Presidente do PSDB diz que crise em SP deve ser resolvida por paulistas em março

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A crise interna no PSDB de São Paulo poderá chegar a um desfecho em março, após as convenções partidárias. O imbróglio entre tucanos envolve a posição da sigla na eleição municipal na capital paulista. De um lado, o Diretório Municipal defende embarcar no projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB); de outro, lideranças nacionais desejam lançar um candidato próprio para disputar a Prefeitura.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, disse ao Estadão que a sua posição é de que "São Paulo resolva São Paulo", sugerindo que a Executiva Nacional não vai interferir nas decisões tomadas pelos diretórios locais. A convenção que definirá o comando do Diretório Estadual está prevista para o dia 25 de fevereiro. Após o encontro, serão marcadas as datas das convenções municipais - incluindo a da capital.

Nomes influentes do partido, como o governador Eduardo Leite (RS) e o próprio Perillo, avaliam que o PSDB errou em não disputar o Palácio do Planalto na eleição de 2022. Eles ainda consideram que a desidratação da sigla é parcialmente explicada por essa decisão. Diante disso, o grupo ligado ao governador gaúcho defende que a legenda não pode abrir mão de lançar candidato próprio ao comando da maior cidade do País.

O ex-tucano Andrea Matarazzo é a principal aposta da cúpula partidária para ter um candidato próprio na capital. Matarazzo confirmou à Coluna do Estadão que já falou sobre o tema com o presidente do seu atual partido, o PSD, Gilberto Kassab. "Sempre falamos sobre muitos assuntos e este é de grande importância", disse.

Perillo conta que, antes de uma definição sobre o posicionamento da sigla na capital, é necessário definir quem serão os novos dirigentes no Estado. Desde o final do ano passado, tanto o Diretório Municipal de São Paulo como o Diretório Estadual são dirigidos por comissões provisórias. No domingo, 9, o presidente provisório do PSDB paulistano, Orlando Faria, renunciou ao cargo, e o diretório segue sem comando até o momento.

Como dirigente partidário, Faria advogava por uma via alternativa para o PSDB na capital: uma aliança com a pré-candidata do PSB, a deputada federal Tabata Amaral. Ao deixar a Comissão Provisória Municipal, o ex-presidente tucano será o coordenador político da campanha de Tabata pela Prefeitura. Crítico de Nunes, ele estava insatisfeito com as movimentações do partido em São Paulo para apoiar a reeleição do mandatário.

Líder do governo Ricardo Nunes na Câmara de São Paulo, o vereador Fábio Riva (PSDB) se queixa da falta de diálogo entre dirigentes e bancada municipal. Segundo ele, os vereadores tucanos não são procurados pela cúpula partidária. "Sabemos mais sobre o PSDB através da imprensa do que por meio dos dirigentes", disse o parlamentar, emendando que a posição da sigla na corrida pela Prefeitura ainda não foi definida.

"Ao analisar as declarações de líderes nacionais, fica evidente o desejo de lançarem um candidato próprio", disse Riva ao ser questionado sobre uma possível candidatura do PSDB na capital. Porém, ele afirmou que não só apoia a reeleição de Nunes, como também pode deixar o partido caso a legenda não faça o mesmo. Segundo ele, essa é a posição de toda a bancada tucana na Câmara, formada por oito vereadores.

Neste domingo, 21, o vice-presidente da Câmara de São Paulo, o vereador João Jorge (PSDB), anunciou que vai deixar o PSDB após 32 anos como filiado. A sua saída da sigla, porém, vai ocorrer apenas em março, durante a janela partidária. "Meu destino partidário para disputar a reeleição como vereador da cidade de São Paulo será conhecido depois de conversar com o prefeito Ricardo Nunes a quem apoiariei em sua campanha de reeleição", disse.

Em outra categoria

A Rússia disse neste sábado, 1, que abateu três drones ucranianos que miravam parte da infraestrutura do gasoduto TurkStream, que transporta gás pelo Mar Negro até a Turquia e a Europa. O Ministério da Defesa russo afirmou que os drones tinham como alvo uma estação de compressão na região de Krasnodar, no sul do país. Em janeiro, as Forças Ucranianas tentaram atingir a mesma estação, segundo as autoridades russas. As alegações não puderam ser confirmadas de forma independente, e não houve comentário imediato da Ucrânia.

