Lula volta a criticar Bolsonaro e defende diálogo em reunião da Celac

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante a VII Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) nesta terça-feira, 24, em Buenos Aires. O Brasil não participava da Cúpula, criada em 2010, há três anos, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o bloco alegando que o País não podia participar de uma cúpula com países antidemocráticos, referindo-se a Venezuela, Cuba e Nicarágua. O petista falou por cerca de 12 minutos e afirmou que retornar à cúpula dá a ele uma sensação de reencontro consigo mesmo.

Diálogo, integração e cooperação foram o mote do discurso de Lula, que voltou a repetir que a Celac é um bloco que não está sob a tutela estrangeira e que por isso deve se unir em prol dos desafios globais, como defesa do meio ambiente e povos originários, igualdade de gênero, segurança alimenta e energética e o enfretamento da pobreza e da fome. "Para crescer de maneira sustentável é preciso respeitar e proteger nossos povos originários e trabalhar para que a cor da pele deixe de definir o futuro de nossos jovens", ressaltou.

Em defesa de uma postura globalista, o presidente afirmou que não quer importar para a região "rivalidades e problemas particulares" dos países e reconheceu um quadro mundial de ameaças à democracia. Lula chegou a repudiar os ataques em Brasília no último dia 8 de janeiro. "Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política", destacou. No entanto, o presidente não fez nenhuma referencia a países como Nicarágua, Cuba e Venezuela, que foram as razões da saída do antigo governo do bloco e que sofrem críticas internacionais por seus regimes autoritários.

Mais cedo, o anfitrião do evento, Alberto Fernández, em consonância com o discurso de Lula, também citou os atentados em Brasília e atribuiu a ameaça a democracia à extrema direita, assim como a tentativa de assassinado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no dia 01 de setembro de 2022; a tentativa de magnicídio está sob investigação e um grupo de extrema-direita é investigado de participação na tentativa de assassinato da vice. "Não podemos permitir que essa direita fascista coloque em risco a institucionalidade de nossos povos", afirmou Fernandez.

Apesar de Lula reforçar o discurso de integração latino-americana, ele ressaltou que para o desenvolvimento da região é essencial o diálogo com sócios como União Europeia, China, Índia e União Africana.

Lula também aproveitou o retorno do Brasil a Celac para lembrar que o país se apresentou para sediar a COP-30, em Belém do Pará, em 2025 e aproveitou para agradecer o apoio que está recebendo para a candidatura dos países da cúpula: "Esse apoio é indispensável par que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, potencial sustentável e da economia verde, além, é claro da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima", finalizou.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou neste domingo, 2, em entrevista coletiva, que a nação insular ajudará a Ucrânia com 1,6 bilhão de libras (cerca de US$ 2 bilhões) para a compra de mais de 5 mil mísseis aéreos. Segundo ele, o apoio criará empregos na defesa britânica, além de ser "vital" para proteger infraestruturas críticas da Ucrânia. A declaração ocorreu após a cúpula organizada por Starmer com líderes globais para discutir a guerra na Ucrânia.

Entre os pontos discutidos na reunião, o líder britânico disse que os líderes concordaram em manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar a pressão econômica sobre a Rússia, além de garantir que a Ucrânia participe das decisões. Starmer acrescentou, ainda, que as capacidades de defesa ucranianas continuariam tendo apoio, mesmo em caso de um acordo de paz, a fim de deter "qualquer invasão futura".

Starmer também destacou que, para dar suporte à paz no continente de forma efetiva, os esforços precisam do apoio dos Estados Unidos, reforçando que conversou com o presidente norte-americano, Donald Trump, no dia anterior, antes da cúpula. Em resposta aos jornalistas, o primeiro-ministro disse que "ninguém quer ver o que aconteceu na sexta-feira", se referindo ao bate-boca entre os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos, mas ele rejeitou que os EUA não sejam um aliado. Starmer afirmou que os EUA têm sido, nas últimas décadas, um aliado de confiança do Reino Unido.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste domingo (2) que apresentará na próxima semana um plano para "rearmamento da Europa", para reforçar a segurança do bloco.

Ao fim da cúpula sobre defesa e segurança da Ucrânia, realizada neste domingo em Londres, a chefe do poder executivo da União Europeia (UE) disse que revelará o plano aos chefes de Estado e governo europeus durante uma cúpula da UE em Bruxelas.

"Todos nós entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado. É para a segurança da União Europeia", disse.

Von der Leyen acrescentou que o plano poderia, por exemplo, ajudar a desenvolver escudos aéreos avançados.

Quanto ao futuro da Ucrânia, ela afirmou que as garantias de segurança são de extrema importância para o país devastado pela guerra. "Temos que colocar a Ucrânia em uma posição de força, para que ela tenha os meios para se fortalecer e se proteger", disse. "É transformar a Ucrânia em um porco-espinho de aço que é indigesto para invasores em potencial."

A jornalistas, no fim da Cúpula de Londres, Von der Leyen também disse que eles querem que os EUA vejam que estão preparados para defender a democracia.

A cúpula deste domingo, organizada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, incluiu mais de 19 líderes, em sua maioria europeus, mas também incluiu o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse neste domingo (2) aos líderes europeus que eles precisam intensificar o apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia e agir diante de um "momento único em uma geração" para a segurança da Europa. Starmer afirmou na cúpula, sediada em Londres, que alcançar um bom resultado para a Ucrânia era "vital para a segurança de cada nação aqui e muitas outras também".

Na chegada à Lancaster House, local do encontro, Starmer recebeu o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, com um abraço, assim como ocorreu no dia anterior, quando o ucraniano chegou em Londres.

Já no começo da reunião, Starmer e Zelenski se sentaram lado a lado, acompanhados pelo presidente francês Emmanuel Macron. Starmer disse aos líderes que os três concordaram em trabalhar em um plano para encerrar os combates e apresentá-lo aos Estados Unidos, que discutem intermediar um acordo de paz. "Precisamos concordar com os passos a serem dados a partir dessa reunião para entregar paz por meio da força para o benefício de todos", afirmou.

Nos bastidores, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, se encontrou com Zelenski neste domingo, reafirmando o apoio da Itália à Ucrânia. O escritório de Meloni disse que ela expressou apoio, junto aos parceiros europeus e ocidentais e aos Estados Unidos, "para construir uma paz justa e duradoura, que garanta um futuro de soberania, segurança e liberdade para a Ucrânia". Na véspera da reunião, Meloni conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas o conteúdo da ligação não foi divulgado.

Também presente no encontro, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, declarou aos jornalistas na manhã deste domingo, antes de embarcar para Londres, que iria para a cúpula com uma mensagem de que a Europa deve acreditar que pode ser uma grande potência militar. No aeroporto, ele destacou que a Europa tem 2,6 milhões de soldados, mais do que os EUA, China ou Rússia. "A Europa tem uma vantagem sobre todos aqui", afirmou.

Participam da cúpula, ainda, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau e a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também estão presentes. Fonte: Associated Press.