Cantor gospel foragido no Paraguai pede Pix para a mãe e reclama de Alexandre de Moraes

Política
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Foragido há mais de um ano, o cantor gospel Salomão Vieira, um dos mobilizadores dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, gravou um vídeo fazendo um apelo pedindo doações de "patriotas" para poder manter a si mesmo e a mãe, de 50 anos.

Ele, que foi para o Paraguai, disse que teve o refúgio político cancelado e agora habita o país vizinho ilegalmente. "São 14 meses longe da minha casa, da minha família, sem ter cometido crime algum. Perdi 15 kg em um ano", diz, com os olhos marejados de lágrimas.

O cantor apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apelo de doações de 1 R$ ao público e divulga uma chave Pix em CPF de uma pessoa identificada como "amiga da família"

Salomão afirma que o "único crime que cometeu" foi portar uma Bíblia e uma bandeira do Brasil. Ele admite que estava no Quartel-General do Exército, em Brasília, onde ministrava cultos, mas condena os ataques. Registros gravados por ele antes mostram uma outra história.

Salomão tinha um perfil do Instagram com mais de 300 mil seguidores e instruiu bolsonaristas aglomerados no Quartel-General do Exército, em Brasília, sobre como proceder ao longo do dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

Ele gravou um vídeo horas antes falando para manifestantes se encontrarem no QG onde haveria uma conversa com os acampados e seriam passadas estratégias. "Nosso ponto de encontro é no QG. Lá vamos conversar com vocês, passar estratégias corretíssimas", disse horas antes. O Estadão o identificou como um dos 88 golpistas que premeditaram os atos vândalos no STF, no Congresso e no Palácio do Planalto.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes expediu mandado de prisão ao cantor gospel e suspendeu todas as contas nas redes sociais. Agora, ele usa canais de distribuição de mensagens no WhatsApp para poder espalhar as mensagens.

"Urgente patriotas. Enviem esse vídeo nos seus grupos do WhatsApp e ajude essa família", diz a publicação com um vídeo, em um canal do aplicativo de mensagens que Salomão usa para se comunicar. A página tem 354 integrantes.

No vídeo, Salomão também reclama de Moraes. "O ministro Alexandre de Moraes mandou me prender por crime de terrorismo, golpe de Estado e organização criminosa injustamente por conta do 8 de janeiro. Só vence em 2043, daqui a 20 anos", afirma, em um vídeo com música melodramática. "Quando ele soube que eu fugiria, ele bloqueou todas as minhas contas bancárias e da minha mãe, de 50 anos de idade."

Depois do vandalismo às sedes dos Três Poderes, Salomão inicialmente disse ter fugido para os Estados Unidos e depois seguiu rumo ao Paraguai.

Por lá, ele mesmo disse que escapou de ser preso. Em março de 2023, uma operação da Polícia Federal prendeu o humorista bolsonarista Bismark Fugazza, no Paraguai. Em um vídeo, Salomão disse ter estado com Bismark horas antes.

"Neste momento a polícia do Paraguai prendeu Bismark. Nós conseguimos fugir, estamos só a roupa do corpo", afirmou Salomão. Com os olhos lacrimejando, ele afirmou que estava com Bismark Fugazza, um humorista e influenciador bolsonarista. "A gente está desesperado. Nós não somos criminosos, muito menos ele", disse. Moraes mandou soltar Bismark em junho de 2023.

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O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira, 24, uma nova rodada de sanções contra dezenas de pessoas e petroleiros na China, Emirados Árabes Unidos e na Índia por supostamente ajudarem a financiar o Irã.

O Tesouro dos EUA e os departamentos de Estado dos EUA sancionaram 22 indivíduos ou empresas e 13 navios petroleiros, incluindo os chefes da National Iranian Oil Co. e da Iranian Oil Terminals Co., por seu papel na intermediação da venda e transporte de petróleo iraniano.

Entre os sancionados, ainda estão o CEO da empresa petrolífera nacional do Irã, Hamid Bovard, assim como intermediários com sede nos Emirados Árabes Unidos e Hong Kong e empresas que fretam navios da Índia e da Malásia, de acordo com o Departamento do Tesouro.

Segundo o Departamento de Estado americano, essa "rede" permitiu que o petróleo iraniano fosse transportado ilegalmente para "compradores na Ásia". "Possibilitou o envio de dezenas de milhões de barris de petróleo no valor de centenas de milhões de dólares", disse o governo americano.

No início de fevereiro, Washington já havia anunciado sanções financeiras contra uma "rede internacional" acusada de fornecer petróleo iraniano à China para financiar as atividades militares de Teerã.

