Lula lança ITA em Fortaleza e diz que viajará o País falando de educação com ministro

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira, 19, que viajará durante uma semana pelo País para falar de educação com o ministro da área, Camilo Santana. A declaração foi dada no lançamento de um campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza (CE). O petista iniciou uma série de visitas a localidades do Nordeste e tem feito, nessas ocasiões, discursos em tom eleitoral, em meio aos preparativos dos partidos para as disputas municipais de outubro.

"Não vamos mais permitir que os gênios brasileiros tenham que sair do Brasil para serem consagrados. Eles vão ser consagrados dentro do Brasil", declarou Lula, após assinar o decreto que formaliza o campus do ITA na capital do Ceará. O presidente da República defendeu igualdade de oportunidades e de condições para todos os cidadãos e, nesse contexto, disse que tem "obsessão" por acabar com a desigualdade que existe entre o Nordeste e as outras regiões do País.

Lula lembrou que as Olimpíadas de Matemática e de Português, competição de conhecimento entre estudantes de escolas públicas e privadas, foi criada em seus mandatos anteriores no Palácio do Planalto. "Vamos ter que assumir um compromisso de aproveitar este mandato - me faltam três anos de governo - para que a gente possa resolver o problema da educação no Brasil ou, pelo menos, consolidar um processo de revolução na educação", emendou.

O petista voltou a mencionar a criação de uma poupança para estudantes do Ensino Médio e a promessa de construir mais 100 institutos federais de educação no País. "Para a gente mostrar para o mundo que a gente gosta de exportar soja, milho, carne, avião, qualquer produto, minério de ferro, mas a gente agora quer começar a exportar conhecimento, inteligência brasileira."

Na visão de Lula, depois de "recuperar" a economia, o governo deve focar em melhorar o salário dos professores. O presidente disse que fará pela educação do Brasil, até o fim de seu mandato, o que não foi feito em muitos anos. "Eu vou tirar uma semana com o Camilo, viajando pelo Brasil, para falar de educação", declarou.

Instalações do ITA

As novas instalações do ITA serão construídas na Base Aérea de Fortaleza, onde ocorreu o evento desta sexta. A unidade será a segunda do instituto e a primeira fora da cidade de São José dos Campos, em São Paulo. A previsão do governo federal é que o campus esteja em plena atividade em 2027.

A nova unidade abrigará dois novos cursos, que não são lecionados na instalação paulista: Engenharia das Energias Renováveis e Engenharia de Sistemas. A ideia da gestão Lula 3 é que o vestibular para os dois cursos ocorra ainda em 2024. A primeira turma deverá ser acolhida em 2025 e 2026 no campus de São Paulo Em 2027, as atividades serão transferidas para a unidade do Ceará.

De acordo com Lula, a ideia de criar o campus do ITA no Ceará foi do ministro da Defesa, José Múcio, que estava presente no evento. Também participaram, além de Camilo Santana, os ministros Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e parlamentares como o deputado federal Mauro Benevides Filho (PDT-CE). O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), não esteve presente porque foi diagnosticado com infecção intestinal.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou neste domingo, 2, em entrevista coletiva, que a nação insular ajudará a Ucrânia com 1,6 bilhão de libras (cerca de US$ 2 bilhões) para a compra de mais de 5 mil mísseis aéreos. Segundo ele, o apoio criará empregos na defesa britânica, além de ser "vital" para proteger infraestruturas críticas da Ucrânia. A declaração ocorreu após a cúpula organizada por Starmer com líderes globais para discutir a guerra na Ucrânia.

Entre os pontos discutidos na reunião, o líder britânico disse que os líderes concordaram em manter a ajuda militar à Ucrânia e aumentar a pressão econômica sobre a Rússia, além de garantir que a Ucrânia participe das decisões. Starmer acrescentou, ainda, que as capacidades de defesa ucranianas continuariam tendo apoio, mesmo em caso de um acordo de paz, a fim de deter "qualquer invasão futura".

