Toffoli pede vista e suspende análise de recurso de Collor por fraude de R$ 29 mi

Política
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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu por meio de um pedido de vista (isto é, mais tempo para analisar o processo), o julgamento de um recurso do ex-senador e ex-presidente da República Fernando Collor contra uma condenação decorrente da Lava Jato. Quando concluído, o caso pode levar Collor à prisão.

O político alagoano recorre de uma decisão do STF de maio passado, que o condenou a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo um contrato da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Pelo regimento do STF, Toffoli tem agora 90 dias para devolver o processo. O ex-presidente nega qualquer irregularidade ou crime. Procurada, a assessoria de Collor não se manifestou.

O recurso cujo julgamento foi agora suspenso por Toffoli é um embargo de declaração. Serve, em tese, para que o STF corrija, esclareça algum erro, omissão ou ponto obscuro da decisão, e foi apresentado pela defesa de Collor em 27 de setembro do ano passado. O recurso estava sendo julgado por meio do plenário virtual do Supremo, modalidade na qual não há debate presencial entre os ministros - os magistrados apenas depositam seus votos, por escrito, num sistema online. A peça é assinada pelos advogados criminalistas Marcelo Bessa e Thiago Lobo Fleury, que fazem a defesa do alagoano.

O pedido de vista de Toffoli veio pouco depois do início do julgamento do recurso, neste sábado (09). Antes que Toffoli interrompesse o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes votou para negar o pedido do ex-presidente. "Os embargantes (Collor e outros réus) buscam, na verdade, rediscutir pontos já decididos pela Suprema Corte no julgamento desta ação penal, invocando fundamentos que, a pretexto de buscar sanar omissões, obscuridades ou contradições, revelam mero inconformismo com a conclusão adotada", escreveu Moraes.

A acusação contra Collor foi apresentada ainda em 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. De acordo com a denúncia, o político alagoano recebeu R$ 20 milhões em propina da empreiteira UTC Engenharia para que a empresa ganhasse um contrato com a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras que, à época, era controlada por indicados do PTB de Collor. Inicialmente, o relator do processo, Edson Fachin, sugeriu pena de 33 anos e 10 meses de prisão. No mesmo caso, também foram condenados os empresários Pedro Paulo Bergamaschi e Luís Pereira Duarte de Amorim.

Já a defesa de Collor e dos demais réus alegou que a acusação foi feita apenas com base na palavra de delatores - no caso, o doleiro Alberto Youssef; Rafael Ângulo Lopez, funcionário dele; e o dono da UTC, Ricardo Pessoa. O plenário do Supremo, no entanto, entendeu que a acusação estava baseada em mais evidências que só as delações, ao condenar o político alagoano. O processo trouxe, por exemplo, comprovantes que estavam em posse de Youssef, entre outras provas. Ao apresentar o recurso, a defesa de Collor alegou que os ministros desconsideraram argumentos dos defensores e que houve erro no cálculo da pena do senador, entre outros pontos.

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Uma forte tempestade de neve provocou um engavetamento de quase 100 veículos no Cazaquistão. O acidente ocorreu nesta sexta-feira, 3, por volta das 13h30 (horário local), na estrada Astana-Shchuchinsk, região de Akmola.

Segundo canal de tv indiano NDTV World, a polícia foi acionada e informou que equipes de emergência foram para o local. Foram enviados cerca de 20 veículos rodoviários e dois tratadores para o local do acidente.

O trânsito ficou interrompido. Perto das 24h (horário local), os 95 veículos envolvidos no acidente foram removidos, informou o operador nacional responsável pela gestão de rodovias do Cazaquistão.

O órgão também disse que a colisão deixou 12 pessoas feridas. Elas foram levadas para um hospital distrital.

Mais cedo, o serviço de emergência emitiram alertas sobre possíveis más condições climáticas e pediram para que as pessoas evitassem viagens.

O opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, que reivindica sua vitória eleitoral sobre Nicolás Maduro em 2024, chega nesta sexta-feira (3) à Argentina, para uma reunião com o presidente Javier Milei. González pretende se reunir nos próximos dias com líderes de direita do continente para reunir apoio para sua tentativa de retornar à Venezuela para a posse do novo mandato presidencial, marcado para 10 de janeiro.

