Justiça nega porte de arma a deputado bolsonarista que diz ter sido ameaçado de morte

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A Justiça Federal negou o pedido do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) para ter o direito de portar uma arma. O pedido havia sido feito em maio à Justiça do Distrito Federal, após o parlamentar ter o requerimento negado pela Polícia Federal (PF), responsável por conceder esse tipo de autorização. Nele, o deputado bolsonarista justificava a necessidade do porte com a alegação de ter sido alvo de ameaças de morte.

Além de ter o pedido negado por insuficiência de provas, o deputado foi intimado a prestar esclarecimentos sobre as acusações à Procuradoria-Geral da República (PGR). As informações são do site Congresso em Foco.

As supostas ameaças de morte contra ele e sua família seriam vistas em capturas de tela de um grupo do WhatsApp, no qual professores goianos se organizavam para protestar contra as investidas do deputado em episódios que consideram perseguição.

Esse grupo teria sido invadido por apoiadores do deputado, que usaram o espaço para trocar ofensas com os professores. Em resposta, o administrador do grupo, o deputado estadual suplente Fabrício Rosa (PT-GO), anunciou que criaria outro grupo, desta vez fechado, para continuar a organização dos professores. Nesse anúncio, as frases "não queremos contar com fascistas presentes" e os protestos serem motivados "contra o Gustavo Gayer e todos os filhotes dele" foram os argumentos utilizados por Gayer para justificar a ameaça de morte contra ele e sua família.

O deputado apresentou um boletim de ocorrência e, em seguida, fez o pedido da posse de arma à PF, que o negou. O caso foi levado à Justiça e Gayer pediu que o porte lhe fosse garantido até o processo ser julgado. O juiz negou o pedido.

Fabrício Rosa, a quem Gayer acusa de ameaçá-lo de morte, foi intimado pela Polícia Civil, a quem explicou em depoimento que, ao falar em "filhotes dele", se referia aos seus seguidores radicais, e não aos filhos de Gayer. O Ministério Público de Goiás acatou a versão do petista.

As mesmas acusações também foram feitas por Gayer durante discurso na CPI do MST, onde ele disse que Fabrício Rosa teria organizado um grupo com o intuito de "bater" e "acabar" com os seus filhos. A PGR intimou Gayer a prestar esclarecimentos sobre suas declarações. Na intimação, consta que o parlamentar pode responder por crimes contra a honra caso não consiga sustentar as acusações.

Gayer está envolvido em outras polêmicas, que motivaram pedidos de cassação de seu mandado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, e outras situações envolvendo inclusive a PGR. Em novembro, ele foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal pela PGR por supostos crimes de injúria e racismo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro de Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida.

A acusação está relacionada às declarações de Gayer durante o programa do '3 Irmãos Podcast'. Na ocasião, o parlamentar teria associado 'africanos a quociente de inteligência baixo, inclusive o comparando ao de macacos'.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que desmantela o Departamento de Educação do país. "Os EUA gastam muito mais dinheiro por pessoa com educação do que qualquer outro país do mundo", destacou o republicano. "Vamos devolver a educação americana aos estados americanos."

Durante o evento de assinatura, Trump também afirmou que "os custos educacionais serão menores dessa maneira e a qualidade da educação será muito, muito melhor". Ele garantiu que as funções "úteis" do Departamento serão preservadas e redistribuídas para outras pastas do governo federal. "Por exemplo, os fundos para alunos com necessidades especiais serão mantidos e transferidos", explicou.

Em uma fala direcionada à secretária de Educação, Linda McMahon, Trump declarou: "Encontraremos o que fazer com você."

O presidente ainda anunciou a assinatura de uma ação para intensificar a exploração de minerais críticos nos EUA e reforçou sua intenção de firmar um acordo de exploração mineral com a Ucrânia em breve. "Estamos indo muito bem com a Rússia e a Ucrânia", acrescentou.

O Departamento de Educação dos EUA gastou mais de US$ 3 trilhões "sem praticamente nada a mostrar por isso" desde 1979, de acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca mais cedo. "Apesar dos gastos por aluno terem aumentado mais de 245% nesse período, não houve praticamente nenhuma melhoria mensurável no desempenho dos estudantes", afirma o texto.

O governo ainda destacou que sete em cada dez alunos de quarta e oitava séries não são proficientes em leitura, e os estudantes dos EUA ocupam a 28ª posição entre 37 países membros da OCDE em matemática. "Em vez de manter o status quo que está falhando com os estudantes americanos, o ousado plano do governo Trump devolverá a educação ao lugar onde ela pertence - aos estados individuais, que estão melhor posicionados para administrar programas e serviços eficazes que atendam às suas populações e necessidades únicas", reforça a Casa Branca.

O Norges Bank Investment Management, o maior fundo soberano do mundo, anunciou um investimento na icônica região de Convent Garden, no coração de Londres, além de aportar em residências estudantis na Europa.

O fundo, que é o veículo de investimento dos recursos das riquezas de petróleo e gás do país nórdico, comprou uma participação de 25% no portfólio de imóveis de Covent Garden vendido detido pela Shaftesbury Capital por 570 milhões de libras esterlinas (o equivalente a R$ 4,2 bilhões).

A Shaftesbury manterá a participação restante de 75% e administrará o portfólio em nome da joint venture, informou o fundo de investimento em comunicado divulgado nesta quinta-feira.

A propriedade inclui mais de 220 lojas no West End da capital britânica, que ficam ao lado de teatros e locais como a Royal Opera House e o London Transport Museum, que se beneficiaram da recuperação do turismo desde a pandemia.

O fundo concordou ainda em adquirir uma participação de 40% na AXA Lifestyle Housing, holding da The Boost Society (ex-KLEY Group), uma proprietária e operadora integrada de alojamentos estudantis e propriedades de co-living em França e Espanha.

A conclusão da transação está prevista para o primeiro trimestre de 2025, sujeita à aceitação dos vendedores após consulta a um conselho de empresa.

O fundo norueguês concordou em pagar 240 milhões de euros no negócio. O portfólio é composto por 42 ativos, totalizando aproximadamente 12.200 moradias estudantis e leitos de co-living. Um fundo controlado pela AXA IM Alts, European Student Accommodation Venture SCA, ficará com os 60% restantes na joint venture.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, reabriu a embaixada alemã em Damasco nesta quinta-feira, 13 anos depois de ela ter sido fechada nos primeiros dias da guerra civil síria, afirmando que a Europa precisa de "olhos e ouvidos" no local enquanto acompanha a transição política da Síria.

Ela reabriu a embaixada antes de se reunir com o presidente interino Ahmad al-Sharaa durante uma visita a Damasco, a segunda desde a queda do ex-presidente Bashar Assad, em dezembro.

Entre os 27 membros da União Europeia, a Itália reabriu sua embaixada no ano passado, antes da queda de Assad, e a Espanha reabriu a sua após sua derrubada.

"Com a reabertura desta embaixada, estamos dizendo de forma muito clara que a Alemanha está de volta a Damasco. A Alemanha tem um interesse fundamental em uma Síria estável", disse Baerbock aos jornalistas.

Por enquanto, a embaixada contará com uma equipe bem enxuta, apoiada por pessoas localizadas no Líbano, país vizinho, e não oferecerá serviços consulares ou de visto, informou.

Ela será liderada por um encarregado de negócios por enquanto. "Se no futuro haverá novamente um embaixador depende de novos desenvolvimentos políticos e, claro, de segurança aqui", acrescentou. Fonte: Associated Press.