Campêlo: W. Martins pediu que AM não ativasse UTIs até normalização de oxigênio

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, 15, o ex-secretário de Saúde do Estado do Amazonas Marcellus Campêlo relatou que a empresa fornecedora de oxigênio White Martins chegou a pedir que o Estado paralisasse momentaneamente a ativação de mais leitos de UTI até que a companhia pudesse ampliar o fornecimento do oxigênio. A conversa, segundo ele, ocorreu no dia 7 de janeiro.

"Estavam preocupados com aumento de consumo e precisariam fazer uma programação do fornecimento. Então a White Martins pediu que não ativássemos mais nenhum leito de UTI até o sinal da empresa que poderia ter segurança para a ampliação do fornecimento de oxigênio, e assim fizemos, ativar somente na anuência da empresa com segurança. Aí nesse dia informamos que tínhamos capacidade de aumentar em 150 leitos", disse ele.

O ex-secretário foi então questionado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), de como o Estado poderia ter parado de ativar leitos em razão do pedido de uma empresa privada. Campêlo respondeu que a paralisação não foi necessária porque, no mesmo dia (uma quinta-feira), a White Martins apresentou uma programação de fornecimento de oxigênio, em que novas cargas no insumo começariam a chegar no sábado.

Por sua vez, num terceiro contato da empresa com o ex-secretário no dia 7, a White Martins também pediu apoio do governo estadual para realizar uma requisição administrativa, porque estava enfrentando dificuldades para comprar um estoque de 20 mil metros cúbicos de oxigênio disponíveis em uma outra empresa, a Carbox. "Consultei o setor jurídico (do governo) e foi orientado que White Martins formalizasse pedido para fazermos esse processo", disse Campêlo.

Tratamento precoce

Durante a fala inicial à CPI, o ex-secretário também relembrou que, no dia 31 de dezembro, diante da alta de casos, o governo estadual enviou ofício ao Ministério da Saúde pedindo a presença da Força Nacional no Amazonas. Campêlo destacou também a viagem da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que chegou em Manaus no dia 4 de janeiro. Segundo o ex-secretário, a "ênfase" da visita de Mayra foi no chamado tratamento precoce da covid-19, composto por medicamentos sem eficácia comprovada, como cloroquina.

"E vimos uma ênfase da Dr. Mayra em relação ao tratamento precoce e disponibilização, relatando novo sistema que poderia ser usado e seria apresentado, o TrateCov. Viagem dela se deu com mais ênfase na atenção primária, para trabalhar com as prefeituras", relatou ele.

Em outra categoria

O secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, disse nesta terça, 11, que a Ucrânia deu um passo positivo ao aceitar o cessar-fogo de 30 dias proposto pelos americanos e espera que os russos retribuam. "A bola agora está no campo da Rússia em relação à paz na Ucrânia".

Rubio declarou à jornalistas que o único jeito de sair da guerra é com uma negociação e que o cessar-fogo "é um início para as discussões de como acabar com a guerra de forma permanente".

Em coletivo junto ao secretário de Estado, o assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, afirmou que irá falar com seu homólogo russo nos próximos dia.

Sobre prazos para assinatura de um acordo, Waltz e Rubio disseram que querem realizá-lo o mais cedo possível.

O Hamas anunciou nesta terça-feira, 11, o início das negociações com Israel e um representante dos Estados Unidos para a segunda fase de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "Esperamos que esta rodada traga avanços significativos para o início da próxima fase das negociações, pavimentando o caminho para o fim da agressão, a retirada da ocupação de Gaza e a conclusão de um acordo de troca de prisioneiros", afirmou o grupo.

O Hamas também declarou que o governo dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, é responsável "politicamente, legalmente, humanitariamente e moralmente" pelo apoio irrestrito ao governo de ocupação extremista de Israel, que, segundo o grupo, comete crimes de assassinato e deslocamento forçado contra o povo palestino.

Em um comunicado, o movimento exigiu que a comunidade internacional, junto a organizações humanitárias e de direitos humanos, pressione Israel para interromper as "graves violações" que, segundo o Hamas, podem "ameaçar" a segurança e a estabilidade na região e no mundo.

O primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, alertou nesta terça, 11, sobre uma possível "recessão Trump" e afirmou que não "hesitará" em interromper as exportações de energia elétrica para os Estados Unidos, caso o republicano continue a "prejudicar famílias canadenses".

Em entrevista à CNBC, Ford declarou: "Se entrarmos em uma recessão, ela será chamada de recessão Trump". Ao ser questionado sobre a possibilidade de paralisar as exportações de eletricidade, ele acrescentou: "Essa é a última coisa que eu quero fazer. Eu quero enviar mais eletricidade para os EUA, para nossos aliados mais próximos ou nossos melhores vizinhos do mundo. Quero enviar mais eletricidade."

No entanto, Ford destacou que a energia é uma "ferramenta em nosso arsenal" no contexto da guerra comercial promovida por Trump. "À medida que ele Trump continua prejudicando as famílias canadenses, as famílias de Ontário, eu não hesitarei em fazer isso. Essa é a última coisa que eu quero fazer", completou.

As declarações de Ford ocorreram após Trump anunciar uma tarifa adicional de 25% sobre o aço e alumínio canadenses, elevando a taxa para 50%, em resposta à sobretaxa de 25% imposta por Ontário sobre a eletricidade exportada para os EUA.