Pacheco critica tentativa de mudar sistema eleitoral

Política
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou a sugestão de mudança do sistema eleitoral vigente, o proporcional, para o "Distritão". De acordo com o parlamentar, não é razoável mudar o sistema eleitoral de 2017. "Temos criatividade legislativa no Brasil de tentar mudar as regras com a bola rolando", ironizou.

Em entrevista à GloboNews, contra a proposta, Pacheco declarou que, para se ter um sistema eleitoral mais eficiente no País, é preciso reduzir o número de partidos políticos, e dar condições igualitárias de disputa a todos. "No Senado há tendência à manutenção do sistema proporcional, com cláusula de barreiras", afirmou.

No modelo "Distritão", que já foi rejeitado duas vezes pela Câmara dos Deputados, os candidatos disputam votos em todo o Estado, que passam a ser considerados distritos, com a mesma quantidade de vagas no parlamento atual. No caso de São Paulo, seriam eleitos apenas os 70 mais votados da lista final para a Câmara, desprezando-se os votos recebidos pelos demais.

A tendência é que a campanha para deputado seja semelhante a uma eleição majoritária, como a de governadores, prefeitos, senadores e presidente.

No sistema proporcional, usado atualmente, o eleitor pode votar tanto em partidos quanto em candidatos. A Justiça Eleitoral calcula o quociente eleitoral, levando em conta somente os votos válidos e a quantidade de cadeiras em disputa em cada Estado. A partir desse quociente é feita a definição do número de vagas a que cada coligação ou partido isoladamente terá direito. Elas são ocupadas pelos mais bem votados das listas.

Políticos contrários à ideia afirmam que o "Distritão" encarece o custo do pleito, pois o candidato faria campanha no Estado inteiro. Também argumentam que reduz a alternância de poder e atrapalha a renovação, pois a tendência é os partidos lançarem como candidatos apenas os que já têm "recall" e demonstram capacidade de atingir votação para ganhar a eleição em cada distrito. Os que possuem mandato atualmente sairiam beneficiados, por tradicionalmente terem acesso a mais recursos para bancar as despesas.

Crise entre Poderes

O presidente do Senado avaliou, na entrevista, que a situação entre os Poderes "não vai bem" e rebateu os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Judiciário. Em sua avaliação, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, fez um pronunciamento "importante" contra o chefe do Executivo, na quinta-feira (5). "Nem o presidente da República nem qualquer cidadão pode agredir a Suprema Corte do País".

Pacheco prestou apoio à Corte, mas insistiu que os Poderes devem apostar no diálogo para "melhorar a situação". Segundo o senador, as críticas, tanto a Bolsonaro quanto ao STF, devem ser analisadas e, diante disso, buscar uma convergência para reforçar o aspecto de independência e convivência harmônica entre os Poderes. Pacheco diz que não repudia as críticas feitas pelo chefe do Executivo, mas sim as agressões e ironias que, em sua visão, "não cabem numa relação que deve ser institucional".

Apesar de apostar no diálogo como forma de apaziguamento, Pacheco diz que concordou com o pronunciamento de Fux mas que, uma hora ou outra, "todos precisarão sentar à mesa" e o STF "haverá de encontrar uma solução". O presidente do Senado, então, colocou a Casa para ser um ponto de pacificação. "Não fecho a porta para diálogo nenhum". Segundo Pacheco, ele já conversou com Fux e com o procurador-geral da República, Augusto Aras.

"Vivemos uma crise perene já há algum tempo, nós temos buscado conter essa crise, sempre conversando", reforçou o pedido de diálogo. Segundo ele, "essas respostas do poder Legislativo ajudaram a virar essa página que estamos vivendo nessa crise institucional".

Contra os ataques de Bolsonaro aos Poderes e instituições, Pacheco classificou como "grave" a declaração do chefe do Executivo de jogar "fora das quatro linhas da Constituição". "Temos que ser fiéis a Constituição", ponderou, emendando que deve ser feita uma análise sobre qual a razão do descontentamento do presidente para remediar com uma ação. "Qualquer ameaça mínima ao Estado de Direito será rechaçada pelo Senado". Mas, insistiu: "Não podemos nos pegar na gravidade dessas falas para interromper o diálogo".

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O Departamento de Estado americano disse que o embaixador da África do Sul nos Estados Unidos, Ebrahim Rasool, - que foi declarado "persona non grata" na semana passada - tem até sexta-feira, 21, para deixar o país.

Depois que o secretário de Estado, Marco Rubio, determinou que o embaixador não era mais bem-vindo nos EUA e publicou sua decisão na rede social X, os funcionários da embaixada sul-africana foram convocados ao Departamento de Estado e receberam uma nota diplomática formal explicando a decisão, disse a porta-voz do departamento, Tammy Bruce.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da África do Sul, Chrispin Phiri, afirmou em uma entrevista nesta segunda, 17, que Rasool ainda estava nos EUA, mas que sairia o mais rápido possível.

O porta-voz-chefe do Pentágono, Sean Parnell, disse nesta segunda-feira, 17, que os Estados Unidos usarão uma "força letal avassaladora" até que seu objetivos sejam atingidos no Iêmen.

"Esse é um ponto muito importante, pois também não se trata de uma ofensiva sem fim. Não se trata de mudança de regime no Oriente Médio. Trata-se de colocar os interesses americanos em primeiro lugar", declarou Parnell em coletiva de imprensa.

Segundo ele, o Pentágono está perseguindo um conjunto muito mais amplo de alvos no Iêmen do que durante o governo do ex-presidente Joe Biden e que os Houthis podem impedir mais ataques dos EUA dizendo apenas que interromperão seus atos.

Durante o fim de semana, os EUA lançaram ataques aéreos contra os Houthis no Iêmen, matando pelo menos 53 pessoas, enquanto o presidente norte-americano, Donald Trump, advertiu que "o inferno cairá" se o grupo continuar atacando os navios do Mar Vermelho.

O presidente da China, Xi Jinping, visitará Washington "em um futuro não tão distante", segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano, no entanto, não especificou os temas que estarão na pauta do encontro bilateral, que ocorre em meio à escalada da guerra comercial entre as duas potências, marcada pela imposição de tarifas, além de tensões geopolíticas.

Durante visita ao Kennedy Center, em Washington, Trump também informou que conversará na terça-feira, 18, de manhã com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O líder norte-americano expressou preocupação com o conflito entre Rússia e Ucrânia, classificando a situação como "não boa na Rússia e nem na Ucrânia".

O republicano defendeu um acordo para encerrar a guerra, que se arrasta desde a invasão russa em fevereiro de 2022. "Queremos cessar-fogo e acordo da paz na Ucrânia", afirmou, sem apresentar detalhes sobre possíveis propostas ou condições em negociação entre Washington, Moscou e Kiev.

Na área econômica, Trump celebrou a arrecadação gerada pelas tarifas comerciais já em vigor. "Já estamos arrecadando bastante dinheiro com tarifas", declarou.

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