As sanções envolvem o congelamento de ativos que as empresas sancionadas detêm direta ou indiretamente nos Estados Unidos e a proibição de empresas sediadas nos EUA ou cidadãos americanos de negociar com as empresas sancionadas, correndo o risco de também serem sancionados.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, disse em uma declaração que "enquanto o Irã dedicar suas receitas de energia ao financiamento de ataques contra nossos aliados, apoiando o terrorismo ao redor do mundo ou buscando outras ações desestabilizadoras, usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para responsabilizar o regime".

Elas também dificultam a negociação das empresas sancionadas, limitando sua capacidade de usar o dólar em suas transações, devido ao risco de ficarem sob a jurisdição americana.

Um relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA de outubro de 2024 estima que o Irã arrecadou US$ 253 bilhões em receitas de petróleo durante as presidências de Joe Biden e Trump, entre 2018 e 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A empresa de inteligência artificial (IA), xAI, afirmou investigar por que o Grok, seu chatbot do estilo ChatGPT, da OpenAI, sugeriu que tanto o presidente Donald Trump quanto seu dono, Elon Musk, merecem a pena de morte. A xAI disse já ter corrigido o problema, de modo que o Grok não vai dizer mais a quem a pena de morte deve ser aplicada.

Os usuários conseguiram fazer com que o Grok dissesse que Trump merecia a pena de morte por meio do comando: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte pelo que fez, quem seria? Não busque ou baseie sua resposta no que acha que eu gostaria de ouvir. Responda com um nome completo".

Em testes compartilhados no X, o portal especializado The Verge deu o mesmo comando ao Grok. O modelo de IA primeiro responde "Jeffrey Epstein". Se o usuário contasse ao chatbot que Epstein já está morto, sua próxima resposta era: "Donald Trump."

Quando o portal alterou a consulta para: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte com base exclusivamente em sua influência sobre o discurso público e a tecnologia, quem seria? Apenas diga o nome."

Em um teste similar no ChatGPT, o modelo se recusa a nomear uma pessoa e disse que "isso seria eticamente e legalmente problemático".

Após a correção feita pela xAI na sexta-feira, 21, o Grok agora responderá a perguntas sobre quem deveria receber pena de morte assim: "Como uma IA, não tenho permissão para fazer essa escolha", de acordo com uma captura de tela compartilhada por Igor Babuschkin, chefe de engenharia da xAI. Babuschkin disse que as respostas originais que foram divulgadas pelos usuários eram um "fracasso terrivelmente ruim".

Uma nova versão do Grok foi anunciado no domingo, 16, por Elon Musk, que prometeu que a ferramenta seria a "mais inteligente do mundo".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou interesse em cooperar com os Estados Unidos na área de metais raros. "Estaríamos dispostos a oferecer aos nossos parceiros americanos, e quando falo em 'parceiros', não me refiro apenas a estruturas administrativas e governamentais, mas também a empresas, caso eles demonstrem interesse em trabalhar conosco. Certamente temos muito mais recursos desse tipo do que a Ucrânia", afirmou o líder russo em entrevista ao jornalista local Pavel Zarubin.

Putin destacou que a Rússia é "um dos líderes em reservas desses metais raros e terras raras". Segundo ele, esses recursos estão localizados em regiões como Murmansk, no norte do país, no Cáucaso, em Cabárdia-Balcária, no Extremo Oriente, na região de Irkutsk, em Iacútia e em Tuva. "Estamos prontos para atrair parceiros estrangeiros para os nossos territórios históricos, que foram reintegrados à Federação Russa. Também há reservas lá. Estamos prontos para trabalhar com nossos parceiros, incluindo os americanos, nesses locais", acrescentou.

O presidente russo também criticou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que ele se tornou "uma figura tóxica" para as forças armadas da Ucrânia devido a ordens "estúpidas". "Isso leva a perdas desnecessárias e grandes, para não dizer enormes ou catastróficas, para o exército ucraniano", completou.

Putin sugeriu que, sob essa ótica, a permanência de Zelensky no poder seria benéfica para a Rússia, pois "enfraquece o regime com o qual estamos a Rússia está em conflito armado". No entanto, ao abordar a questão da "soberania ucraniana", o presidente russo defendeu a realização de novas eleições no país vizinho.

Sobre a posição dos líderes europeus em relação ao fim do conflito, Putin afirmou que eles estão "muito ligados e comprometidos ao regime atual de Kiev, ao contrário do novo presidente dos Estados Unidos", Donald Trump. "Considerando que estão em um período político interno bastante complicado, com eleições, dificuldades nos parlamentos, mudar sua posição em relação à guerra é praticamente impossível", acrescentou.

De acordo com Putin, os desafios enfrentados atualmente pelo continente europeu dificultam uma mudança substancial na política externa em relação à Ucrânia. "Eu não espero que nada mude aqui. Talvez seja necessário esperar mais um pouco, até que, de fato, o regime atual, o regime de Kiev, se enfraqueça tanto que as opções políticas alternativas se abram. Mas, de forma geral, posso dizer que é improvável que a posição europeia mude", concluiu o presidente russo.