CPI: Governo responsabiliza gestão estadual e empresa por crise em Manaus

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A base do governo do presidente Jair Bolsonaro apontou responsabilidades do governo do Amazonas e da empresa White Martins no colapso do sistema de saúde em Manaus, no início do ano. A crise, provocada pela falta de oxigênio para atender pacientes do novo coronavírus, é um dos fatos investigados pela CPI da Covid. Integrantes da comissão, porém, apontam omissão do governo federal no episódio.

Durante depoimento na CPI, nesta terça-feira, 15, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo informou ter ligado para o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, solicitando apoio logístico para envio de cilindros de oxigênio de Belém para Manaus no dia 7 de Janeiro. O envio da primeira remessa foi viabilizada no dia seguinte, de acordo com Campêlo. Pazuello argumenta que só soube da iminente falta de oxigênio no dia 10.

"A narrativa aqui é que parece que há uma eternidade entre o contato e a resposta do ministro e, quando a gente está diante dos fatos, verifica que não é bem assim", disse o senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado de Bolsonaro. "Na ligação, não havia o colapso caracterizado. Isso se deu quando a White Martins não fez a entrega do que tinha acordado com o governo do Estado", disse o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). "Isso tem que ser investigado."

A versão da tropa de choque do governo federal foi contestada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). "Quando o governo do Amazonas comunica ao governo federal, dia 7, que precisava transportar oxigênio, era porque alguma coisa já não estava normal", disse Aziz, afirmando que o líder do governo estava fazendo uma "defesa brilhante" do Executivo federal e do ex-ministro Eduardo Pazuello.

Campêlo divergiu da base do governo ao falar sobre quando encaminhou ao Ministério da Saúde o alerta da empresa White Martins sobre a falta de fornecimento. O secretário diz ter enviado o comunicado à pasta no dia 8. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), porém, argumenta que esse e-mail só chegou ao ministério no dia 16. Documentos da empresa White Martins, por outro lado, mostram que, além dos alertas feitos em janeiro, a empresa avisou a administração estadual sobre o aumento da demanda em julho e em setembro do ano passado.

Em nota, a White Martins reforçou que avisou a gestão estadual em julho e setembro do ano passado sobre o volume de oxigênio consumido acima do contratado, sem ter tido retorno formal. A companhia argumenta ainda que, no dia 7 de janeiro de 2021, comunicou à secretaria do Amazonas a necessidade de esforços adicionais para suprir a demanda "crescente e descontrolada" de oxigênio acima da capacidade de produção da empresa. "Cabe ressaltar que a White Martins não recebeu da Secretaria Estadual de Saúde informação prévia a respeito de aumento da demanda de oxigênio para as instituições do Estado. Como uma mera fornecedora, a empresa reforça que não tem dever ou qualificação técnica para fazer a gestão da saúde pública", diz a nota.

Em outra categoria

O Ministério das relações Exteriores (MRE) se prepara para receber nesta quarta-feira, 26, às 11h30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião de sherpas do Brics iniciada nesta terça, 25, no Palácio do Itamaraty. Os sherpas são os negociadores-chefes de cada um dos 11 membros do bloco.

A presença do chefe do Executivo, porém, ainda não foi confirmada, o que deve ocorrer apenas no fim do dia, quando a agenda do mandatário é divulgada pelo Palácio do Planalto. Há a expectativa de que Lula faça um discurso, caso o petista participe do evento de quarta.

Chefes de Estado e de governo não costumam participar das reuniões de sherpas. Geralmente, estão presentes apenas na cúpula de líderes, que este ano está marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Como o Brasil está com a presidência rotativa do grupo e o encontro ocorre em Brasília, avaliou-se que poderia ser um gesto de cortesia do anfitrião.

Na manhã desta terça, estão reunidos os 11 sherpas do Brics no Itamaraty. Havia a previsão de que, como convidado, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fizesse um discurso de abertura aos convidados. O texto deve ser divulgado à imprensa. O sherpa brasileiro é o embaixador Mauricio Lyrio, que teve a mesma função durante as reuniões do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que também ocorreu no Brasil no ano passado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 24, que as tarifas sobre importações do México e do Canadá "irão adiante" quando um adiamento de 30 dias expirar na semana que vem. A notícia, que veio nos últimos 40 minutos de negociação na segunda-feira, arrastou o S&P 500 para baixo.

Esse é o primeiro dos quatro prazos tarifários iminentes de Trump nas próximas seis semanas. Trump voltou a dizer que os EUA "foram aproveitados" por parceiros comerciais, mas que pretende "ganhar muito território".

Se confirmadas, as tarifas devem entrar em vigor a partir do dia 4 de março, quando expira o prolongamento do prazo anunciado pelo presidente americano. As tarifas incluem taxas de 25% sobre todas as importações mexicanas e canadenses, com uma exceção apenas da tarifa de 10% das importações de energia do Canadá. Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira, 24, uma nova rodada de sanções contra dezenas de pessoas e petroleiros na China, Emirados Árabes Unidos e na Índia por supostamente ajudarem a financiar o Irã.

O Tesouro dos EUA e os departamentos de Estado dos EUA sancionaram 22 indivíduos ou empresas e 13 navios petroleiros, incluindo os chefes da National Iranian Oil Co. e da Iranian Oil Terminals Co., por seu papel na intermediação da venda e transporte de petróleo iraniano.

Entre os sancionados, ainda estão o CEO da empresa petrolífera nacional do Irã, Hamid Bovard, assim como intermediários com sede nos Emirados Árabes Unidos e Hong Kong e empresas que fretam navios da Índia e da Malásia, de acordo com o Departamento do Tesouro.

Segundo o Departamento de Estado americano, essa "rede" permitiu que o petróleo iraniano fosse transportado ilegalmente para "compradores na Ásia". "Possibilitou o envio de dezenas de milhões de barris de petróleo no valor de centenas de milhões de dólares", disse o governo americano.

No início de fevereiro, Washington já havia anunciado sanções financeiras contra uma "rede internacional" acusada de fornecer petróleo iraniano à China para financiar as atividades militares de Teerã.

As sanções envolvem o congelamento de ativos que as empresas sancionadas detêm direta ou indiretamente nos Estados Unidos e a proibição de empresas sediadas nos EUA ou cidadãos americanos de negociar com as empresas sancionadas, correndo o risco de também serem sancionados.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, disse em uma declaração que "enquanto o Irã dedicar suas receitas de energia ao financiamento de ataques contra nossos aliados, apoiando o terrorismo ao redor do mundo ou buscando outras ações desestabilizadoras, usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para responsabilizar o regime".

Elas também dificultam a negociação das empresas sancionadas, limitando sua capacidade de usar o dólar em suas transações, devido ao risco de ficarem sob a jurisdição americana.

Um relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA de outubro de 2024 estima que o Irã arrecadou US$ 253 bilhões em receitas de petróleo durante as presidências de Joe Biden e Trump, entre 2018 e 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)