Lula se levanta, diz que está recuperado e que volta ao Planalto semana que vem

Política
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, usou o final de seu discurso na cerimônia de comemoração dos 20 anos do Bolsa Família para dizer que está recuperado da cirurgia no quadril e que voltará a trabalhar do Palácio do Planalto na semana que vem. Ele participou da solenidade por videoconferência, de dentro do Palácio da Alvorada.

Lula operou o lado direito do quadril para corrigir uma artrose em 29 de setembro - no mesmo dia, também retirou o excesso de pele das pálpebras. No dia primeiro de outubro teve alta e foi para o Palácio da Alvorada para continuar sua recuperação.

Ele tem despachado do Alvorada, sem ir ao Planalto.

O presidente da República falou para a cerimônia ao lado da primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Ao fim do pronunciamento, se levantou para mostrar recuperação da cirurgia -- o enquadramento da câmera era aberto o suficiente para mostrá-lo de pé.

Brincadeiras com o Corinthians e com a Seleção

Lula brincou que o técnico do Corinthians, Mano Menezes, já o chamou para jogar futebol, e o que o técnico da Seleção Brasileira, Fernando Diniz, pensava em fazer o mesmo.

"Para vocês perceberem que semana que vem eu já vou voltar ao Palácio do Planalto. Já estou levantando sozinho, ficando em pé. O Mano Menezes já me chamou para voltar a jogar no Corinthians, o Diniz está pensando em me chamar para a Seleção, estou pronto para o combate outra vez. Na semana que vem, Wellington [Dias, ministro do Desenvolvimento Social], nos encontraremos no Palácio do Planalto", declarou o presidente da República.

Gasto com população pobre no Orçamento

No evento sobre o Bolsa Família, Lula voltou a pedir para que recursos destinados ao combate à fome no Brasil não sejam considerados como gastos. De acordo com ele, "a coisa mais barata" do Orçamento é o dinheiro destinado à população pobre.

Segundo o chefe do Planalto, recursos destinados à população menos favorecida "não é favor do governo, é obrigação". "A coisa mais barata que tem no Orçamento da União é cuidar do povo pobre, cuidar das nossas crianças e melhorar o ensino fundamental", declarou.

"Quando a gente vê o montante de dinheiro [do Orçamento], a gente precisa calibrar com quantas pessoas a gente está lidando. A gente não tem que falar em gasto quando se fala em combater fome, educação, investir no trabalho que cuida do País, do povo", acrescentou. A proposta de Orçamento para 2024, apresentada pelo governo, contudo, não prevê um reajuste do valor pago aos beneficiários do Bolsa Família, hoje em R$ 600.

Promessa de acabar com a fome no Brasil

Na fala, o presidente reiterou a promessa do governo de acabar com a fome no País até 31 de dezembro, final de seu terceiro mandato. "Quando a gente vê um programa desse completar 20 anos e ter o ministro Wellington da sua qualidade dirigindo isso, com a equipe extraordinária que você montou, eu tenho certeza que, muito mais rápido do que da primeira vez, a ONU vai outra vez anunciar ao mundo que o Brasil outra vez acabou com a fome", comentou.

Lula disse que, até o final de sua gestão, fará com que a população coma ao menos três vezes ao dia. Ele falou que, quem quiser comer quatro vezes por dia, também será possível, mas é preciso "comer de forma racional, sem guloseima". "A gente também não quer que as pessoas tenham peso excessivo. Queremos que as pessoas comam comida saudável", comentou.

A fala ocorreu apesar de Lula já ter recebido críticas por falas recentes consideradas preconceituosas. Em eventos no Palácio do Planalto, o presidente já comentou sobre o peso do ministro da Justiça, Flávio Dino.

Há cerca de dois meses, Wellington Dias esteve na mira dos partidos do Centrão no processo de reforma ministerial do governo Lula. O ministro, contudo, foi mantido por Lula.

No evento, a falta de ministros ao lado de Dias chamou atenção. Marcaram presença apenas os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira - que chegaram atrasados na celebração -, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano.

Críticas ao Hamas e a Israel

O presidente da República classificou os ataques do Hamas como loucura e terrorismo, e disse que a reação de Israel é insana no conflito no Oriente Médio.

Lula dizia que o Bolsa Família protege crianças brasileiras da fome, e usou o assunto como gancho para falar sobre a guerra no Oriente Médio.

"Eu queria prestar solidariedade às crianças que morreram na guerra da Rússia e da Ucrânia e as que estão morrendo agora nessa luta insana entre o Hamas e o Estado de Israel. Não é possível tanta irracionalidade, tanta insanidade", disse o presidente da República.

E declarou: "Eu fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matasse eles. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra."

O presidente da República ainda destacou: "Precisamos propor, em alto e bom som, em nome da vida das nossas crianças, a gente propor paz, a gente propor a racionalidade de que o amor possa vencer o ódio, de que a gente não resolve o problema com bala, a gente não resolve o problema com foguete."

