Em SP, presidente da Câmara é investigado por 'rachadinha'

Política
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O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (DEM), é investigado nas esferas cível e criminal por suspeitas de que tenha recebido parte dos salários de assessores, prática conhecida como "rachadinha". O inquérito do Ministério Público paulista (MP-SP) cita 16 funcionários que já foram empregados tanto no gabinete de Leite no Legislativo municipal quanto no de seu filho, o deputado estadual Milton Leite Filho (DEM), nos últimos 20 anos. Além da suspeita de prática de improbidade administrativa, ele também é alvo de um inquérito policial que apura o crime de peculato, nome jurídico para o desvio de dinheiro público.

Leite, principal liderança do DEM na capital, disse que não há prova concreta no procedimento, e que está disposto a colaborar com os promotores (mais informações nesta página).

A apuração criminal foi instaurada na 4.ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Fazenda após pedido do Ministério Público. A Promotoria do Patrimônio Público e Social havia instaurado investigação em fevereiro deste ano após receber uma representação anônima, que também acusa cinco funcionários de auxiliarem o vereador no suposto recolhimento de dinheiro.

Nove dos 16 funcionários citados no inquérito ainda estão empregados nos gabinetes na Câmara Municipal ou na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os demais foram assessores de Leite ao longo das duas últimas décadas. Uma das funcionárias suspeitas de participar do esquema está desde 2019 na Secretaria Municipal de Transportes, após passar sete anos lotada no gabinete de Leite e da liderança do DEM.

Já o deputado estadual Milton Leite Filho é alvo de uma investigação separada do MP-SP, também por suspeita de desvio de salário. Neste caso, o inquérito se refere a apenas uma servidora, que trabalha no gabinete do deputado desde 2013.

Na investigação que atinge o vereador, há funcionários que hoje estão lotados no gabinete do filho, mas já foram empregados por Leite na Câmara Municipal. Conforme a denúncia enviada aos promotores, funcionários hoje lotados na Câmara repassariam parte dos salários por intermédio de um assessor que atualmente trabalha na Assembleia.

Responsável pelo caso, o promotor Ricardo Manuel Castro considerou que a representação, "embora anônima, contém diversas imputações objetivas ao atual vereador Milton Leite e que, embora refutadas pelo mesmo, merecem, ao menos em parte, serem investigadas".

A investigação não aponta valores ou porcentual de desvio de salários na suposta prática de "rachadinha". O MP ainda não chamou os servidores para prestar depoimento. O promotor deve pedir a quebra de sigilo bancário dos envolvidos.

Leite chegou a entrar com uma representação para impedir que o inquérito fosse aberto. O Conselho Superior do Ministério Público, porém, considerou que havia informações suficientes para que a investigação continuasse, e negou o pedido.

"A representação faz indicações de fatos certos e precisos, indicando os servidores envolvidos no esquema das 'rachadinhas' junto ao gabinete", diz o relatório do promotor Antônio Carlos Nery, aprovado por unanimidade no conselho.

Mais votado

Considerado um dos políticos mais influentes na gestão municipal, Milton Leite foi o segundo vereador mais votado na capital em 2020, e está na Câmara Municipal desde 1997. Em seu sétimo mandato, ele foi eleito para presidir o Legislativo municipal pela segunda vez no início do ano, com apoio da base governista e também de parte da oposição. Sua primeira passagem pela presidência da Câmara foi em 2017.

Leite participou da articulação que levou o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), à condição de vice na chapa vitoriosa de Bruno Covas (PSDB), que morreu em maio deste ano vítima de câncer. Com a posse de Nunes, Leite agora é o primeiro na linha sucessória da Prefeitura.

Investigações sobre a prática de rachadinha se tornaram recorrentes nos últimos anos, mas com frequência se arrastam sem desfecho. Levantamento do Estadão, em março, mostrou que havia 43 deputados e ex-deputados sob acusação desse tipo de desvio em oito Estados sem punição, em alguns casos com denúncias tramitando há mais de uma década. O caso do atual senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), denunciado no ano passado, se tornou o mais emblemático. Ele nega irregularidades.

