Ministro do STJ arquiva investigação sobre conselheiros do TCE-MT

Política
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O ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mandou arquivar a investigação que atingiu cinco conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) na esteira da Operação Ararath.

O ex-governador Silval Barbosa (2010-2015) fechou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e acusou os conselheiros José Carlos Novelli, Antonio Joaquim, Valter Albano, Waldir Teis e Sérgio Ricardo de receberem R$ 53 milhões em troca da aprovação de contas, projetos e obras do governo. Eles chegaram a ser afastados temporariamente das funções durante o inquérito.

O arquivamento da investigação atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu provas de participação dos conselheiros em irregularidades.

"Malgrado as diligências executadas, tais como afastamentos dos sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico, busca e apreensão e oitiva de testemunhas, entre outras, não foi possível coligir indícios que corroborem as hipóteses criminais que fundamentaram a instauração do presente inquérito", escreveu a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo em manifestação enviada ao STJ.

Em sua decisão, o ministro também afirmou não ver elementos mínimos para fundamentar uma denúncia contra os conselheiros.

"No presente caso, a inexistência de elementos indiciários aptos a corporificar a justa causa essencial ao oferecimento de denúncia contra os conselheiros foi exaustivamente explicitada pelo Ministério Público Federal, inclusive em respeito às diversas medidas cautelares pessoais e probatórias deferidas nestes autos, bem como ao trabalho desenvolvido pelos órgãos de persecução penal", destacou Raul Araújo.

COM A PALAVARA, O CONSELHEIRO JOSÉ CARLOS NOVELLI, PRESIDENTE DO TCE-MT

"Recebo essa decisão com muita tranquilidade, mas ressalto o que sempre disse: justiça tardia não é justiça. Aquela decisão monocrática, que afastou cinco conselheiros sem nenhuma prova, sem nenhuma corroboração, deixou sequelas em todos nós. Mas antes tarde do que nunca.

Fico feliz em saber que a sociedade hoje vai saber a verdade. Nunca, nenhum de nós que fomos afastados, necessitamos buscar nada além do nosso trabalho e do nosso salário, tanto é que o TCE era referência nacional e ainda somos, temos sete produtos certificados com o selo ISO 9001, que demonstram nossa qualidade total em desenvolver nosso trabalho.

E fico feliz por Deus, nesse momento, nos dar esse presente. Tenho certeza de que a sociedade mato-grossense vai se orgulhar cada vez mais do nosso Tribunal de Contas."

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O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, deve se reunir com o rei Charles III nesta segunda-feira, 3, quando discutirá as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tornar o Canadá o 51º Estado de seu país.

O rei foi criticado no Canadá por ficar em silêncio sobre as ameaças de Trump de anexar o Canadá.

Trudeau disse em Londres neste domingo, 2, que discutirá assuntos importantes para os canadenses com o rei Charles e afirmou: "Nada parece mais importante para os canadenses agora do que defender nossa soberania e nossa independência como nação". Charles é o chefe de Estado do Canadá, que é um membro da Comunidade Britânica de ex-colônias.

No geral, o movimento antirrealeza no Canadá é pequeno, mas o silêncio do monarca sobre as ameaças de Trump tem estimulado conversas nos últimos dias.

O ex-primeiro-ministro de Alberta Jason Kenney disse que, "para os canadenses decepcionados que o rei Charles não comentou (sobre as ameaças de Trump), ele só pode agir seguindo o conselho do primeiro-ministro do Canadá". "O governo do Canadá deve pedir ao chefe de Estado para ressaltar a soberania canadense", escreveu Kenney no X.

O rei, que se encontrou neste domingo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convidou Trump para uma visita de Estado à Escócia.

O acadêmico Philippe Lagassé disse que o governo do Reino Unido provavelmente lutará contra possíveis conselhos de Trudeau para que o rei fale em nome do Canadá, mas Daniel Béland, professor de ciência política na Universidade McGill, em Montreal, disse que muitos canadenses gostariam de uma declaração pública do rei e que eles podem ficar bravos se isso não acontecer.

Béland disse que espera que Trudeau levante, primeiramente, essa questão com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. "Este é um assunto diplomático altamente delicado e eles devem agir com muito cuidado, não apenas por causa do contexto internacional tenso e da potencial reação pública negativa do presidente Trump, mas também porque qualquer erro aqui pode prejudicar a imagem e a legitimidade política da monarquia", disse Béland.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, afirmou neste domingo, 2, que o acordo sobre minerais está pronto para ser assinado, enquanto busca avançar as negociações além das disputas políticas nos Estados Unidos.

Em uma entrevista transmitida pela BBC, Zelensky destacou que não era apropriado manter tais conversas completamente abertas, pois "os inimigos podem tirar vantagem" de possíveis desentendimentos entre aliados. Ele evitou se aprofundar em conflitos políticos e enfatizou seu foco em promover discussões "construtivas" sobre o futuro.

"Se formos construtivos, o resultado positivo virá", declarou, segundo reportagem do The Guardian.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de retomar negociações com Donald Trump, Zelensky afirmou que viajou "12 horas de trem e depois mais 11 horas de avião porque o presidente dos Estados Unidos me convidou". Segundo ele, os EUA são um dos principais parceiros da Ucrânia. "Para mim, estar na Casa Branca quando sou convidado é um gesto de respeito."

Segundo o The Guardian, Zelensky reforçou que a intenção nunca foi "insultar" ninguém e que sempre buscou negociações bipartidárias com todas as forças políticas dos EUA. No entanto, ressaltou a importância de garantir que a posição da Ucrânia fosse devidamente ouvida, mantendo o foco no engajamento "construtivo" com os Estados Unidos.

Zelensky também enfatizou que a Rússia é a parte agressora no conflito e alertou contra qualquer tentativa de reescrever a narrativa da guerra, insinuando uma falsa equivalência entre as nações.

Curiosamente, o presidente ucraniano optou por falar por meio de um intérprete e recusou-se a se expressar em inglês.

Acordo de paz

Zelensky também rejeitou a sugestão de assinar um acordo de paz que envolvesse a entrega dos territórios ocupados pela Rússia, classificando essa possibilidade como "uma separação forçada de nossas terras" e "uma coerção" que poderia levar a novas hostilidades no futuro.

"Acredito que os países que nos apoiam, ou que talvez queiram atuar como mediadores nesta guerra, compreendem que, se o conflito terminar de forma injusta, será apenas uma questão de tempo até que as pessoas busquem essa justiça", afirmou.

"Não queremos nada que não nos pertença", enfatizou.

A França e a Grã-Bretanha propuseram um cessar-fogo de um mês na Ucrânia "no ar, nos mares e na infraestrutura energética", disse o presidente francês Emmanuel Macron ao jornal Le Figaro.

Macron não falou com repórteres ao sair da cúpula de líderes sobre a defesa da Ucrânia em Londres, mas falou com o Le Figaro a caminho da cúpula.

O presidente francês disse que ele e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, elaboraram uma trégua que duraria um mês. Os soldados só seriam enviados ao solo em um estágio posterior.

"Não haverá tropas europeias em solo ucraniano nas próximas semanas", disse. "A questão é como usaremos esse tempo para tentar obter uma trégua acessível, com negociações que levarão várias semanas e, então, uma vez que a paz seja assinada, uma mobilização."

Questionado em uma entrevista coletiva se ele estava ciente do plano colocado na mesa por Macron e Starmer, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, sem dar mais detalhes, de acordo com uma tradução da BBC: "Estou ciente de tudo".