Lula, Ciro, Doria e Mandetta alertam para a necessidade de defesa da democracia

Política
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Possíveis adversários do presidente da República, Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o governador paulista João Doria (PSDB) usaram as redes sociais neste 7 de Setembro para alertar sobre a necessidade de defesa da democracia e da liberdade diante do crescente clima de "nós contra eles", ameaça de golpe e flertes autoritários.

As manifestações dos presidenciáveis ocorreram antes mesmo de Bolsonaro discursar a apoiadores em Brasília e dar uma espécie de "ultimato" ao Supremo Tribunal Federal (STF) em tom golpista. Sem citar diretamente a quem se referia, o presidente disse que "ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos". Ele afirmou que vai levar aos presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, a "foto" do povo nos atos em favor de seu governo.

Lula divulgou um vídeo no qual afirmou que o papel do presidente da República é manter acesa a confiança no presente e no futuro especialmente numa data festiva, como o Dia da Independência. "Mas, ao invés de anunciar soluções para o País, o que ele faz é chamar as pessoas para a confrontação, é convocar atos contra os Poderes e contra a democracia, que ele nunca respeitou. Ao invés de somar, estimula a divisão, o ódio e a violência. Definitivamente, não é isso que o Brasil espera de um presidente", disse Lula, que pediu atenção aos reais problemas da população, como o desemprego, a fome e o combate à pandemia.

Único "presidenciável oficial" até aqui, Ciro usou de estratégia semelhante, mas procurou destacar no vídeo que compartilhou o fato de vários setores da sociedade terem se manifestado na semana passada contra a escalada autoritária de Bolsonaro. "Aconteça o que acontecer nas ruas, a mensagem de liberdade deste 7 de Setembro já se firmou antes que amanhecesse o dia. Isso aconteceu quando nossas instituições começaram a reagir aos desvarios de um estúpido tiranete. Aconteceu quando expressivos setores do agro, da indústria e dos serviços começaram a alertar que não apoiam o rompimento da ordem democrática. Aconteceu quando vozes discretas, porém firmes, de dentro dos quartéis, mandaram claras mensagens para aqueles que trocaram a farda por falsas benesses. Quando mandaram dizer, a estes, que a maioria das Forças Armadas continua fiel à Constituição. E que não acompanhará nenhum desatino golpista."

Assim como o ex-presidente petista, Ciro ressaltou que o Brasil precisa de ações que tirem as pessoas da fila do emprego e da fome. "Lutar pela independência é lutar contra a miséria, a fome e o desemprego. E não levar 15 milhões ao desemprego, levar 19 milhões à fome e 119 milhões à subalimentação. Lutar pela independência é defender a liberdade e o alívio financeiro das famílias brasileiras. E não, levar 73% de nossas famílias aos grilhões do endividamento. Lutar pela independência é garantir um salário mínimo digno e uma cesta básica ao alcance de todos. Lutar pela independência é saber governar um País que ofereça boa saúde, boa educação e boa segurança. Que ofereça comida, água, luz, gasolina e gás bons e baratos. E jamais, mergulhar seu povo nas garras cruéis da escassez, da insegurança e da carestia", completou o ex-ministro e ex-governador.

Doria abordou a data em dois post distintos. O tucano destacou que o País vive seu pior momento desde a ditadura. " Precisamos de paz. Não há espaço para flertes autoritários. Democracia, liberdade e diálogo são alicerces da prosperidade e de um futuro melhor para o Brasil", disse o governador, que também alertou para o risco de "retrocessos".

Mandetta, que foi ministro da Saúde do governo Bolsonaro até o início do combate à pandemia no País - e deixou o cargo em março do ano passado justamente por discordâncias em relação à conduta adotada pelo presidente -, afirmou que o 7 de Setembro não pode ser o "nós contra eles". "Não podemos aceitar o Brasil ser dividido assim, por discursos de ódio. Temos problemas reais que precisam ser atacados", disse.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.

Um incêndio atingiu um hotel em Calcutá, na Índia, matando pelo menos 15 pessoas, informou a polícia local nesta quarta-feira, 30. "Várias pessoas foram resgatadas dos quartos e do telhado do hotel", disse o chefe de polícia de Calcutá, Manoj Verma.

O policial disse a repórteres que o fogo começou na noite de terça-feira no hotel Rituraj, no centro de Calcutá, e foi controlado após uma operação que envolveu seis caminhões dos bombeiros. Ainda não se sabe a causa do incêndio.

A agência Press Trust of India, que gravou imagens das chamas, relatou que "várias pessoas foram vistas tentando escapar pelas janelas do prédio". O jornal The Telegraph, de Calcutá, noticiou que pelo menos uma pessoa morreu ao pular do terraço tentando escapar.

O primeiro-ministro Narendra Modi publicou na rede X que estava "consternado" com a perda de vidas no incêndio.

Incêndios são comuns no país

Incêndios são comuns na Índia devido à falta de equipamentos de combate às chamas e desrespeito às normas de segurança. Ativistas dizem que empreiteiros muitas vezes ignoram medidas de segurança para economizar e acusam as autoridades municipais de negligência.

Em 2022, pelo menos 27 pessoas morreram quando um grande incêndio atingiu um prédio comercial de quatro andares em Nova Délhi. (Com agências internacionais).