O ditador Nicolás Maduro deve tomar posse para um terceiro mandato na semana que vem depois de ter se declarado vencedor da eleição em julho, em meio a diversas suspeitas de fraude. Diversos países, entre eles o Brasil, não reconhecem o resultado da eleição.

A visita de González ocorre enquanto autoridades venezuelanas oferecem uma recompensa de 100 mil dólares (620 mil reais na cotação atual) por informações que levem à sua prisão e em meio à escalada da tensão entre os países após a prisão de um militar argentino na Venezuela. González exilou-se na Espanha em setembro e prometeu retornar a seu país para "tomar posse" no lugar de Maduro.

A reunião com Milei deve ser na manhã de sábado na Casa Rosada. A comunidade venezuelana na Argentina foi convidada a se reunir na central Plaza de Mayo.

Após o encontro com Milei, González Urrutia viajará a Montevidéu para se reunir com o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, e com o chanceler, Omar Paganini.

A reunião na tarde de sábado na Torre Executiva (sede da Presidência), segundo fontes do governo, será um "sinal de apoio" às reivindicações do opositor venezuelano sobre os resultados eleitorais em seu país.

Asilo político

Em 20 de dezembro, a Espanha concedeu asilo político a González Urrutia, acusado pelo Ministério Público venezuelano de "conspiração" e "associação criminosa". Ele se exilou em Madri em 8 de setembro.

As autoridades eleitorais venezuelanas proclamaram Maduro reeleito a um terceiro mandato consecutivo de seis anos (2025-2031), sem divulgar detalhes da contagem de votos. A oposição denuncia uma fraude e reivindica a vitória de González Urrutia amparada em atas eleitorais publicadas na internet.

A Argentina não reconhece a reeleição de Maduro, assim como Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos.

Sua proclamação gerou protestos que deixaram 28 mortos e cerca de 200 feridos, além de 2.400 detidos. Três detidos morreram na prisão e quase 1.400 foram soltos sob liberdade condicional.

Maduro se prepara para tomar posse com o apoio das Forças Armadas, cujo alto comando lhe declarou "lealdade absoluta".

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, reuniram-se com Urrutia em setembro e outubro. Em dezembro, o Parlamento Europeu concedeu o Prêmio Sakharov a ele e à líder da oposição Maria Corina Machado por seus "esforços para restaurar a liberdade e a democracia" na Venezuela.

Militar detido

A Chancelaria argentina anunciou na quinta-feira que denunciou a Venezuela ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pela "prisão arbitrária e desaparecimento forçado" do militar Nahuel Gallo, de 33 anos, em 8 de dezembro por "terrorismo". Também pediu medidas cautelares a favor de Gallo à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

O chanceler venezuelano, Yván Gil, criticou a denúncia ao TPI como um "espetáculo lamentável".

A relação diplomática entre Milei e Maduro já estava tensa, mas ruiu completamente após o resultado eleitoral não ter sido reconhecido.

A embaixada argentina em Caracas - sob custódia do Brasil - abriga desde março seis colaboradores de Machado, acusados de "terrorismo". Um deles renunciou ao asilo em 20 de dezembro, deixou a legação e se entregou às autoridades. Os cinco restantes aguardam um salvo-conduto para deixar o país. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Mike Johnson foi reeleito presidente da Câmara dos Representantes dos EUA no primeiro turno de votação nesta sexta-feira, 3. Dois republicanos que haviam votado anteriormente em outros candidatos mudaram seus votos e passaram a apoiar Johnson.

Inicialmente, três representantes republicanos escolheram votar em outros candidatos, uma série de deserções que Johnson não podia suportar. Thomas Massie, do Kentucky, votou em Tom Emmer, de Minnesota, Ralph Norman, da Carolina do Sul, votou em Jim Jordan, de Ohio, e Keith Self, do Texas, votou em Byron Donalds, da Flórida.

Mas depois que a votação pareceu ter terminado e antes que um resultado fosse oficialmente anunciado, Norman e Self mudaram seus votos para Johnson, dando a ele votos suficientes para ganhar. Na contagem final, Johnson recebeu 218 votos; Hakeem Jeffries, um democrata de Nova York, obteve 215; e um voto foi para Emmer.