Bolsonaro entra com queixa-crime contra Lula no STF e pede retratação

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou nesta terça-feira, 24, com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro diz ter sido vítima de injúria e difamação e pede que Lula seja condenado a se retratar.

O pedido tem como base declarações de Lula que associaram o ex-presidente a uma casa da família do tenente-coronel Mauro Cid nos Estados Unidos. O discurso foi feito em maio, no evento de lançamento da Lei Paulo Gustavo, em Salvador.

"Nós vamos tentar provar a corrupção que houve neste País, para que o povo brasileiro saiba quem é que praticou corrupção nesse País. Agora mesmo acabaram de descobrir uma casa, uma casa de US$ 8 milhões do ajudante de ordem do Bolsonaro. Certamente, uma casa de 8 milhões de dólares não é para o ajudante de ordem. Certamente, é para o paladino da discórdia, o paladino da ignorância, o paladino do negacionismo", declarou o presidente na ocasião.

A defesa de Bolsonaro afirma que as acusações são 'ilações sem qualquer lastro com a realidade'. Os advogados informam que a mansão na Califórnia pertence a Daniel Cid, irmão do tenente-coronel, e foi comprada por US$ 1,7 milhão.

"Daniel tem uma longa e consolidada carreira no setor de tecnologia e segurança digital na Califórnia, nos Estados Unidos, com a qual fez fortuna de maneira completamente lícita", esclarecem.

Os advogados do ex-presidente afirmam que, embora não tenha mencionado Bolsonaro diretamente, Lula teve a intenção de atingir sua honra e deve ser condenado.

"Reconhecidos adversários e antagonistas, existe um campo permitido de disputa entre as partes aqui envolvidas, mas, a partir do momento que um deles opta por atacar pessoalmente a honra do outro, as regras do jogo - assim como do Código Penal e da Constituição Federal - foram quebradas, e o Poder Judiciário deve atuar", argumentam.

O processo foi distribuído, por prevenção, ao gabinete do ministro Luiz Fux.

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O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

"Trump não mencionou o 51º Estado na ligação", disse Carney, em referência às falas do republicano de tornar o país-vizinho como mais um estado americano. "Não espero um acordo imediato na reunião em Washington. Espero conversas difíceis, mas construtivas, com Trump", acrescentou, ao classificar Trump como "um bom negociador".