Durante palestra, Barroso defende semipresidencialismo e critica voto impresso

Política
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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, voltou a criticar a proposta de voto impresso nesta segunda-feira, 5, destacando que 'a história brasileira com o voto em papel é trágica' e reagindo à 'campanha de desinformação' contra as urnas eletrônicas. O ministro ainda defendeu que o Brasil adote um modelo de semipresidencialismo - similar ao de países como Portugal e França-, com a eleição de um presidente e um primeiro-ministro indicado por este, para controlar o que chamou de 'hiperpresidencialismo'.

"A história da América Latina tem sido uma história de alternância de regimes autoritários com governos que precisam de maioria para a sustentação política. O semipresidencialismo é a inovação que deveríamos implantar no Brasil em 2026", indicou.

As declarações se deram em palestra que abriu o 'Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro & XI Jornada de Pesquisa e Extensão da Câmara dos Deputados'. O evento é organizado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) em parceria com a Câmara dos Deputados, a Universidade de Brasília (UnB) e Economics and Politics Research Group (EPRG).

Barroso explicou que, no regime semipresidencialista, o 'presidente é eleito de forma direta, tem competências como ser comandante das Forças Armadas, nomear os embaixadores e poder apresentar projetos, além de indicar o primeiro-ministro'. É este último que faria a administração e conduziria 'o varejo político', indicou o presidente do TSE.

"Eventualmente, esse primeiro-ministro pode perder a sustentação política. E aí entra o modelo parlamentarista, pela possibilidade de sua destituição pelo voto de confiança no Parlamento. O presidente não fica sujeito a essas turbulências políticas. E mesmo que o primeiro-ministro caia, o presidente permanece no cargo como um fiador da democracia", explicou Barroso.

Elogio de Gilmar

A menção de Barroso ao semipresidencialismo foi notada pelo colega do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Em seu perfil no Twitter, o ministro cumprimentou o presidente do TSE pela 'importante defesa da proposta', frisando que, desde 2017, 'cultiva essa alternativa para a superação dos déficits de governabilidade do modelo atual'.

"As sucessivas crises do nosso sistema - com incansáveis invocações de impeachment - reclamam uma reforma que garanta a co-responsabilidade do Congresso Nacional nos deveres de Governo. Representatividade e governabilidade podem andar juntas", afirmou Gilmar.

Os cumprimentos a Barroso configuram o primeiro aceno público de Gilmar a Barroso após o bate-boca entre os ministros durante o julgamento do STF que declarou a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no processo que levou à primeira condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, a do triplex do Guarujá. Com a decisão, o caso voltou à estaca zero.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou há pouco que o exército russo está acumulando tropas ao longo da fronteira leste do país. Isso, segundo ele, "indica que Moscou pretende continuar ignorando a diplomacia" e tem a intenção de atacar a região de Sumy.

"Está claro que a Rússia está prolongando a guerra. Estamos prontos para fornecer aos nossos parceiros todas as informações reais sobre a situação no front, na região de Kursk e ao longo de nossa fronteira", disse Zelensky, em publicação na rede social X.

A publicação também afirma que a situação na direção da cidade de Pokrovsk foi estabilizada, e que as tropas ucranianas continuam retendo agrupamentos russos e norte-coreanos na região de Kursk.

Segundo Zelensky, o programa de mísseis da Ucrânia teve "resultados tangíveis", com o míssil longo Neptune testado e usado "com sucesso" em combate.

O presidente também disse que o Ministério de Defesa da Ucrânia apresentou um relatório sobre novos pacotes de apoio de outros países. "Sou grato a todos os parceiros que estão ajudando", acrescenta.

O Hamas disse neste sábado que só libertará um refém americano-israelense e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade, que morreram em cativeiro, se Israel implementar o atual acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A organização chamou a proposta de um "acordo excepcional" destinado a colocar a trégua de volta nos trilhos.

Um alto oficial do Hamas disse que as conversas há muito adiadas sobre a segunda fase do cessar-fogo precisariam começar no dia da liberação de reféns e não ultrapassar uma duração de 50 dias. Israel também precisaria parar de barrar a entrada de ajuda humanitária e se retirar de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

O refém americano-israelense Edan Alexander, 21 anos, cresceu em Nova Jersey, nos EUA, e foi raptado da sua base militar durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Ele é o último cidadão americano vivo detido em Gaza.

O Hamas também exige a liberação de mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns, disse o oficial, que falou sob condição de anonimato.

Não houve comentários imediatos de Israel, onde os escritórios do governo estavam fechados para o Sabbath (descanso) semanal. O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas na sexta-feira de "manipulação e guerra psicológica" quando a oferta foi inicialmente feita, antes de o Hamas detalhar as condições.

A Rússia e a Ucrânia trocaram intensos ataques aéreos na madrugada deste sábado, com ambos os lados reportando mais de 100 drones inimigos sobre seus respectivos territórios.

O ataque ocorre menos de 24 horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, encontrar-se com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, para discutir detalhes da proposta americana de um cessar-fogo de 30 dias na guerra com a Ucrânia.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que derrubou 126 drones ucranianos, 64 dos quais foram destruídos sobre a região de Volgogrado. Drones também foram abatidos sobre as regiões de Voronezh, Belgorod, Bryansk, Rostov e Kursk, disseram autoridades.

Já a força aérea da Ucrânia disse que a Rússia lançou uma enxurrada de 178 drones e dois mísseis balísticos sobre o país durante a noite.

A Rússia atacou instalações de energia nas regiões de Dnipropetrovsk e Odessa, causando danos significativos, disse a empresa privada de energia da Ucrânia DTEK