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira, 2, que Israel está estabelecendo um novo corredor de segurança através da Faixa de Gaza para pressionar o Hamas, sugerindo cortar a cidade de Rafah do resto do território palestino.

O anúncio foi feito depois que o ministro da defesa de Netanyahu declarou que tomaria grandes áreas de Gaza e as adicionaria às suas chamadas zonas de segurança. Enquanto isso, uma onda de ataques israelenses matou mais de 40 palestinos, incluindo várias mulheres e crianças, de acordo com autoridades de saúde palestinas.

Israel prometeu intensificar a guerra de quase 18 meses contra o Hamas até que o grupo devolva dezenas de reféns restantes, desarme-se e deixe o território. Fonte:

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, está viajando para a Groenlândia nesta quarta-feira, 2, para uma visita de três dias com o objetivo de construir a confiança dos líderes groenlandeses, em um momento em que o governo Trump busca o controle do vasto território ártico.

Mette Frederiksen anunciou planos para sua visita após o vice-presidente dos EUA, JD Vance, ter visitado uma base aérea americana na Groenlândia na semana passada e acusado a Dinamarca de investir pouco no território.

A Groenlândia é uma ilha rica em minerais e estrategicamente crítica, tornando-se mais acessível devido às mudanças climáticas.

Trump afirmou que a massa terrestre é essencial para a segurança dos EUA. Ela faz parte da América do Norte, mas é um território semiautônomo pertencente ao Reino da Dinamarca.

A primeira-ministra deve se reunir com o novo líder groenlandês, Jens-Frederik Nielsen, após uma eleição no mês passado que resultou em um novo governo. Nielsen afirmou no último fim de semana que os EUA não ficarão com a Groenlândia, em reação às afirmações de Donald Trump de que os norte-americanos assumirão o controle do território insular.

Mette Frederiksen também deve se encontrar com o futuro Naalakkersuisut, o gabinete ministerial, durante a visita que deve durar até sexta-feira.

"Tenho o mais profundo respeito por como o povo groenlandês e os políticos groenlandeses lidam com a grande pressão que há sobre a Groenlândia", disse ela em um comunicado do governo anunciando a visita.

Na agenda, estão conversas com Nielsen sobre a cooperação entre Groenlândia e Dinamarca.

Há anos, o povo da Groenlândia, com uma população de cerca de 57 mil pessoas, trabalha para alcançar a independência da Dinamarca. As ameaças do governo Trump de assumir o controle da ilha de qualquer maneira, possivelmente até com força militar, irritaram muitos na Groenlândia e na Dinamarca.

O novo governo quer adotar uma abordagem mais lenta sobre a questão da eventual independência. O grupo político na Groenlândia mais simpático ao presidente dos EUA, o partido Naleraq, que defende um caminho rápido para a independência, foi excluído das negociações da coalizão para formar o próximo governo.

Peter Viggo Jakobsen, professor associado da Academia de Defesa Dinamarquesa, disse na semana passada que as aspirações do governo Trump para a Groenlândia poderiam ter um efeito contrário e aproximar os partidos mais moderados ainda mais da Dinamarca.

Ele disse que "Trump assustou a maioria dos groenlandeses com essa ideia de um relacionamento próximo com os Estados Unidos porque eles não confiam nele". /AP

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 2, novas sanções contra uma rede de facilitadores financeiros e operadores de suprimentos dos houthis, grupo rebelde do Iêmen, acusados de adquirir armas e commodities da Rússia, incluindo grãos roubados da Ucrânia, segundo comunicado divulgado pelo governo. A ação visa Said al-Jamal, alto funcionário houthi apoiado pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e seus colaboradores.

"Os houthis dependem de Said al-Jamal e sua rede para obter bens essenciais que abastecem sua máquina de guerra terrorista", afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. "Esta medida reforça nosso compromisso em reduzir a capacidade do grupo de ameaçar a região com atividades desestabilizadoras".

Segundo o comunicado, os Houthis têm usado mísseis, drones e minas navais para atacar embarcações comerciais no Mar Vermelho, colocando em risco a navegação global. Os ataques, incentivados pelo Irã, já causaram mortes de civis e milhões em prejuízos.

A rede sancionada inclui os empresários afegãos Hushang e Sohrab Ghairat, localizados na Rússia, que ajudaram, segundo o governo americano, a orquestrar o envio de grãos ucranianos roubados da Crimeia para o Iêmen no navio Am Theseus, de bandeira russa. A empresa Hong Kong AM Asia M6 Ltd, proprietária da embarcação, e seus capitães russos, Vyacheslav Vidanov e Yuri Belyakov, também foram alvos das sanções.

Além disso, o Tesouro identificou oito carteiras de criptomoedas usadas pelos houthis para transferir fundos. O turco-iraniano Hassan Jafari, acusado de lavar milhões em dólares para a rede, também foi incluído na lista de sanções.