Secretário blinda Dino e assume responsabilidade por agenda com 'dama do tráfico'

Política
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O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, assumiu publicamente a responsabilidade pelo encontro realizado em maio na sede da pasta com Luciene Barbosa Farias, que é conhecida pelas autoridades como a "dama do tráfico" do Amazonas, num movimento para proteger o chefe Flávio Dino do desgaste causado pela agenda. A mulher é esposa do traficante Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho em Manaus (AM).

"Se teve algum erro, esse erro foi de minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu iria receber, porque eu poderia ter exigido que cada pessoa que entre na minha sala eu pudesse verificar", disse Vaz nesta segunda-feira, 13, em coletiva no Palácio da Justiça.

O Estadão revelou que Luciene se reuniu com outras três autoridades no Ministério da Justiça, além de Vaz. Condenada a 10 anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico, a mulher se encontrou também com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen); Paula Cristina da Silva Godoy, Ouvidora Nacional de Serviços Penais (Onasp); e Sandro Abel Sousa Barradas, que é diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen. As audiências ocorreram em março e maio deste ano.

Pouco antes do pronunciamento, Dino colocou a culpa no secretário pelas reuniões. Mais cedo, Vaz tinha alegado que Luciene esteve em seu gabinete como "acompanhante" e que "se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário". Os outros três funcionário do Ministério que também receberam a dama do tráfico ainda não se pronunciaram.

Vaz ainda afirmou ter sido repreendido por Dino. "Ele (ministro) não ficou satisfeito. Ele, sempre gentil como é, me chamou a atenção, disse que eu deveria tomar mais cuidado com as pessoas que recebo. Falei isso de forma pública. A partir de agora, tenho que tomar mais cuidado", afirmou.

De acordo com o secretário, o Ministério da Justiça passará a adotar um protocolo de checagem das pessoas que solicitam reuniões. "É um procedimento que nós devemos adotar daqui por diante para não acontecer esse tipo de erro", disse Vaz.

Ele ainda "alertou" na coletiva contra quaisquer 'ilações' que não considerem o trabalho que o Ministério da Justiça tem feito no combate ao crime organizado. A segurança pública se tornou um dos maiores problemas do governo Lula e tem sido motivo de desgaste para Dino. Pesquisa Atlas Intel mostrou que o enfrentamento à criminalidade é a área em que o governo federal mais patinou neste primeiro ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que na quarta-feira impôs sanções ao petróleo do Irã e que, países que recebem a commodity iraniana, não podem fazer negócios com os americanos, em discurso no evento do Dia da Oração, na Casa Branca, nesta quinta-feira.

O republicano também aproveitou a oportunidade para dizer que está trabalhando para libertar os reféns do Hamas. "As coisas estão esquentando", acrescentou.

Uma das associações empresariais mais importantes do Canadá pediu ao primeiro-ministro do país, Mark Carney, que cogite adiar um prometido corte de impostos para a classe média, argumentando que isso enviaria um forte sinal sobre disciplina fiscal. O Conselho Empresarial do Canadá, que representa CEOs de grande empresas, afirma apoiar as promessas de Carney sobre gastos direcionados a determinadas áreas para melhorar o histórico ruim de produtividade do país e impulsionar o crescimento.

No entanto, dado o recente histórico de déficits fiscais maiores do país, de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), o conselho afirma que Carney deve adiar medidas que "não são essenciais para a resposta econômica imediata do Canadá". A entidade diz que os cortes de impostos propostos devem ser adiados até que o quadro fiscal permita.

Economistas alertaram que os déficits devem aumentar em relação ao PIB com as promessas fiscais do Partido Liberal, do primeiro-ministro, e a possibilidade de uma forte recessão em vista. Fonte: Dow Jones Newswires.

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu 18 mil na semana encerrada em 26 de abril, para 241 mil, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas da FactSet, que previam 225 mil solicitações no período.

O total de pedidos da semana anterior foi levemente revisado para cima, de 222 mil a 223 mil.

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