'Apenas ilações'

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, disse por meio de nota que a representação "traz apenas ilações". "A maior prova disso é que o denunciante anônimo se utiliza de material publicado em redes sociais para tentar justificar suas falsas acusações. Isso tudo, a meu ver, deixa muito claro que se trata de uma denúncia de cunho político." Leite afirmou que colabora "com qualquer investigação" e que tem "plena certeza de que tudo será arquivado no seu devido momento".

O gabinete do deputado estadual Milton Leite Filho (DEM) afirmou que "irá apresentar os esclarecimentos conforme o trâmite legal". O deputado ressaltou que "nunca houve ilegalidade em relação à remuneração dos servidores, o que será comprovado com o arquivamento do caso". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou no domingo, 2, que a guerra entre Rússia e Ucrânia "ainda está muito, muito longe de acabar". As declarações de Zelenski ocorreram depois de um bate-boca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira, 28, sobre o futuro do conflito. O presidente ucraniano também afirmou que está confiante em uma manutenção do relacionamento entre Kiev e Washington.

"Acho que nosso relacionamento com os EUA continuará, porque é mais do que um relacionamento ocasional", disse Zelenski no domingo à noite, referindo-se ao apoio de Washington nos últimos três anos de guerra. "Acredito que a Ucrânia tem uma parceria forte o suficiente com os Estados Unidos para manter a ajuda militar e econômica", disse ele em um briefing em ucraniano.

O presidente ucraniano se mostrou otimista, apesar da briga diplomática entre países ocidentais que têm ajudado a Ucrânia com equipamentos militares e ajuda financeira. A reviravolta dos eventos é indesejável para a Ucrânia, cujo Exército está tendo dificuldade na luta contra os russos.

Zelenski participou de uma cúpula com líderes europeus em Londres no final de semana. O consenso é que a Europa terá que aumentar o seu financiamento militar e econômico a Ucrânia.

A Europa desconfia dos motivos e da estratégia de Trump para acabar o conflito. Friedrich Merz, o provável próximo chanceler da Alemanha, disse nesta segunda-feira, 3, que não acreditava que a discussão no Salão Oval fosse espontânea.

Merz apontou que assistiu à cena repetidamente. "Minha avaliação é que não foi uma reação espontânea às intervenções de Zelenski, mas aparentemente uma escalada induzida nesta reunião no Salão Oval", disse Merz. "Eu defenderia que nos preparássemos para ter que fazer muito, muito mais pela nossa própria segurança nos próximos anos e décadas", disse ele.

O político alemão afirmou que estava "surpreso" com o tom da discussão, mas que houve "uma certa continuidade no que estamos vendo de Washington no momento".

Trump rebate Zelenski

Após a declaração de Zelenski, Trump rebateu o presidente ucraniano. "Esta é a pior declaração que poderia ter sido feita por Zelenski e os EUA não vão tolerar isso por muito mais tempo!", disse o presidente americano em uma publicação em sua plataforma Truth Social.

"É o que eu estava dizendo, esse cara não quer que haja Paz enquanto ele tiver o apoio dos Estados Unidos", destacou Trump. O presidente americano também afirmou que a Europa não tem capacidade de fornecer ajuda militar suficiente para dar uma chance a Kiev em sua luta contra Moscou. "A Europa, na reunião que teve com Zelenski, declarou categoricamente que não pode fazer o trabalho sem os EUA. Está não é uma grande declaração para ser feita em termos de demonstração de força contra a Rússia".

Discussão

O bate-boca entre Trump e Zelenski começou durante uma reunião aberta para a imprensa no Salão Oval na sexta-feira. O republicano cumprimentou o presidente ucraniano com um aperto de mãos antes de fazer uma piada sobre seu traje de estilo militar. Durante o encontro, o presidente dos Estados Unidos pediu que a Ucrânia aceitasse "concessões".

