Depois de 'fundo do poço' em 2020, PT traça plano com Lula para 2024

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar "diretamente" das campanhas municipais do PT em 2024, mas há "campos minados" nesse processo. A declaração foi dada pelo senador Humberto Costa (PT-PE), coordenador do grupo de trabalho eleitoral do partido - responsável pela organização da legenda para as eleições do ano que vem -, em entrevista ao Papo com Editor, programa do Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O senador se refere a lugares onde forças políticas aliadas de Lula em nível federal disputarão as prefeituras municipais contra o PT. "Naqueles municípios onde a polarização claramente seja entre a extrema-direita e o conjunto de forças de centro e de centro-esquerda, acredito que ele vai estar presente", disse Humberto Costa. "Em outros lugares, esse campo é um pouco minado. Eu acho que o partido vai participar fortemente, os ministros que são do PT ou do campo que se organiza ali, mas talvez o presidente deixe para se manifestar num segundo turno."

Segundo Costa, haverá uma reunião do grupo de trabalho com o presidente da República em dezembro ou no começo do ano que vem para discutir como será a participação do chefe do governo federal nas campanhas. "Onde houver um grau de unidade dentro do partido, ou juntamente com a federação e os outros partidos do campo da centro-esquerda, eu tenho a convicção de que esse eventual candidato ou candidata terá um tratamento diferenciado do presidente Lula antes e durante a campanha. A nossa discussão deverá ser exatamente que lugares serão esses", declarou o senador.

Salvador

Um possível exemplo desse raciocínio é a disputa pela prefeitura municipal de Salvador. "Se for o Geraldinho (Geraldo Jr., do MDB, vice-governador da Bahia), o MDB estaria conosco, ou nós estaríamos com o MDB, e eu acredito que Lula participaria diretamente dessa campanha. Se tiver duas candidaturas, a do PT e uma do MDB, eu acredito que aí será mais difícil uma participação (de Lula) no primeiro turno", afirmou o senador.

Humberto Costa disse que o principal objetivo do partido é ter resultados melhores no ano que vem do que os obtidos na última disputa pelas prefeituras. "Nossa meta genérica é termos um desempenho muito melhor do que aquele que tivemos em 2020, que foi, de certa forma, o fundo do poço em termos de participação eleitoral do PT em eleições municipais", declarou.

Capitais

O senador afirmou que o partido deverá ter até 12 ou 13 candidatos a prefeito em capitais, dependendo de como evoluírem as conversas com as legendas aliadas. São Paulo é um dos casos mais claros. "Vamos estar com o Boulos (PSOL). Acho que o PT vai estar na vice e o presidente vai participar ativamente", afirma. Algo semelhante tende a acontecer em Porto Alegre, onde há a tendência de uma candidatura juntando o PT e a federação com PV e PCdoB e outras forças, segundo Costa.

Já no Rio de Janeiro há dúvidas. "A tendência é um apoio ao Eduardo Paes (PSD), mas condicionado ao PT ter uma participação na composição da chapa."

Belo Horizonte traz uma preocupação com os partidos aliados, que tende a adiar uma eventual entrada do presidente na campanha. "Temos um candidato lançado que é o deputado Rogério Correia (PT)", observou. "Lá nós temos realmente uma conjugação de forças que estão no governo federal. Por exemplo, o PSD, do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, deve ter uma candidatura, talvez a reeleição do atual prefeito. Talvez nesse caso o presidente só se manifeste no segundo turno."

Em Curitiba e Florianópolis, Costa diz ser provável que se construa uma candidatura de unidade fora do PT. "Dependendo de quem for esse candidato, de que partido for, ele estará presente."

Bolsonarismo

Humberto Costa ainda disse que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada pelo Senado, foi uma demonstração de força do bolsonarismo na Casa. O texto passou no Senado com 52 votos a favor e 18 contra na quarta-feira, 22.

