Manifestantes contra Bolsonaro ocupam Avenida Paulista e centro de Salvador

Política
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Uma das principais avenidas de São Paulo e uma boa parte do centro de Salvador estavam tomadas de manifestantes na tarde deste sábado, 19. Eles protestam de forma pacífica contra o presidente Jair Bolsonaro e em revolta à marca fúnebre de meio milhão de mortos por covid-19. Até o meio da tarde, protestos contra a má gestão da pandemia e do governo Bolsonaro também eram vistos nas ruas de 23 Estados e no Distrito Federal.

Em São Paulo, por volta das 15h, manifestantes fechavam a Avenida Paulista, no sentido Consolação. O vão livre do Museu de Artes de São Paulo (MASP) foi protegido por grades, o que provocava pequenas aglomerações ao redor do carro de som estacionado em frente ao MASP.

A maior parte dos manifestantes usava máscara e tentava atender às recomendações para manter o distanciamento. Uma barraca foi montada na Avenida Paulista para doação de máscaras e distribuição de cartilhas informativas com recomendações para mitigar o risco de transmissão do coronavírus.

O protesto ganhou adesão de novos grupos em relação ao último ato, como o PT e a Central Única de Trabalhadores (CUT), que passaram a atuar de maneira explícita na mobilização. Embora tenha apoio de diversos movimentos, de frentes suprapartidárias a grupos de defesa de direitos LGBTQI+, um grupo exibia mensagens em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "volta Lula". Líder em pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial em 2022, o petista cogitou participar pessoalmente do protesto em São Paulo, mas foi desaconselhado por aliados com receio de provocar mais aglomerações e dar caráter eleitoral às manifestações.

Um grupo de ciclistas se juntou ao movimento e foi aplaudido ao chegar ao lado do carro de som. "Muito melhor do que a motociata do Bolsonaro é a nossa bicicleciata", dizia um dos organizadores do protesto, do alto do carro de som. "Não vamos sair da rua enquanto Bolsonaro não sair do poder", afirmou uma militante, ao microfone, antes de o protesto entoar o grito "Fora Bolsonaro".

Em Salvador, a militância tomou o centro da cidade em protesto na tarde deste sábado, 19. Os manifestantes voltaram a chamar o presidente de genocida e cobraram "vacina, comida e emprego". Centrais sindicais e movimentos estudantis formaram a linha de frente do grupo, que deu a volta nas imediações do Largo do Campo Grande, passou pelo Forte de São Pedro - depósito de suprimentos do Exército - e retornou ao largo. A manifestação na capital baiana foi acompanhada pela PM e ocorreu de forma pacífica.

No último dia 29 de maio, dezenas de milhares de pessoas protestaram contra o presidente em mais de 200 cidades. Apesar de maior atenção às recomendações de segurança, como o uso de máscaras durante todo o percurso, foram registradas aglomerações. Os protestos ocorreram de maneira pacífica, exceto no Recife, onde a repressão policial resultou em duas pessoas cegas parcialmente e outros feridos. O presidente Bolsonaro, na ocasião, minimizou tais atos, chegando a afirmar que faltou "erva e dinheiro" para os presentes. No sábado passado, Bolsonaro participou em São Paulo de uma motociata em defesa de seu governo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.