Antipetismo de esquerda fica isolado no PSOL e divide PDT

Política
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Fortalecido após chegar ao segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo no ano passado, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, deve se consolidar como a principal liderança nacional do PSOL e isolar as correntes antipetistas da legenda em setembro, quando o partido vai realizar seu próximo congresso.

Pelas projeções de líderes do partido ouvidos pelo Estadão, a chapa articulada por Boulos deve vencer a corrente que é contra uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva na disputa presidencial do ano que vem - o petista, que recuperou os direitos políticos, lidera as pesquisas de intenção de voto à Presidência.

Fundado a partir de uma dissidência do PT, o partido lançou candidatura própria em todas as eleições presidenciais desde a sua criação, em 2005. Com um discurso de oposição sistemática à esquerda aos governos petistas, o PSOL caminha agora para uma nova correlação interna de forças. Batizada como "Revolução Solidária", a corrente criada por Boulos se uniu ao grupo "Primavera Socialista", liderado pelo deputado Ivan Valente, que também prega uma aproximação com o PT.

"Essa vai ser a principal disputa no congresso do PSOL: uma posição pública sobre 2022. Na nossa avaliação, não há um cenário que indique vitória do Bolsonaro no 1° turno. Não faz sentido o PSOL abrir mão de sua independência e programa", disse a deputada federal Sâmia Bomfim (SP).

Ela integra o grupo Movimento Esquerda Socialista (MES), que é contra o apoio a Lula a até "lançou" o deputado Glauber Braga (RJ) como pré-candidato ao Palácio do Planalto. "Desde que recuperou seus direitos políticos, o Lula sinaliza mais para o Centrão e a direita liberal do que à esquerda. Seria irresponsabilidade o PSOL não apresentar um nome próprio", disse.

Dissidente do PT e um dos fundadores do partido, Ivan Valente discorda. "Lula é muito competitivo e tem uma atração muito forte na base do eleitorado progressista. Ainda tem gente com a visão de que o PT pode cooptar o PSOL. Não vejo esse risco", afirmou.

Procurado, Boulos não se manifestou sobre a disputa interna, mas seus aliados dizem que ele vai entrar "com tudo" no congresso do partido após filiar militantes do MTST, do movimento estudantil e de movimentos sociais que o apoiaram na eleição. Alinhado com Boulos, o atual presidente do PSOL, Juliano Medeiros, deve ser reconduzido ao cargo.

Enquanto o PSOL se move para a órbita de Lula, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) adotou o antipetismo como uma estratégia em busca do eleitor de esquerda que se decepcionou com o ex-presidente. Esse discurso causou reações no PDT.

O primeiro a vocalizar a discordância foi o deputado federal Túlio Gadelha (PE), que se reuniu recentemente com Boulos e outras lideranças do PSOL em uma sinalização de que pode mudar de partido. Em entrevistas, Gadelha disse achar um "erro" os ataques de Ciro a Lula.

O ex-deputado Miro Teixeira (RJ), que deixou a Rede e voltou ao PDT este ano para coordenar a campanha de Ciro, disse que discorda "dessa linha radical contra Lula".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.