"Algumas pessoas, algumas forças políticas aqui caíram no canto da sereia da extrema-direita, que quer tão somente prolongar um processo de conflito que eles criaram e alimentaram ao longo do governo passado", declarou. Questionado se falava do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que colocou a proposta em pauta, Costa preferiu não dizer a quem se referia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Há 62 anos, Audrey Backeberg desapareceu de uma pequena cidade no centro-sul de Wisconsin, nos Estados Unidos, após supostamente pegar carona com a babá da família e embarcar em um ônibus para Indianápolis. Ninguém jamais soube para onde ela foi ou o que havia acontecido com ela.

Tudo isso mudou na semana passada, quando Audrey foi encontrada viva e em segurança em outro Estado, graças ao olhar atento de um novo detetive que assumiu o caso em fevereiro.

O detetive Isaac Hanson descobriu um registro de prisão fora do Estado que correspondia a Audrey Backeberg, o que desencadeou uma série de investigações que levaram à sua localização.

Acontece que Audrey escolheu sair da cidade de Reedsburg por vontade própria - provavelmente devido a um marido abusivo, segundo Hanson.

"Ela está feliz, segura e protegida; e basicamente viveu discretamente durante todo esse tempo", disse ele.

Hanson foi designado para o caso no final de fevereiro e, após encontrar o registro de prisão, ele e outros oficiais se reuniram com a família de Backeberg para ver se tinham alguma ligação com aquela região. Eles também investigaram a conta da irmã de Backeberg no Ancestry.com, acessando registros de censo, obituários e certidões de casamento daquela área.

Em cerca de dois meses, encontraram um endereço onde vivia uma mulher que, segundo Hanson, apresentava muitas semelhanças com Backeberg, incluindo data de nascimento e número da previdência social. Hanson conseguiu que um policial da região fosse até o endereço. Dez minutos depois, Backeberg, agora com mais de 80 anos, ligou para ele.

"Aconteceu tão rápido", contou. "Eu esperava que o policial me ligasse de volta dizendo: 'Ninguém atendeu à porta'. E achei que fosse o policial me ligando, mas na verdade era ela. E para ser sincero, foi uma conversa bem casual. Eu percebi que ela obviamente tinha seus motivos para ter ido embora."

A maior parte das informações obtidas nessa ligação não foi compartilhada por Hanson, que explicou que ainda é importante para Backeberg manter sua privacidade.

"Acho que ela ficou muito emocionada, claro, com tudo aquilo - ver um policial batendo à porta, relembrar tudo o que aconteceu e reviver 62 anos em 45 minutos", disse ele.

'Ela é quem decide'

Hanson descreveu o fato de encontrá-la viva após mais de seis décadas como algo praticamente inédito. E embora não saiba se ela irá retomar contato com a família, afirmou estar satisfeito por ela ter agora essa possibilidade.

"Há familiares morando aqui, então ela tem meu número caso queira entrar em contato ou precise de algo, como o telefone de parentes daqui", disse ele. "No fim das contas, ela é quem decide", finalizou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 6, que "está ansioso" para se encontrar com o novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, mas criticou duramente a relação econômica entre os dois países. "Não consigo entender uma simples VERDADE - Por que os EUA estão subsidiando o Canadá em US$ 200 bilhões por ano, além de dar a eles PROTEÇÃO MILITAR GRATUITA e muitas outras coisas?", questionou em publicação na Truth Social.

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A publicação foi feita na iminência de um encontro entre o republicano e Carney na Casa Branca. A reunião, segundo Trump, deve ser marcada por essa discussão: "O primeiro-ministro chegará em breve, e essa será, muito provavelmente, minha única pergunta de consequência".

O líder conservador do partido CDU da Alemanha, Friedrich Merz, conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na segunda rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz perdeu na primeira votação e havia dúvidas sobre a capacidade do líder alemão vencer a nova votação ainda hoje, depois da derrota histórica desta manhã.

Merz recebeu 325 votos no segundo turno. Ele precisava de uma maioria de 316 dos 630 votos em votação secreta, mas recebeu apenas 310 votos no primeiro turno - bem abaixo das 328 cadeiras de sua coalizão.

Segundo a Presidente do Bundestag, Julia Klöckner, a cerimônia de nomeação do conservador deve ocorrer ainda nesta tarde, por volta das 17h (horário local).

*Com informações da Associated Press.