Kassab prepara ofensiva para atrair prefeitos tucanos em SP

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Principal operador político do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-prefeito Gilberto Kassab bloqueou a presença de tucanos na nova gestão em São Paulo e planeja uma ofensiva sobre os prefeitos do PSDB no Estado. Presidente nacional do PSD, Kassab será secretário de Governo de Tarcísio, cargo responsável pela articulação com deputados estaduais e prefeituras.

A eleição do ex-ministro de Jair Bolsonaro representou o fim de um domínio de 28 anos dos tucanos no Estado. Durante esse período, o PSDB usou o poder de atração da máquina para arregimentar apoio atualmente em 220 das 645 prefeituras paulistas. Cinquenta destes prefeitos se filiaram ao partido em abril, quando João Doria ainda era um presidenciável e seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB), se preparava para disputar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

Fora do segundo turno, Garcia anunciou apoio a Tarcísio na disputa contra Fernando Haddad (PT), em uma tentativa de preservar parte do espaço do PSDB no primeiro escalão. A estratégia, no entanto, não surtiu efeito, e os tucanos já preveem a implosão de sua capilaridade no Estado a partir do ano que vem.

Em conversas fechadas, aliados e auxiliares de Tarcísio reforçam a tese de que não existe espaço vazio na política e avaliam que o futuro governador, que disputou sua primeira eleição, precisa construir um grupo político para se preparar para 2026 - quando poderá disputar a reeleição ou até mesmo a Presidência da República.

Além disso, segundo um interlocutor do governador eleito, o PSDB "castigou muito" Tarcísio durante a campanha, avançou sobre prefeitos do PSD quando estava no governo e descartou Kassab, que chegou a ser nomeado secretário da Casa Civil de Doria em 2019, mas não exerceu o cargo.

Vácuo

O projeto do PSD de Kassab, por sua vez, é ocupar esse vácuo político, se transformar no maior partido de São Paulo e, assim, pavimentar o projeto de poder de Tarcísio, que poderia até, no futuro, se filiar à legenda. A sigla projeta ainda ganhar a prefeitura de cidades médias do Estado.

"O Kassab apostou todas as suas fichas no Tarcísio quando ninguém o conhecia e venceu. Tenho certeza de que, em pouco tempo, o PSD naturalmente vai atrair muitos prefeitos de outras siglas. Vamos ser o maior partido de São Paulo", disse o sindicalista Ricardo Patah, presidente da UGT, que integra as executivas estadual e nacional do PSD.

De acordo com líderes tucanos, uma saída para o PSDB não perder musculatura é ampliar a federação com o Cidadania, agregando outros partidos, como o Podemos e até o PSC. O projeto previa ainda formar uma grande frente, incluindo o MDB, mas essa ideia não avançou.

Nunes

Os quadros remanescentes do governo Bruno Covas seguem abrigados na Prefeitura de São Paulo em cargos de primeiro e segundo escalões, além de subprefeituras e autarquias. A manutenção desses espaços, porém, está condicionada ao apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) em 2024.

Se isso acontecer, o PSDB perderá o protagonismo em São Paulo e se tornará um "partido-satélite" de outras forças políticas. "É natural que haja uma migração de prefeitos do PSDB", admitiu o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Um apagão sem precedentes na Espanha e em Portugal tirou do ar aviões, parou trens e metrô e desligou semáforos. A imagem de milhões sem transporte na Europa foi uma das mais inusitadas decorrentes do corte de luz, mas seus efeitos foram além e impediram ações mais simples, como telefonar, usar internet e sacar dinheiro.

As autoridades não revelaram a causa da interrupção, embora uma autoridade portuguesa tenha dito que o problema parecia estar na rede de distribuição de eletricidade na Espanha. Na noite desta segunda-feira, 28, o primeiro-ministro português, Luis Montenegro, disse que a origem do apagão estava "provavelmente na Espanha".

O Centro Nacional de Inteligência (CNI) espanhol afirmou que o apagão pode ser resultado de um ataque cibernético. No entanto, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que não havia "informações conclusivas". As autoridades não disseram exatamente quantas pessoas foram atingidas, mas a estimativa era de dezenas de milhões de afetados.

A distribuidora de energia espanhola Red Eléctrica informou que o apagão começou por volta das 12h30 (7h30 no horário de Brasília). No meio da tarde, a energia começou a ser gradualmente restabelecida em regiões como Catalunha, Aragão, País Basco, Galícia, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Estremadura e Andaluzia, informou a empresa. A energia foi restabelecida com a ajuda da eletricidade canalizada do Marrocos e da França, onde também houve uma interrupção breve.