Zelenski, por sua vez, exigiu que não houvesse condescendência com o presidente russo, a quem chamou de "assassino", e mostrou fotos da guerra iniciada há três anos, após a invasão de seu país. De repente, o tom mudou. O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, interveio, defendendo a "diplomacia" - o pontapé da discussão.

Após o diálogo tenso, Trump publicou um comunicado em suas redes sociais no qual disse que o ucraniano Volodmir Zelenski não está pronto para uma paz que envolva a participação americana. "Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. Aprendemos muito que jamais poderia ser entendido sem uma conversa sob tanto fogo e pressão", escreveu o presidente em sua plataforma de mídia social, o Truth Social.

"É incrível o que se revela por meio da emoção, e determinei que o presidente Zelenski não está pronto para a paz se os Estados Unidos estiverem envolvidos, porque ele acha que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Não quero vantagem, quero PAZ. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu estimado Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz."

Em meio à discussão, a planejada assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e Ucrânia sobre minerais raros não aconteceu, segundo um assessor de imprensa da Casa Branca. O acordo que seria assinado permitiria que os Estados Unidos tivessem acesso recursos do subsolo ucraniano, como exigiu Trump, em compensação pela ajuda militar e financeira desembolsada nos últimos três anos.(Com AP)

Um motorista invadiu uma zona de pedestres na cidade de Mannhein, no sudoeste da Alemanha, e atropelou dezenas de pessoas que celebravam o carnaval nesta segunda-feira, 3, segundo a polícia. Uma pessoa morreu.

A polícia da cidade, que fica a 80 quilômetros de Frankfurt e perto da fronteira com a França, disse ainda que um suspeito foi preso. A polícia também pediu que os moradores locais permanecessem em casa.

Testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters disseram que várias pessoas foram vistas caídas no chão após o atropelamento e que duas delas estavam sendo reanimadas pelas equipes de emergência.

A multidão atropelada participava de um desfile de rua de carnaval, que é celebrado em diversas regiões na Alemanha, ainda de acordo com a imprensa local.

O incidente ocorreu quando multidões se reuniam em cidades de várias regiões, incluindo a Renânia, na Alemanha, para desfiles que marcavam a temporada de carnaval.

Este é o segundo ataque como esse na Alemanha em menos de um mês. Em fevereiro, um motorista afegão atropelou dezenas de pessoas em Munique. O ataque, considerado terrorista pelas autoridades alemãs, matou mãe e filha e deixou diversas pessoas feridas.

A polícia estava em alerta máximo para os desfiles de carnaval deste ano depois que contas nas redes sociais ligadas ao grupo terrorista Estado Islâmico fizeram apelos para ataques durante os eventos nas cidades de Colônia e Nuremberg. Não foram registrados incidentes nessas cidades. (Com agências internacionais)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação na Truth Social nesta segunda-feira, 3, e disse que "amanhã à noite será grandioso", sem dar detalhes a que se referia. A publicação acontece em meio a negociações de paz para a guerra entre Rússia e Ucrânia, e às vésperas das tarifas contra Canadá e México entrarem em vigor.

Minutos antes, Trump publicou na sua conta na Truth Social que "o único presidente que não deu nenhuma terra da Ucrânia para a Rússia de Putin é o presidente Donald J. Trump". "Lembre-se disso quando os democratas fracos e ineficazes criticam, e as fake news alegremente divulgam qualquer coisa que eles dizem!", acrescentou.

Na sexta-feira, 28, o republicano recebeu o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na Casa Branca, porém os líderes tiveram uma discussão que resultou no cancelamento da reunião na qual se previa a assinatura de um acordo envolvendo minerais ucranianos. Após o ocorrido, Zelenski disse que o acordo está pronto para ser assinado e sinalizou que busca retomar as negociações com os EUA. Traders circulam a informação de que o presidente americano pode anunciar investimentos nesta semana.P