Após operação no AM, depoimento de Wilson Lima é adiantado na CPI da Covid

Política
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Alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 2, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), terá de se explicar à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid na semana que vem.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), decidiu adiantar o depoimento para a próxima quinta-feira, dia 10. Inicialmente, estava marcado para 29 de junho. A decisão aconteceu após cobranças de senadores governistas, que afirmaram ser urgente a mudança de data por causa das novas suspeitas de desvio de dinheiro público que deveria ser usado para combate à covid-19 no Estado.

"Faço um apelo a Vossa Excelência: que comunique o governador do Estado do Amazonas e o convoque para estar aqui na próxima semana, na terça ou na quarta-feira", afirmou o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) ao presidente da CPI.

Para reforçar o pedido, o senador do DEM lembrou que Aziz alterou ontem a data de alguns depoimentos. Inicialmente estava previsto para acontecer nesta quarta um debate entre médicos e especialistas sobre o tratamento da covid. No lugar, acontece o depoimento da médica Luana Araújo, que foi convidada para comandar a recém-criada Secretaria Especial de Covid, mas acabou não assumindo o cargo por falta de alinhamento com o governo federal.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), adversário do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), aproveitou a operação da PF no Amazonas para pedir que seja convocado o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco Araújo Filho.

"À iminência da não vinda dos governadores, eu indago a Vosso Excelência, ainda mais agora, que teve mais uma operação hoje no Amazonas, se a gente não poderia aprovar o requerimento de convocação do Secretário de Saúde do DF, que estava preso e está solto", afirmou o tucano.

Aziz não deu uma data para votar o requerimento pedido por Izalci. Inicialmente, o presidente da CPI também estava resistente em adiantar o depoimento do governador do Amazonas, mas foi convencido após seguidos apelos de Marcos Rogério.

Mais cedo nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas a Omar Aziz e ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). "A CPI dos patifões, o presidente e o relator, que já falaram que não vão apurar desvios de recursos", declarou. "Quem conhece quem é Omar Aziz, quem é Renan Calheiros, não precisa falar mais nada", disse o presidente a apoiadores.

Em resposta, Renan disse: "Vindo da parte do presidente da República contra mim, qualquer declaração, eu a recebo desde logo como elogio". Já Omar declarou: "Não se preocupe que nós estamos fazendo o nosso trabalho. Faça o seu, se preocupe com o seu. Deixa que a CPI a gente conduz aqui bem".

Operação da PF

A PF fez buscas na casa e no gabinete do governador Wilson Lima (PSC) e tenta executar uma ordem de prisão contra o secretário estadual de Saúde Marcellus Campelo nesta quarta, 2, no âmbito da quarta fase da Operação Sangria, que investiga supostas fraudes e superfaturamento em contrato para instalação de hospital de campanha no Amazonas.

A ofensiva mira supostos crimes de organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos envolvendo empresários e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado. Ao todo, agentes cumprem seis mandados de prisão temporária e vasculham 19 endereços em Manaus (AM) e em Porto Alegre (RS).

As ordens foram expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça, que ainda autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 27 pessoas e empresas e determinou o sequestro de bens de 12 investigados, em valor que supera R$ 22,8 milhões. Durante o cumprimento de uma das ordens de prisão, contra o empresário Nilton Costa Lins Júnior, a PF foi recebida a tiros. Ninguém ficou ferido e o mandado contra o herdeiro do hospital Nilton Lins, alugado pelo governo para funcionar como hospital de campanha, foi cumprido. O investigado é da família das gêmeas Gabrielle e Isabelle Kirk Lins que são investigadas por suspeita de furar a fila da vacinação contra a covid-19 no Amazonas.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.