Em chamada telefônica entre os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Turquia, Sergey Lavrov e Hakan Fidan, respectivamente, o russo pediu ao colega o uso das "capacidades disponíveis de Ancara nas negociações com Kiev para impedir tais tentativas", de acordo com um comunicado. Hakan Fidan garantiu que as ações necessárias seriam tomadas, segundo a nota.

Antes da invasão russa, 40% do gás natural da União Europeia era fornecido pela Rússia por meio de gasodutos. Grande parte desses fluxos foi interrompida desde então, com as exportações da Noruega e dos Estados Unidos suprindo a lacuna deixada. O gasoduto TurkStream continua enviando gás para a Hungria, membro da União Europeia, além de Turquia e Sérvia.

*Com informações de Associated Press.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve encontros com dois líderes internacionais neste sábado, 1, no Uruguai, de acordo com duas notas divulgadas pela assessoria de comunicação do Palácio do Planalto. Ele se reuniu com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier e com a candidata a presidente do Equador Luisa González, ambos de partidos de esquerda.

"Discutimos a importância dos países da América Latina e da União Europeia atuarem em defesa da democracia e do multilateralismo. A Alemanha é um parceiro essencial do Brasil na promoção do acordo Mercosul - União Europeia, no esforço de combate à mudança do clima e em prol do sucesso da COP30", disse Lula, em nota, sobre a conversa com o alemão.

"Tratamos do contexto político na América do Sul. Expressamos nossa concordância na importância do fortalecimento da democracia e da justiça social no continente. Desejo que as eleições no segundo turno no Equador transcorram de forma pacífica e dentro da normalidade, e que a vontade do povo equatoriano prevaleça", afirmou o petista, também em nota, sobre o encontro com Luisa González. Neste caso, a nota também diz que a reunião foi realizada a pedido da equatoriana.

Lula está no Uruguai para acompanhar a posse do novo presidente do país, Yamandú Orsi. A cerimônia está marcada para 14h na Assembleia Geral do Poder Legislativo uruguaio, em Montevidéu. Orsi é da Frente Ampla, coalizão de esquerda e centro-esquerda cujo líder mais conhecido é o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica.

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski agradeceu o apoio dos Estados Unidos durante os três anos de guerra entre Ucrânia e Rússia. O agradecimento, feito em uma série de posts nas redes sociais neste sábado, 1, ocorreu após um bate-boca ontem entre Zelenski e o presidente dos EUA Donald Trump, com participação do vice J. D. Vance, em um encontro na Sala Oval, em que os líderes norte-americanos acusaram o ucraniano de não mostrar gratidão o suficiente pela ajuda militar no conflito. Ele também pediu um posicionamento mais firme dos EUA ao lado da Ucrânia, reafirmando que seu país está pronto para assinar o acordo sobre minerais.

"Estamos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio. Agradeço ao Presidente Trump, ao Congresso pelo apoio bipartidário e ao povo americano", escreveu Zelenski na manhã deste sábado, acrescentando que o apoio de Trump é "crucial". "A ajuda da América tem sido vital para nos ajudar a sobreviver, e quero reconhecer isso. Apesar da conversa difícil, permanecemos parceiros estratégicos", disse.

Além disso, Zelenski afirmou que seu país está pronto para assinar o acordo sobre minerais, que seria o primeiro passo em direção às garantias de segurança. "Nossa situação é difícil, mas não podemos simplesmente parar de lutar e não ter garantias de que [Vladimir] Putin não voltará amanhã", afirmou se referindo ao presidente russo. "Se não pudermos ser aceitos na Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], precisamos de alguma estrutura clara de garantias de segurança de nossos aliados nos EUA", disse Zelenski.

Ele ressaltou, ainda, que a Europa está pronta para contingências e para ajudar a financiar o exército ucraniano. "Também precisamos do papel dos EUA na definição das garantias de segurança - de que tipo, qual volume e quando. Uma vez que essas garantias estejam no lugar, podemos conversar com a Rússia, a Europa e os EUA sobre diplomacia", afirmou, destacando que a Ucrânia não tem armas suficientes para expulsar os russos completamente.

"Todos os ucranianos querem ouvir uma posição firme dos EUA ao nosso lado", disse na postagem. "É compreensível que os EUA busquem diálogo com Putin. Mas os EUA sempre falaram sobre 'paz através da força'. E juntos podemos dar passos fortes contra Putin", escreveu. "Estamos realmente agradecidos. Queremos apenas relações fortes com a América, e realmente espero que as tenhamos", concluiu.