Internet

O apagão atingiu toda a Espanha e Portugal, incluindo suas capitais, Madri e Lisboa. Grandes instituições entraram em modo de gestão de crise. Hospitais na Espanha foram forçados a usar geradores. Bancos e escolas portugueses fecharam. Pessoas ficaram presas em elevadores e dentro de vagões de metrôs e trens, escritórios fecharam. Houve problemas generalizados de conexão à internet e às redes telefônicas nos dois países.

Logo após o apagão, imagens da mídia espanhola mostraram cenas de confusão em Madri. Sem semáforos funcionando, veículos bloquearam as largas e arborizadas avenidas da cidade, e a polícia improvisou, fazendo o possível para manter o trânsito fluindo. No fim da tarde, passageiros abandonaram seus veículos e optaram por caminhar.

Na cidade, as ruas estavam cheias de pessoas nas calçadas, aglomeradas em frente a lojas e escritórios escuros, trocando informações sobre o que havia acontecido. Algumas entraram em lojas em busca de rádios a pilhas.

Voos

Os aeroportos espanhóis operaram com sistemas elétricos de reserva e voos foram atrasados e cancelados, segundo a Aena, empresa que administra 56 aeroportos na Espanha, incluindo Madri e Barcelona.

Passageiros de trem, presos por horas no meio do nada, desceram de seus vagões e ficaram sentados ao lado dos trilhos, sob o sol, esperando para serem resgatados. Segundo a mídia espanhola, cerca de 30 mil passageiros foram afetados.

Em Lisboa, os terminais fecharam e muitos turistas sentaram-se do lado de fora esperando notícias sobre seus voos. Pessoas correram para os supermercados para se abastecer de água e produtos secos, mas encontraram muitas lojas fechadas. Mercearias menores tiveram dificuldade para reabastecer as prateleiras, que se esvaziavam rapidamente.

A falta de acesso à informação deixou muitos desamparados. "Não saber o que está acontecendo é a pior parte", disse Lucia Prisco, de 57 anos. Na loja em que ela trabalha, as garrafas de água se esgotaram.

Eduardo Prieto, chefe de operações da Red Eléctrica, disse a jornalistas que o evento foi inédito, chamando-o de "excepcional e extraordinário". É raro ocorrer uma interrupção de energia tão ampla na Península Ibérica. Os países têm uma população combinada de mais de 50 milhões. As redes elétricas na Europa são interconectadas, e uma sobrecarga ou problema em uma área pode se espalhar para outro país.

Segunda falha

O apagão é a segunda grave queda de energia na Europa em menos de seis semanas, depois que um incêndio em 20 de março fechou o Aeroporto de Heathrow, no Reino Unido, e ocorre enquanto autoridades em toda a Europa se preparam contra sabotagens possivelmente apoiadas pela Rússia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O fornecimento de energia foi quase totalmente restabelecido na Espanha na manhã desta terça-feira, 29, após o apagão que deixou milhões de pessoas às escuras desde o início da tarde da véspera. A Red Elétrica, que opera o sistema de energia espanhol, informou que 99% da demanda já havia sido restabelecida.

O blecaute que também atingiu Portugal ainda não tem as causas conhecidas. Já na noite da segunda-feira, o fornecimento havia retornado à maioria do território português.

Em Madri, aplausos irromperam de varandas quando a eletricidade voltou. Fonte: Associated Press.

O Partido Liberal, do primeiro-ministro Mark Carney, venceu as eleições no Canadá na segunda-feira, 28, e coroou uma reviravolta impulsionada pelas ameaças à soberania e à economia do país lançadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No discurso da vitória diante de apoiadores em Ottawa, Carney enfatizou a importância da unidade canadense diante das ameaças vindas de Washington.

O líder do Partido Conservador, Pierre Poilievre, reconheceu a derrota e disse que a mudança no país "é difícil de acontecer" e "leva tempo".

O papel de Trump nas eleições canadenses foi central. Os liberais pareciam caminhar para uma derrota esmagadora até que o presidente dos Estados Unidos começou a atacar a economia e a soberania do Canadá, ao sugerir que o país se transformasse no 51ª estado americano.

As falas do líder americano enfureceram os canadenses e alimentaram uma onda de nacionalismo que ajudou os liberais a virar o jogo durante a campanha. Fonte: Associated Press.