'Lado D' debate sociedade e democracia

Política
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Qual é a educação que prepara para o mundo? Somos pobres porque somos desiguais? Nascemos ou nos tornamos racistas? Essas e outras questões essenciais para os rumos do País são o ponto de partida para os debates do programa Lado D, apresentado pelo cientista político Luiz Felipe d'Avila. Parceria entre o Centro de Liderança Pública (CLP) e o Estadão, o programa reúne influenciadores e personalidades de origens e pontos de vista distintos, num diálogo plural e profundo, ainda que descontraído.

O primeiro dos oito episódios do programa vai ao ar na próxima terça-feira, dia 15, com a participação do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e da médica do SUS Thelma Assis, vencedora da penúltima edição do BBB, da TV Globo. Mediado por d'Avila, fundador do CLP, o debate terá ainda participações especiais do médico Fred Inácio e da jornalista Fabiana Cambricoli, especialista em Saúde do jornal.

"O Lado D está em sintonia com o objetivo do Estadão de buscar caminhos para fortalecer nossa democracia, tão ameaçada no momento atual", diz João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado. "Com ajuda dos nossos jornalistas e colunistas, o programa abordará temas que são fundamentais para a construção de uma sociedade melhor."

Para d'Avila, o programa promove a pluralidade e a diversidade, a capacidade de dialogar essencial para que o Brasil avance como nação democrática. "Queremos estimular o debate plural, mostrar como é possível dialogar com pessoas e grupos que pensam diferente entre si e criar o 'mínimo denominador comum', encontrando ali coisas que nos fazem pensar, que nos desafiam a furar a bolha em que cada um costuma se fechar", afirma o cientista político.

Segundo ele, hoje, o debate na sociedade como um todo tem sido prejudicado pelo excesso de truculência. "Precisamos resgatar a beleza da democracia e estimular suas virtudes, como a tolerância e a civilidade."

Pandemia. Os episódios serão semanais, com estreia sempre às terças-feiras e duração máxima de 20 minutos. As gravações, realizadas de forma presencial, respeitaram recomendações de segurança sanitária em meio à pandemia, incluindo o distanciamento entre os participantes.

O SUS e a pandemia abrem a série, que abordará também os temas racismo, igualdade de gênero, violência e impunidade, desigualdade social, democracia nas redes, sociedade e educação. O último episódio, que reúne a coordenadora do Todos pela Educação, Priscila Cruz, e o filósofo e professor de Ética, Clóvis de Barros Filho, vai ao ar no dia 3 de agosto. A jornalista do Estadão Renata Cafardo, especialista no tema, e o neurocientista Miguel Nicolelis também participam do programa.

"Os episódios serão veiculados nas plataformas digitais do CLP e do Estadão", explica o diretor do Lado D e publicitário Chico Mendez. A ideia central do formato do programa, um bate-papo livre, conduzido pelas provocações de d'Avila aos debatedores, além das informações e comentários gravados por jornalistas, colunistas e convidados especiais, "cria pontes" entre as pessoas, entre o universo da gestão pública e da academia, onde atua diretamente o CLP, com a sociedade.

Entre os debatedores, há personalidades como a atriz Suzy Pires e a jornalista Adriana Araújo, discutindo igualdade de gênero, com a participação da cartunista Laerte e do jornalista João Abel. Outro destaque é o episódio sobre desigualdade social, com Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, e o músico e empresário Evandro Fióti. O programa terá ainda intervenções do colunista Pedro Fernando Nery e da influenciadora digital Camilla de Lucas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu palavras de incentivo e conselhos para os graduandos da Universidade do Alabama, na noite desta quinta-feira, 1º, em um exaltado discurso que ainda teve a imitação de uma levantadora de peso transgênero, acusações de que juízes interferem na agenda da Casa Branca e ataques ao ex-presidente Joe Biden.

A fala foi bem recebida pela plateia do Alabama, Estado em que Trump saiu vitorioso nas três vezes que concorreu à presidência. "Vocês são a primeira turma de formandos da era de ouro da América", disse o presidente aos estudantes, antes de ingressar em um típico comício eleitoral.

Trump voltou a afirmar que os Estados Unidos eram "explorados" antes de voltar ao poder e que os quatro anos do governo de Joe Biden "não foram bons para o nosso país". "Mas não deixem isso assustar vocês", afirmou, aos estudantes. "Foi uma aberração."

Ao criticar a participação de mulheres transgênero nos esportes, o presidente americano imitou uma levantadora de peso. Já quando se referiu aos magnatas da tecnologia, disse que todos o odiavam no primeiro mandato (2017-2021), mas o bajulam agora.

Trump disse mais uma vez, sem provas, que a eleição de 2020, que perdeu para Biden, foi "manipulada".

O presidente americano ainda exaltou a aplicação de tarifas de importação contra parceiros comerciais, o endurecimento da política migratória e outras medidas adotadas nos primeiros cem dias de governo. Trump também criticou a imprensa e deu conselhos de carreira para os formandos. "Nunca, jamais desista", afirmou.

Trump voltou a atacar juízes que barram iniciativas da Casa Branca. "Juízes estão interferindo, supostamente baseados no devido processo legal", disse. "Mas como você pode dar o devido processo legal a pessoas que entraram ilegalmente em nosso país?", questionou. Fonte: Associated Press.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".