TCU suspende aditivo de contrato de empresa investigada pela CPI da Covid

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou nesta sexta-feira, 10 que o Ministério da Saúde suspenda um aditivo contratual da empresa VTC Operadora Logística (VTCLog), alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por suspeita de irregularidades. Zymler decretou que a pasta não faça nenhum pagamento relacionado à manipulação de insumos médicos enquanto o caso não for analisado pelo tribunal.

A empresa é a encarregada do transporte de medicamentos e também a atual responsável pela distribuição de vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A decisão foi tomada numa representação dos senadores do Cidadania, Eliziane Gama (MA) e Alessandro Vieira (SE). O parlamentar é suplente da CPI da Covid. Gama é presença constante na comissão. As suspeitas sobre o aditivo foram reveladas, em julho, pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

O contrato da VTCLog e a Saúde que está na mira do TCU foi assinado em 24 de maio deste ano pelo então diretor do Departamento de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias. Ele é investigado pela CPI da Covid, que apura se houve pagamento de propina na compra de vacinas pelo governo federal.

O aditivo contratual alterou a forma de calcular o valor que o Ministério da Saúde deveria pagar para a empresa pelos serviços de manipulação de insumos médicos. Segundo o despacho de Zymler, o termo de referência do contrato previa a manipulação de 600 mil itens por ano. Entre novembro de 2018 a janeiro de 2021, no entanto, a empresa apontou que haviam sido manipulados uma quantidade bem maior, de 8.978.112 itens. A diferença geraria um acréscimo no pagamento: os estimados R$ 3,9 milhões passariam a R$ 57,7 milhões.

"Tal discrepância de valores sugere duas hipóteses. Ou constou um grande erro na estimativa desse serviço no termo de referência ou o termo 'item' não diz respeito ao quantitativo unitário de cada produto", afirmou o ministro do TCU.

A discrepância entre o que a Saúde acreditava ser o correto e o que a empresa queria levou as duas partes a discutirem qual métrica seria a ideia para garantir "o equilíbrio econômico-financeiro". Na avaliação da pasta, os insumos seriam contados de forma agregada - por lote, embalagem ou tipo de insumo e ela deveria desembolsar R$ 1,044 milhão.

De acordo com o despacho, a empresa "propôs que fosse utilizado volume de transporte como métrica", o que foi considerado pela Saúde como "um meio-termo". O valor a ser pago, então, passaria a R$ 18,98 milhões.

Zymler afirmou no despacho que "não cabe aos gestores negociar um 'meio termo' com a contratada, sob pena de violação do princípio da licitação prévia". "O contrato está vinculado ao procedimento licitatório e às condições lá fixadas. Em sendo estas impertinentes para a execução contratual, cabe anular o procedimento e não travar negociações ao arrepio da lei", anotou.

O ministro do TCU afirmou que há "fundados elementos de que a celebração do segundo termo aditivo não atinge o interesse público, quer por caracterizar fuga ao regular procedimento licitatório, quer por indicar a prática de ato antieconômico para a administração pública".

De acordo com Zymler, o Ministério da Saúde se manifestou no sentido de que "vai buscar a anulação do contrato", mas o acordo ainda está vigente. O despacho aponta que a pasta e a empresa devem se pronunciar em até 15 dias.

O ministro determinou ainda que a Saúde informe como "era realizada, medida e paga a manipulação de itens em contratos anteriores do Ministério da Saúde ou em outros contratos utilizados como referência". Zymler requereu também que a pasta "demonstre, por meio de planilhas, fotografias, vídeos e/ou outros meios que evidenciem, como deve se dar, na prática, a mensuração e o pagamento" dos itens.

Em nota, a VTCLog informou que está "absolutamente tranquila em relação à análise do Tribunal de Contas da União". "Cabe destacar que o segundo termo aditivo em voga foi extremamente benéfico para a Administração Pública e a Egrégia Corte de Contas está fazendo seu louvável papel e tem todo direito em requerer às partes envolvidas os devidos esclarecimentos técnicos", afirmou a empresa.

"A suspensão não afeta a legalidade e a lisura com que o termo aditivo foi realizado. A empresa já apresentou à CPI todos os esclarecimentos devidos e fará da mesma forma ao TCU."

A empresa ressaltou, na nota, "seu compromisso com a integridade, legalidade, transparência e não lançará mão de seus direitos e sobretudo da justa remuneração dos seus serviços prestados - já que a empresa até o momento não está sendo remunerada pela execução contratual".

Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou até a publicação da notícia.

Em outra categoria

Um avião monomotor com cinco pessoas a bordo caiu, neste domingo, 9, no estacionamento de um lar para idosos em Lancaster, na Pensilvânia, Estados Unidos. Todos os ocupantes da aeronave sobreviveram ao acidente. Ninguém foi atingido em solo devido à queda.

O incidente aconteceu por volta das 15h20 (16h20 no Horário de Brasília). A aeronave, um Beechcraft Bonanza de seis lugares, caiu no Brethren Village Retirement Community após decolar do Aeroporto de Lancaster, informou o departamento do Corpo de Bombeiros local.

Logo após a decolagem, o piloto relatou que havia uma "porta aberta" e que o avião precisava "retornar para um pouso", de acordo com uma gravação de controle de tráfego aéreo. Apesar da autorização, o piloto relatou dificuldades para ouvir o controlador devido ao vento.

O avião deslizou cerca de 30 metros após o contato com o solo, danificando uma dezena de veículos. Não houve danos à estrutura do prédio de três andares que fica próximo à área onde a aeronave caiu.

Vídeos nas redes sociais mostraram o avião e veículos próximos completamente cobertos pelas chamas, além de muita fumaça. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) investiga o caso.

Os pilotos e os tripulantes foram levados ao Lancaster General Hospital. Duas pessoas precisaram ser levadas ao centro de queimados por equipes de voo de emergência.

Em 30 de janeiro, em Washington, um avião da American Airlines colidiu no ar com um helicóptero militar matando 67 pessoas. No dia seguinte, um avião de transporte médico com seis pessoas a bordo caiu em uma área urbana da Filadélfia. Além das pessoas que estavam na aeronave, uma pessoa em solo morreu e outras 19 ficaram feridas. (Com agências internacionais).

A Comissão Eleitoral da Romênia rejeitou a candidatura do ultradireitista Calin Georgescu, líder nas pesquisas, para as presidenciais de maio.

O segundo turno da última eleição foi anulado em dezembro, sob indícios de interferência russa em favor de Georgescu, o que membros da Casa Branca disseram ser um exemplo de europeus suprimindo a liberdade de expressão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Coreia do Norte disparou diversos mísseis balísticos no mar nesta segunda-feira, 10, horas após a Coreia do Sul e os Estados Unidos terem dado início a exercícios militares conjuntos anuais. Os norte-coreanos consideram as manobras, que vão durar 11 dias, uma invasão de território. As forças sul-coreanas informaram que os mísseis foram detectados na Província de Hwanghae, mas não forneceram mais detalhes. Foi a quinta vez neste ano que Coreia do Norte lançou mísseis. Fonte: Associated Press.