Agentes defendem delegado afastado e veem tentativa de 'sufocar' atuação da PF

Política
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A requisição do Ministério Público Federal (MPF) para investigar o delegado de Polícia Federal Felipe Alcântara de Barroso Leal está movimentando os quadros da corporação. O assunto correu a passos largos nos últimos dias e levou os colegas a se mobilizarem em uma nota de apoio que já reuniu 890 assinaturas. A expectativa é que a adesão em massa ultrapasse as mil assinaturas rapidamente.

Diversos ex-superintendentes regionais subscreveram a nota, assim como o coordenador de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da PF, Isalino Giacomet, e todos os seus antecessores na função - Joselio Souza, Marco Anselmo e Thiago Delabray.

O texto, subscrito majoritariamente por outros delegados da PF, diz que a carreira de Felipe Leal é pautada por "extremo rigor técnico" e profissionalismo. "Fatores esses que seguramente motivaram a sua manutenção na condução da investigação que envolve fatos atribuídos ao Sr. Presidente", diz a nota.

Os policiais federais afirmam que não há "justa causa" no pedido para investigar o delegado e dizem ver na investida uma tentativa de "sufoca"' a atuação da PF. "Observamos com bastante preocupação um movimento no sentido de acanhar os policiais federais responsáveis por investigações de combate à corrupção, em detrimento da atuação em desfavor dessa prática criminosa tão prejudicial à sociedade que, infelizmente, ainda assola a população brasileira", acrescentam.

É a maior ofensiva já deflagrada por policiais federais contra uma requisição da PGR. Os agentes, entre eles um grande contingente de delegados com histórico de combate à corrupção e desvios de recursos públicos, estão inquietos com o cerco ao colega promovido subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, braço direito do chefe do Ministério Público Federal, Augusto Aras.

O pedido foi enviado pela subprocuradora ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, depois que o delegado foi afastado do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal. A requisição é para investigar se Leal cometeu abuso de autoridade e violou o sigilo profissional na investigação.

O delegado deixou o inquérito por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após pedir informações à PF sobre atos administrativos do diretor-geral da corporação e à Procuradoria Geral da República (PGR) sobre relatórios que teriam sido produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no caso das rachadinhas. Moraes considerou que as providências não tinham "qualquer pertinência" com o objeto do inquérito. A hipótese de violação do sigilo profissional, por sua vez, tem relação com suposto vazamento de informações da investigação.

Em manifestação enviada ao STF na semana passada, Leal justificou as medidas que levaram ao seu afastamento. Segundo o delegado, as diligências foram determinadas em razão de "novas lacunas investigativas", relacionadas sobretudo a uma possível atuação do presidente em favor do filho mais velho, na mira do Ministério Público do Rio por suposto desvio de salário de funcionários enquanto foi deputado estadual, e do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, investigado por possível uso do cargo para favorecer contrabando de madeira.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.