Governo faz dispensa em massa na PRF e caem 26 superintendentes regionais

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O governo Lula dispensou nesta quinta-feira, 19, de uma só vez 26 superintendentes regionais da Polícia Rodoviária Federal. A medida, assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, foi publicada no Diário Oficial. Apenas a Superintendência da PRF no Piauí não foi alcançada pela debandada.

De acordo com a PRF, ainda não há previsão de indicação dos nomes que vão assumir as superintendências estaduais na corporação em substituição aos exonerados. Por enquanto, a PRF nos Estados segue sob gestão de superintendentes substitutos.

A saída de ocupantes de cargos de confiança é um ato rotineiro quando há mudança de governo. A publicação no D.O. não expõe motivos para as dispensas, nem coloca sob suspeita a conduta dos chefes regionais da corporação. A preocupação do Palácio do Planalto reside no alinhamento de antigos gestores da PRF ao governo Jair Bolsonaro.

Nos bastidores da PRF, ganha intensidade a especulação sobre os quadros que deverão ser escolhidos para conduzir a instituição nos Estados e no DF. Existe preocupação com relação à eventual escalação de nomes ligados ao ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, que se aposentou em fins de dezembro sob fogo cerrado do Ministério Público Federal, acusado de ter usado o poder e a influência do cargo para fazer campanha do então presidente Jair Bolsonaro nas eleições.

Durante boa parte do governo anterior, a PRF foi alvo de questionamentos e polêmicas, inclusive em meio às eleições, quando setores da corporação foram cobrados por suposta leniência na ação para destravar bloqueios de rodovias.

Na gestão Bolsonaro, a PRF e também a Polícia Federal - ambas instituições sob o guarda chuva do Ministério da Justiça - foram constantemente colocadas sob suspeita de aparelhamento e interferência do então presidente.

Um momento especialmente sensível para a corporação foram as eleições. No segundo turno, a PRF realizou operações em todo o País sob alegação de barrar o transporte irregular de eleitores, mesmo contrariando decisão do Tribunal Superior Eleitoral.

Depois da vitória de Lula, a corporação viveu forte pressão do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público, que impuseram medidas rigorosas contra o caos nas principais rodovias do País, travadas por bloqueios de grupos bolsonaristas.

Ambos os casos colocaram o então chefe da PRF, Silvinei Vasques, na mira do Ministério Público e da própria PF - ele é investigado por prevaricação e é alvo de uma ação de improbidade administrativa. Outros episódios marcaram a PRF em 2022. Como em Sergipe, no caso Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado e morto em um camburão transformado em câmara de gás.

VEJA A LISTA DOS SUPERINTENDENTES DISPENSADOS:

- Luiz Alexandre Gomes da Silva da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso do Sul

- Antonio Fernando de Miranda da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em São Paulo

- Virgilio De Paula Tourinho da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal na Bahia

- Antonio Paim De Abreu Junior da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Paraná

- Bruno Schneider Raslan da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais

- Andre Saul Do Nascimento da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina

- Robson De Oliveira Souza da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Sul

- Alexandre Carlos De Souza e Silva da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Rio de Janeiro

- Ivan Anderson Barbosa Chagas da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Alagoas

- Diego Joaquim De Moura Patriota da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Pará

- Giovanni Bosco Farias Di Mambro da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal na Paraíba

- Aldo Balieiro Machado da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Amapá

- Getulio Mario Gomes De Azevedo da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Acre

- Francisco Elcio Lima Lucena da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso

- Felipo Jesus Medeiros da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Roraima

- Diego De Farias Silva da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Amazonas

- Luiz Fernando Naves Sanches De Siqueira da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Goiás

- Almir Eustaquio Da Silva da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Tocantins

- Jason Gomes Terencio da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe

- Luiz Idalino Camara Pinheiro da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Norte

- Rommel Pessoa Dantas da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Rondônia

- Jandir Andre Lubenow da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Maranhão

- Jean Ricardo Alves Duque da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Espírito Santo

- Leonardo Alves De Oliveira Rodrigues da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Distrito Federal

- Antonio Vital De Moraes Junior da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Pernambuco

- Gilson Alves De Oliveira da função de Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Ceará

Em outra categoria

A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está "otimista, mas é realista e está cada vez mais frustrado" com os líderes da Rússia e da Ucrânia. Segundo a representante americana, o republicano quer um acordo permanente entre os dois países para que a guerra na Europa Oriental seja resolvida, mas é preciso "ir à mesa para negociação".

