Agro não precisa invadir terra indígena para crescer, diz presidente da Abag

Política
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O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito disse na noite desta segunda-feira, 30, que o agronegócio brasileiro não precisa invadir terras indígenas para crescer. Apesar de não ter dito se apoia ou não a tese do "marco temporal" para a demarcação de terras indígenas, que terá o julgamento retomado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana, Brito afirmou que o julgamento vai mostrar qual País o Brasil quer ser no futuro. As declarações foram dadas no programa Roda Viva, da TV Cultura

"O agro não precisa invadir terra indígena para crescer", disse o presidente da Abag no programa de entrevistas. Sem citar a fonte dos dados, Brito afirmou que o agronegócio brasileiro ocupa 70 milhões de hectares com cultivos, e 170 milhões com pecuária, além de áreas de floresta que foram degradadas. Segundo ele, há espaço para aumento de produção através de uma melhor produtividade.

A tese do "marco temporal" defende que só podem ser consideradas áreas indígenas aquelas já ocupadas pelos chamados povos originários até 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição Federal. Produtores rurais têm defendido a manutenção do "marco temporal".

O presidente da Abag não disse se defende a tese, mas afirmou que o julgamento deixará "justiçados e injustiçados". Sobre outro tema caro ao setor, o projeto da regularização fundiária, aprovado pela Câmara dos Deputados no começo do mês, Brito afirmou que mudanças que tornem mais fácil a regularização de terras são necessárias para facilitar o financiamento ao produtor.

"Quando você tem uma terra, um lote, na cidade ou no campo, que não consegue comprovar a propriedade, não consegue financiamento, ou consegue apenas com juros muito altos", comentou. "(As mudanças na regularização) Não é para acabar com o desmatamento ilegal, como as pessoas falam. É uma questão econômica, de desenvolvimento do País." O PL 2.633, aprovado pela Câmara, é criticado por especialistas na área ambiental, que consideram que ele fragiliza a regularização de terras. O texto precisa ser analisado pelo Senado.

Voto de confiança

Marcello Brito afirmou, ainda, que "o voto de confiança" dado a integrantes do poder político não foi honrado, embora não tenha citado nomes. A Abag foi uma entidades das que assinou manifesto de organizações representativas de subsetores do agronegócio pedindo pacificação entre os Poderes, e a favor da democracia, nesta segunda-feira.

"O voto de confiança foi dado, e a confiança não foi retribuída", disse Brito no Roda Viva. O presidente da Abag afirmou ainda que, neste momento, as entidades não podem se omitir. "Talvez a gente tenha sido condescendente por um tempo longo demais. A omissão não se admite em tempos de pressão como agora."

A Abag havia confirmado que assinaria um manifesto pela pacificação do País que, entre outras entidades, conta com adesões da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Este manifesto, que levou os bancos públicos Banco do Brasil e Caixa a manifestarem a intenção de deixar a Febraban, teve a publicação adiada. As entidades do agro, porém, divulgaram um texto próprio.

Brito afirmou que as discussões precisam ser centradas no agravamento da desigualdade social, que tem levado milhões de brasileiros à pobreza e à fome.

O presidente da Abag reduziu a importância de divergências entre entidades do setor com relação ao governo. Segundo Brito, as entidades que assinaram o manifesto a favor da democracia - a Abag entre elas - olham o Brasil para "além de 2022", mas evitou fazer críticas a órgãos que se manifestaram a favor do presidente Jair Bolsonaro.

"Eu tenho grandes amigos sojicultores, e a gente senta e conversa. Uns se sentem representados de uma forma, outros de outra", afirmou ele. No começo do mês, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antônio Galvan, manifestou apoio aos atos de 7 de Setembro, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Ele foi alvo de operação da Polícia Federal no último dia 20, que investigou suspeitos de envolvimento com a organização dos protestos, que nas primeiras convocações, pediam o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

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O presidente Donald Trump disse que está instruindo o seu governo a reabrir e expandir Alcatraz, a notória antiga prisão em uma ilha da Califórnia. A prisão foi fechada em 1963. A Ilha de Alcatraz atualmente é operada como um ponto turístico.

"Estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, a reabrir uma Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída, para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", escreveu Trump em mensagem no site Truth Social na noite deste domingo.

Ainda segundo ele, a reabertura de Alcatraz servirá como um "símbolo de Lei, Ordem e Justiça". A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem entrando em conflito com os tribunais ao tentar enviar membros de gangues acusados para uma prisão notória em El Salvador, sem o devido processo legal. Trump também falou sobre o desejo de enviar cidadãos americanos para lá e para outras prisões estrangeiras.

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A eleição na Romênia teve de ser repetida hoje depois que o cenário político do país foi abalado no ano passado, quando um tribunal superior anulou a eleição anterior, na qual o candidato de extrema direita Calin Georgescu liderou o primeiro turno, após alegações de violações eleitorais e interferência russa, que Moscou negou.

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