeu o globo ocular e precisará passar por cirurgia e usar uma prótese.

"Assim como estamos acompanhando a investigação que está sendo realizada pela Corregedoria, também vamos seguir de perto a assistência às pessoas que resultaram feridas", afirmou Paulo Câmara.

O adesivador Daniel Campelo da Silva e o arrumador Jonas Correia de França foram atingidos por balas de borracha nos olhos e tiveram lesões permanentes. Silva, no olho esquerdo, e França, no olho direito. O adesivador perdeu o globo ocular. A informação foi dada pelo filho dele, o segurança Julio Campelo, que disse que os profissionais de saúde estão aguardando a região atingida desinchar para fazer uma cirurgia reparadora. Ele terá que usar uma prótese ocular.

"A polícia é para proteger cidadãos de bem, mas vimos policiais massacrando o povo cruelmente. Não venham falar que policiais são despreparados, eles têm cursos para saber lidar em situações de crise como essa. Eles sabem que, se atirar na altura do rosto, pode cegar", disse o filho de Silva. Ele também destacou que o pai não participava da manifestação - apenas estava indo ao centro da cidade para comprar material de trabalho.

Segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco, os dois feridos com gravidade realizaram avaliações oftalmológicas na Fundação Altino Ventura e continuam internados no Hospital da Restauração (HR). Um terceiro homem, Ednaldo Pereira de Lima, também ficou ferido por bala de borracha, na perna. Ele foi atendido no HR e recebeu alta hospitalar na manhã deste domingo.

Ainda no sábado, o governador de Pernambuco afastou o comandante da operação e os policiais que agrediram a vereadora Liana Cirne (PT). A Corregedoria-Geral da Secretaria de Defesa Social já iniciou a tomada de depoimentos sobre o ocorrido. Em nota, o Ministério Público do Estado afirmou que vai agir, por meio das Promotorias com atuação na capital, em relação aos fatos relacionados à ação da PM durante manifestação.

A Secretaria de Defesa Social informou que os quatro policiais que estavam na viatura de onde a vereadora foi atacada com spray de pimenta, todos integrantes da guarnição do Batalhão de Rádio Patrulha, prestaram depoimento na noite de sábado e foram afastados de suas funções operacionais. Documentos, como vídeos e fotos, foram anexados ao processo.

A vereadora Liana Cirne registrou um boletim de ocorrência e afirmou, em vídeo publicado em uma rede social, que os policiais mentiram no depoimento, acusando-a de tê-los provocado com injúrias. "Fui surpreendida na saída da delegacia com o fato de ter sido denunciada pelos policiais que me agrediram, que mentiram acintosamente sobre os fatos e me acusam de tê-los provocado com algum tipo de injúria. Felizmente, os vídeos, os fatos, falam por si mesmos. Eu estou do lado da verdade e da justiça e não tenho medo", disse Liana.

Outra ação abusiva teria ocorrido contra o repórter fotográfico João Carlos Mazella. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, ele recebeu voz de prisão e foi obrigado a entregar o equipamento durante o protesto.

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O Ministério das Relações Exteriores alemão rebateu as críticas de autoridades americanas à decisão do país de classificar a Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista de direita. "Aprendemos com nossa história que o extremismo de direita precisa ser combatido", afirmou, em comunicado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse neste sábado, 3, que o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs enviar tropas americanas ao México para ajudar seu governo a combater o tráfico de drogas, mas que ela rejeitou o plano.

As declarações de Sheinbaum foram feitas a apoiadores no leste do México, em resposta a uma reportagem do Wall Street Journal publicada na sexta, 2, descrevendo uma tensa ligação telefônica no mês passado na qual Trump teria pressionado ela a aceitar um papel maior para o exército dos EUA no combate aos cartéis de drogas no México.

"Ele disse, 'Como podemos ajudá-la a combater o tráfico de drogas? Eu proponho que o exército dos Estados Unidos venha e ajude você'. E você sabe o que eu disse a ele? 'Não, presidente Trump'", relatou a presidente do México. Ela acrescentou: "A soberania não está à venda. A soberania é amada e defendida".

"Podemos trabalhar juntos, mas vocês no território de vocês e nós no nosso", disse Sheinbaum. Com uma explosão de aplausos, ela acrescentou: "Nunca aceitaremos a presença do exército dos Estados Unidos em nosso território".

A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Sheinbaum. A postura firme de Sheinbaum neste sábado sinaliza que a pressão dos EUA por intervenção militar unilateral colocaria ela e Trump em atritos, após meses de cooperação em imigração e comércio. Fonte: Associated Press.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um cessar-fogo com a Rússia a partir deste sábado, 3, caso o país rival aceite uma trégua de, pelo menos, 30 dias. "Esse é um prazo razoável para preparar os próximos passos. A Rússia precisa parar a guerra - cessar seus ataques e bombardeios", escreveu Zelenski em seu perfil da rede social X.

Na mesma publicação, o mandatário ucraniano disse estar se preparando para importantes reuniões e negociações de política externa. "A questão fundamental é se nossos parceiros conseguirão influenciar a Rússia a aderir a um cessar-fogo total - um silêncio duradouro que nos permitiria buscar uma saída para esta guerra. No momento, ninguém vê tal prontidão por parte da Rússia. Pelo contrário, sua retórica interna é cada vez mais mobilizadora", completou, pedindo sanções à energia e aos bancos russos para pressionar o país a parar os ataques.

Mais cedo neste sábado, 3, Zelenski negou a proposta de uma trégua de 72 horas proposta pela Rússia em virtude das comemorações do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio. Os ucranianos também se negaram a garantir a segurança das autoridades que forem a território russo para as celebrações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve desembarcar em Moscou no próximo dia 8 para participar do evento. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, já está em solo russo.