Em relação aos acordos comerciais, segundo Leavitt, toda a administração trumpista está se esforçando para alcançar as melhores negociações, "que devem beneficiar os americanos". "Não posso dar mais detalhes, mas vocês ouvirão mais sobre os acordos nesta semana", enfatizou.

Na ocasião, a porta-voz disse que Trump assinará ordens executivas sobre segurança de fronteira nesta segunda-feira e mencionou que cerca de 136 quilômetros de muro de fronteira estão em fase de construção. O "czar da fronteira" americano, Tom Homan, participou da coletiva e disse que "não é possível ter segurança nacional sem segurança na fronteira".

O presidente americano, Donald Trump, repetiu nesta segunda-feira, 28, a narrativa sobre transformar o Canadá no 51º estado dos EUA, ao comentar sobre as eleições canadenses, que acontecem nesta segunda-feira. "Não existirá a linha artificial traçada muitos anos atrás. Vejam quão bonita esta terra poderia ser. Livre acesso SEM FRONTEIRAS", escreveu o republicano na Truth Social, acrescentando que não haveria nenhum ponto negativo, apenas positivos, em algo que estava "predestinado a acontecer".

Trump afirmou ainda que a América "não irá mais subsidiar o Canadá com bilhões de dólares por ano", como fez no passado. O presidente americano frisou que "não faz sentido ajudar a menos que o Canadá seja um Estado". Em sua publicação, ele prometeu "zero impostos ou tarifas", se o país se tornar o "querido 51º" estado.

Sobre as eleições, Trump desejou "boa sorte" para que os canadenses elejam um "homem com força e sabedoria para cortar impostos pela metade, aumentar o poder militar, de graça, para o maior nível no mundo e quadruplicar o tamanho dos negócios de carros, aço, alumínio, madeira, energia e todos os outros".

A Coreia do Norte confirmou pela primeira vez, nesta segunda-feira, 28, que enviou tropas à Rússia para apoiar a guerra contra a Ucrânia, afirmando que o ato visava ajudar o Kremlin a recuperar a região de Kursk, tomada pelas forças ucranianas em uma incursão surpresa no ano passado. O número de soldados enviados não foi informado.

O presidente Vladimir Putin agradeceu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, pelo "feito heroico" dos combatentes de seu país que lutaram pela Rússia contra as forças da Ucrânia na região russa de Kursk, que Moscou afirma ter retomado completamente - autoridades ucranianas negaram a alegação.

"Os amigos coreanos agiram por um sentimento de solidariedade, justiça e verdadeira camaradagem", destacou Putin em um comunicado divulgado pelo Kremlin. "Agradecemos muito e estamos sinceramente gratos, pessoalmente, ao camarada Kim Jong-un e ao povo norte-coreano", declarou.

Em janeiro, a Ucrânia informou a captura de dois soldados norte-coreanos e divulgou imagens.

A ajuda à Rússia obedece a um tratado de defesa mútua assinado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, e pelo presidente russo, Vladimir Putin, em junho de 2024, informou a Comissão Militar Central da Coreia do Norte em um comunicado divulgado pela mídia estatal.

O tratado - considerado o maior acordo de defesa entre os dois países desde o fim da Guerra Fria - exige que ambas as nações utilizem todos os meios disponíveis para fornecer assistência militar imediata caso qualquer uma delas seja atacada.

O envio tinha como objetivo "aniquilar e eliminar os ocupantes neonazistas ucranianos e libertar a região de Kursk em cooperação com as forças armadas russas", diz o comunicado citando Kim. "Aqueles que lutaram por justiça são todos heróis e representantes da honra da pátria", completou o líder supremo.

Jong-un afirmou que, em breve, um monumento será erguido em Pyongyang, capital do país, para marcar os feitos de batalha da Coreia do Norte. O governo também deve tomar medidas para tratar e cuidar preferencialmente das famílias dos soldados que participaram da guerra, informou.

A declaração norte-coreana não informou quantos soldados o país enviou nem quantos morreram. Oficiais de inteligência dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Ucrânia estimam que tenham sido enviados de 10 a 12 mil soldados para a Rússia no último outono, em sua primeira participação em um grande conflito armado desde o fim da Guerra das Coreias (1950 - 1953).

Em março, o exército sul-coreano afirmou que cerca de 4 mil soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos nas frentes de guerra entre Rússia e Ucrânia. O exército sul-coreano também avaliou, na época, que a Coreia do Norte enviou cerca de 3 mil soldados adicionais à Rússia no início deste ano.