Bolsonaro sobre PEC do voto impresso: Ganhou mas não levou, é regra do jogo

Política
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse há pouco, em transmissão semanal pela internet, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), "ganhou, mas não levou". A matéria não obteve a aprovação de dois terços dos parlamentares da Câmara, condição necessária para promover alteração no texto constitucional.

"Entre os votantes, praticamente metade foi a favor e metade foi contra", disse o presidente, que tem insistido em discurso segundo o qual o resultado confirma a desconfiança de parcela da população ao sistema eleitoral vigente.

Ele também voltou a afirmar que há fraudes recorrentes nas urnas eletrônicas, apesar de admitir que não tem provas. "Não tenho provas, mas alguma coisa aconteceu. Estava tudo na mão do TSE", disse. Com base na invasão de um hacker ao TSE que não resultou em irregularidades, afirmou que o objetivo do ataque virtual era retirar 12 milhões de seus votos. "Não sei se isso é verdade, mas a história que estamos apurando é essa."

Bolsonaro aventou, sem qualquer evidência, a possibilidade de a invasão ter sido financiada por seus opositores, que teriam "dado calote" nos hackers. Como resposta, os invasores teriam denunciado o crime. O presidente voltou a dizer que as eleições de 2022 estão sob suspeição. "O que o presidente do TSE está fazendo para acabar com essa dúvida? O hacker estava lá dentro, talvez até com a conivência daquela cúpula minúscula do TSE."

O presidente cobrou do TSE providências sobre o hacker, apesar de investigações terem concluído que não houve qualquer prejuízo à lisura das eleições. "Será que não sabiam de nada? Quem é que estava fazendo esse trabalho lá dentro? Ele não é um hacker turista", questionou.

Ao se queixar das investigações das quais é alvo e das sanções penais a que está sujeito a partir da inclusão de seus atos em processos criminais, Bolsonaro justificou a divulgação do inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre possíveis fraudes em urnas eletrônicas. "Se interessa para todos nós, tem que ser público. Ou não tem que ser público? Ia ficar escondido até quando?", perguntou.

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As autoridades mexicanas extraditaram o chefe do tráfico de drogas dos EUA, Rafael Caro Quintero, que é procurado pelo assassinato de um agente da Administração Antidrogas americana em 1985, de acordo com uma pessoa familiarizada com a situação, atendendo a uma exigência antiga do governo americano em meio à crescente pressão do presidente Donald Trump.

A extradição de Caro Quintero ocorre no momento em que o presidente Trump ameaça impor tarifas de 25% sobre as exportações do México para os EUA se o governo da presidente Claudia Sheinbaum não intensificar os esforços para combater o fentanil destinado aos EUA, que mata dezenas de milhares de americanos todos os anos. Vários membros do seu gabinete estão em Washington esta semana para discutir a cooperação bilateral e defender que o México não deveria ser punido com tarifas.

Caro Quintero fazia parte de um grupo de 29 mexicanos presos acusados de crimes nos EUA extraditados na quinta-feira. Dois líderes do violento cartel Zetas, famoso por realizar massacres no México, também foram extraditados, segundo a fonte.

As autoridades prenderam mais de 700 pessoas desde o início de fevereiro, quando Sheinbaum concordou em enviar 10 mil soldados da Guarda Nacional para aumentar a segurança e combater o tráfico de fentanil ao longo da fronteira entre os EUA e o México, como parte de um acordo para suspender as tarifas de Trump. As autoridades também apreenderam cerca de 12 toneladas de narcóticos ilegais em todo o país, incluindo cocaína, metanfetamina e mais de 50 quilos de fentanil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pretende fechar rapidamente vários acordos com o Reino Unido, em coletiva após encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, nesta quinta-feira, na Casa Branca.

Em tom amigável ao lado de Starmer, Trump disse esperar uma reunião muito boa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na sexta-feira. Mas o republicano não respondeu à pergunta sobre se ele se desculparia por chamá-lo de ditador no início deste mês.

"Temos muito respeito. Eu tenho muito respeito por ele. Nós demos a ele muito equipamento e muito dinheiro, mas eles lutaram muito bravamente", afirmou.

Trump disse que o acordo "construirá a base para um relacionamento futuro mais sustentável entre os Estados Unidos e a Ucrânia" e ajudará a reconstruir a prosperidade dos ucranianos. Ele acrescentou que se tornaria a fundação de um "acordo de paz de longo prazo que retornará a estabilidade ao leste da Europa".

O primeiro-ministro britânico apelou a Trump para que chegue a um "acordo de paz histórico" para apoiar a Ucrânia na guerra com a Rússia, ao mesmo tempo em que alertou que eles precisam ficar do lado do pacificador e "não do invasor". Enaltecendo a aliança em defesa com os EUA, o premiê britânico disse que discutiu com Trump um plano duro, mas justo sobre a Ucrânia, para viabilizar o acordo de paz.

"Não pode haver paz que recompense o agressor", disse Starmer, citando que o Reino Unido dará equipamento militar para os ucranianos. O premiê também mencionou o aumento dos gastos com defesa em relação ao PIB previamente anunciado nesta semana.

Mais cedo, Trump disse que pretende impor tarifas recíprocas para a União Europeia, enquanto confirmou que aplicará tarifa adicional de 10% sobre bens importados da China. A medida em relação à China entrará em vigor em 4 de março, mesma data em que começam a valer as tarifas para bens importados do Canadá e do México.

"Será 10% + 10%", enfatizou Trump sobre a tarifa para bens da China durante outra coletiva antes da reunião com Starmer.

Diplomatas russos e norte-americanos se reuniram em Istambul nesta quinta-feira, 27, para discutir a normalização da operação de suas respectivas embaixadas, depois de anos expulsando os diplomatas uns dos outros.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que as conversas seguiram um entendimento alcançado durante a ligação do presidente dos EUA, Donald Trump, com o presidente russo, Vladimir Putin, e o contato entre diplomatas russos e norte-americanos seniores na Arábia Saudita.

Em discurso durante a reunião de quinta-feira do Serviço Federal de Segurança, Putin elogiou o "pragmatismo e a visão realista" do governo Trump, em comparação com o que ele descreveu como "estereótipos e clichês ideológicos messiânicos" de seus antecessores.