Doria: Discurso de Bolsonaro foi 'constrangedor e vergonhoso'

Política
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), considerou o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira, 21, como "constrangedor e vergonhoso". Para Doria, as falas de Bolsonaro, com mentiras e fatos distorcidos, foram mais um desastre para o Brasil e prejudicam as relações multilaterais com outras nações.

"Você não pode declarar uma Assembleia Geral da ONU, com mais de 160 chefes de Estado, posições que não correspondem à verdade sobre vacinação, saúde, sobre posicionamento do Brasil no âmbito da diplomacia", disse. "Foi constrangedor e vergonhoso que o presidente do Brasil, mais uma vez, pois é a terceira vez que ele vai à Assembleia, faça o papel vexatório que nos envergonha", completou o governador paulista em entrevista a jornalistas que participam do curso de focas econômico da Agência Estado e do Estadão.

Segundo Doria, que tenta no PSDB obter a vaga como candidato à sucessão de Bolsonaro, o Brasil virou objeto de chacota e de piada com Bolsonaro no governo. "Você lê os principais jornais do mundo e as matérias sobre o Brasil são vergonhosas para nós, Bolsonaro é objeto de piadas. Ele é tido como ditador ameaçando a democracia brasileira e como o maior negacionista do mundo."

Em entrevista aos jornalistas, o tucano avaliou, por fim, que o Brasil não tem um líder, mas uma figura que ameaça a democracia e a saúde pública, "pois gastou milhões comprando cloroquina, quando poderia ter comprado vacina e muitas vidas se perderam", chamou de covarde os que usam máscaras e estimula aglomerações.

"Enfim, mais um desastre do Brasil colocado internacionalmente e isso nos afastou ainda mais dos grandes líderes mundiais que prezam a democracia e os valores", concluiu.

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O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

"Trump não mencionou o 51º Estado na ligação", disse Carney, em referência às falas do republicano de tornar o país-vizinho como mais um estado americano. "Não espero um acordo imediato na reunião em Washington. Espero conversas difíceis, mas construtivas, com Trump", acrescentou, ao classificar Trump como "um bom negociador".