Starmer também destacou que, para dar suporte à paz no continente de forma efetiva, os esforços precisam do apoio dos Estados Unidos, reforçando que conversou com o presidente norte-americano, Donald Trump, no dia anterior, antes da cúpula. Em resposta aos jornalistas, o primeiro-ministro disse que "ninguém quer ver o que aconteceu na sexta-feira", se referindo ao bate-boca entre os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos, mas ele rejeitou que os EUA não sejam um aliado. Starmer afirmou que os EUA têm sido, nas últimas décadas, um aliado de confiança do Reino Unido.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste domingo (2) que apresentará na próxima semana um plano para "rearmamento da Europa", para reforçar a segurança do bloco.

Ao fim da cúpula sobre defesa e segurança da Ucrânia, realizada neste domingo em Londres, a chefe do poder executivo da União Europeia (UE) disse que revelará o plano aos chefes de Estado e governo europeus durante uma cúpula da UE em Bruxelas.

"Todos nós entendemos que, após um longo período de subinvestimento, agora é de extrema importância aumentar o investimento em defesa por um período prolongado. É para a segurança da União Europeia", disse.

Von der Leyen acrescentou que o plano poderia, por exemplo, ajudar a desenvolver escudos aéreos avançados.

Quanto ao futuro da Ucrânia, ela afirmou que as garantias de segurança são de extrema importância para o país devastado pela guerra. "Temos que colocar a Ucrânia em uma posição de força, para que ela tenha os meios para se fortalecer e se proteger", disse. "É transformar a Ucrânia em um porco-espinho de aço que é indigesto para invasores em potencial."

A jornalistas, no fim da Cúpula de Londres, Von der Leyen também disse que eles querem que os EUA vejam que estão preparados para defender a democracia.

A cúpula deste domingo, organizada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, incluiu mais de 19 líderes, em sua maioria europeus, mas também incluiu o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte. Fonte: Associated Press.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse neste domingo (2) aos líderes europeus que eles precisam intensificar o apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia e agir diante de um "momento único em uma geração" para a segurança da Europa. Starmer afirmou na cúpula, sediada em Londres, que alcançar um bom resultado para a Ucrânia era "vital para a segurança de cada nação aqui e muitas outras também".

Na chegada à Lancaster House, local do encontro, Starmer recebeu o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, com um abraço, assim como ocorreu no dia anterior, quando o ucraniano chegou em Londres.

Já no começo da reunião, Starmer e Zelenski se sentaram lado a lado, acompanhados pelo presidente francês Emmanuel Macron. Starmer disse aos líderes que os três concordaram em trabalhar em um plano para encerrar os combates e apresentá-lo aos Estados Unidos, que discutem intermediar um acordo de paz. "Precisamos concordar com os passos a serem dados a partir dessa reunião para entregar paz por meio da força para o benefício de todos", afirmou.

Nos bastidores, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, se encontrou com Zelenski neste domingo, reafirmando o apoio da Itália à Ucrânia. O escritório de Meloni disse que ela expressou apoio, junto aos parceiros europeus e ocidentais e aos Estados Unidos, "para construir uma paz justa e duradoura, que garanta um futuro de soberania, segurança e liberdade para a Ucrânia". Na véspera da reunião, Meloni conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas o conteúdo da ligação não foi divulgado.

Também presente no encontro, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, declarou aos jornalistas na manhã deste domingo, antes de embarcar para Londres, que iria para a cúpula com uma mensagem de que a Europa deve acreditar que pode ser uma grande potência militar. No aeroporto, ele destacou que a Europa tem 2,6 milhões de soldados, mais do que os EUA, China ou Rússia. "A Europa tem uma vantagem sobre todos aqui", afirmou.

Participam da cúpula, ainda, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau e a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, também estão presentes. Fonte: Associated Press.