Vereadora negra e transexual pede escolta e relata ameaças

Política
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Vereadora de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Benny Briolly (PSOL) iniciou seu primeiro mandato em 2021. Negra e transexual, a parlamentar precisou sair do País no mês passado após os ataques que recebia passarem a incluir ameaças de morte. De volta - não revelou onde se refugiou -, ela ainda não recebeu a escolta que lhe foi prometida. Enquanto isso, por segurança, está trancada em casa, destaca o Estadão.

Criada nas favelas do Fonseca, zona norte de Niterói, Benny era atacada por sua condição de transexual havia alguns anos. Ela era assessora da ex-vereadora e hoje deputada federal Talíria Petrone (PSOL), outra niteroiense que precisou deixar o Rio depois de ameaças. Pouco antes da eleição de 2020, foi Benny que virou alvo de pessoas que passaram a ofendê-la e ameaçá-la.

"Depois da eleição, os ataques tomaram intensidade muito forte, a ponto de chegar aonde chegou", conta ela. "Ia ao restaurante e era xingada, ia ao shopping e era xingada. Existe um setor forte da direita que motiva o ódio contra a minha figura, que coloca minha figura como destruidora da 'família', destruidora de criancinhas."

Na eleição do ano passado, o País bateu recorde ao eleger 28 vereadoras trans, a maioria filiada a partidos de esquerda. Apesar da vitória eleitoral ser motivo de celebração para elas, todas disseram ter passado por algum tipo de violência nestes poucos meses de mandato, segundo pesquisa do Instituto Marielle Franco. A maior parte - 23% - afirma ter sofrido ataques que tinham como foco o fato de serem trans.

As ameaças de morte - via e-mail - levaram Benny a registrar queixa na Polícia Civil, que investiga o caso. Há uma dificuldade, no entanto, voltada para determinar autoria. A vereadora recebeu mensagens de uma conta suíça hackeada e com assinatura falsa. No dia 13 de maio, após conversar com organizações como a Anistia Internacional e o Instituto Marielle Franco, além do PSOL, a parlamentar anunciou que já estava fora do País. "Eles avaliaram que meu risco de vida é muito concreto, que a qualquer momento posso ser executada. Esses órgãos respaldaram a minha saída para que fosse cobrado do Estado e da União que minha integridade fosse assegurada", afirma.

A decisão de voltar ao País foi tomada após Benny ser incluída no Plano de Proteção do Conselho Nacional de Proteção a Defensores de Direitos Humanos. Entre as medidas asseguradas pelo plano, estava o direito a ter escolta policial. Até agora, contudo, a garantia não foi cumprida.

"Quando estava a caminho do Brasil, informaram que a PM não garantiria a escolta. Senti muito medo. Tive escolta da PF até minha casa e sigo trancada, com muito medo do que pode acontecer."

A Polícia Militar do Rio diz que ainda não forneceu agentes para a proteção de Benny por causa do trâmite burocrático. A corporação aguarda o envio de documentação por parte do Legislativo niteroiense. Quando o material chegar, aponta a PM, "o pedido será avaliado para que as providências cabíveis sejam tomadas."

Já a Polícia Civil, na qual há três boletins de ocorrência em que a vereadora aparece como vítima, explica que é necessário haver um autor específico das ameaças para justificar a medida protetiva, o que impede legalmente de concedê-la a Benny. Dos três B.O.s, dois foram registrados antes que ela assumisse o cargo - um durante a eleição e outro depois da vitória - na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). "O caso foi registrado como injúria por preconceito e ameaça. O inquérito foi enviado ao Ministério Público", informou a polícia.

O terceiro caso, em abril, gerou boletim na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) para apurar o delito de transfobia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 1, que nomeará o secretário de Estado, Marco Rubio, como conselheiro interino de Segurança Nacional para substituir Mike Waltz, que foi indicado para ser embaixador dos EUA na ONU.

Trump anunciou as medidas logo após a divulgação da notícia de que Waltz e seu vice, Alex Wong, deixariam o governo.

"Tenho o prazer de anunciar que nomearei Mike Waltz como o próximo Embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Desde seu tempo de uniforme no campo de batalha, no Congresso e como meu Conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz tem se dedicado a colocar os interesses da nossa nação em primeiro lugar", escreveu Trump nas redes sociais.

"Enquanto isso, o Secretário de Estado Marco Rubio atuará como Conselheiro de Segurança Nacional, mantendo sua forte liderança no Departamento de Estado. Juntos, continuaremos a lutar incansavelmente para Tornar a América, e o mundo, seguros novamente."

Existe um precedente para o Secretário de Estado servir simultaneamente como Conselheiro de Segurança Nacional. Henry Kissinger ocupou ambos os cargos de 1973 a 1975.

Signalgate

Ex-deputado republicano da Flórida, Waltz ganhou atenção internacional em março após incluir por engano o editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, em um grupo na plataforma Signal que reunia várias autoridades do país e onde foram discutidos ataques militares de Washington contra os Houthis, no Iêmen.

Depois do papel no 'Signalgate', o conselheiro agora é acusado de deixar a conta no aplicativo Venmo aberta.

O aplicativo tem função de pagamento online, semelhante ao Paywall, mas com funções de redes sociais que permitem que os usuários curtam e compartilhem postagens. Ele está disponível somente nos Estados Unidos.

Decisão

Aliados do núcleo mais extremista de Trump, como Laura Loomer, já criticavam Waltz desde antes do Signalgate. Segundo Loomer, Waltz faz parte de uma ala do Partido Republicano que não está em sintonia com a agenda do presidente americano.

Trump tentou evitar a demissão de Waltz e apoiou o seu conselheiro depois do Signalgate, mas a pressão do núcleo duro do presidente fez a diferença.

Em seu primeiro mandato, Trump teve quatro conselheiros de Segurança Nacional, quatro chefes de gabinete da Casa Branca e dois secretários de Estado.

A mudança de Waltz de conselheiro de Segurança Nacional para indicado a embaixador na ONU significa que ele agora terá que enfrentar o processo de confirmação do Senado, que conseguiu evitar em janeiro.

O processo, que se mostrou difícil para várias das escolhas de Trump para o gabinete, dará aos congressistas, especialmente os democratas, a primeira chance de questionar Waltz sobre sua decisão de compartilhar informações sobre um iminente ataque aéreo americano no Signal./Com Associated Press