Caravanas pró-Bolsonaro estão 'lotadas' e têm apoio de diretório municipal do PL

Política
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Dezenas de caravanas formadas para levar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de diferentes Estados do Brasil para a manifestação na Avenida Paulista neste domingo, 25, estão lotadas e com demanda extra. Há até um caso, em Minas Gerais, em que um diretório municipal organiza por ele mesmo as manifestações.

O Estadão acompanhou cinco grupos no WhatsApp e seguiu movimentações de dezenas de outros organizadores e identificou movimentações de ônibus e vans para São Paulo. As passagens variam entre R$ 60 e R$ 300.

Foram identificadas mobilizações em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Mato Grosso e no Distrito Federal. São 34 caravanas somadas.

A demanda cresceu a ponto de organizadores precisarem de mais de um ônibus para levar os manifestantes. Há pessoas que estão ajudando a custear a passagem de quem não pode ir.

A reportagem identificou casos do tipo em diferentes grupos. Em um deles, no Rio Grande do Sul, uma pessoa que disse que não poderia ir, pagou a viagem de cinco pessoas e delegou uma terceira pessoa para articular o pagamento.

Esse articulador se chama Ricardo de Oliveira. Ele ocupa a função de secretário do diretório do PL em Dois Irmãos (RS). Ele nega que o diretório do partido tenha envolvimento e diz apenas ter feito uma sondagem pessoal no grupo.

"Ninguém do PL de Dois Irmãos irá na manifestação", disse. Ele afirma que cogitou ir com um grupo de amigos e desistiu. "Foi sondagem, eu pensei em ir com um grupo de amigos que não são de Dois Irmãos, mas cidades próximas."

A reportagem detectou um outro caso em que um diretório municipal está organizando uma caravana. Em Ribeirão das Neves (MG), o PL organiza uma caravana a R$ 175.

Um cartaz foi divulgado nas redes sociais para um telefone do diretório do partido na cidade, que está atendendo às demandas de quem quiser participar da manifestação.

O ônibus está lotado e com 18 pessoas querendo ir, segundo o próprio partido. Procurado, o diretório, presidido por Keila Karina Ferreira Oliveira, não respondeu às perguntas do Estadão.

O especialista em Direito Eleitoral Alberto Rollo diz que não há problemas em o partido levantar recursos para organizar uma caravana. O que não poderia ser feito, nesse caso, é usar dinheiro do partido.

Em alguns casos, há caravanas que levarão centenas de pessoas de diferentes cidades para São Paulo. Apenas no Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, foram identificados uma caravana com quatro ônibus, outra caravana com dois ônibus e mais sete outras caravanas de diferentes cidades - em sua grande maioria, já lotadas.

A reportagem procurou uma dessas organizadoras fluminenses para saber como estavam as vagas. No caso dela, havia fila por demanda extra.

"Pessoal de Petrópolis e Niterói estão desesperados que não tem mais passagem na rodoviária", respondeu. Esse cenário se repetiu com outras pessoas procuradas, mesmo em outros Estados.

Como mostrou o Estadão, há interesse eleitoral na organização das caravanas. Foram identificados pelo menos seis mobilizadores que foram candidatos a algum cargo político em 2020 ou em 2022. Em 2024 haverá eleições para prefeituras e câmaras municipais pelo País.

Em pouco tempo, a rede bolsonarista conseguiu se articular e garantir apoio necessário para fortalecer, especialmente nas redes sociais. É o que aponta relatório feito pelo Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia, em parceria com o InternetLab.

"A rede de apoiadores bolsonaristas do Telegram demonstrou estar a favor e apta a participar da manifestação", diz o documento, "relembrando os atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, eles afirmam que o evento se trata de uma chance importante para mostrar aos 'inimigos' a força que Bolsonaro ainda possui entre o povo."

O grupo analisou o conteúdo de 3.698 mensagens em 134 grupos e 167 canais bolsonaristas e notou a mesma tendência que aconteceu nos primeiros dias após o apelo do ex-presidente.

O pedido por uma mobilização organizada de caminheiros, de integrantes do agronegócio, cristãos e indígenas. Mensagens levantam teorias da conspiração e até levantam o receio de que Bolsonaro possa ser preso ainda durante a manifestação.

Como também mostrou o Estadão, Israel pretende ser usado como tema "secundário" durante o ato. Deputados ouvidos falam isso e a própria crença de que o país asiático estaria ao lado dos manifestantes está sendo usada para reenergizar bolsonaristas desmotivados.

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A China começou o ano com uma ofensiva contra os contratantes de defesa dos EUA, respondendo às vendas de armas para Taiwan ampliadas pelo governo Biden e dando um novo aviso ao presidente eleito Donald Trump sobre as ferramentas que Pequim pode usar para proteger os interesses nacionais.

Nesta quinta-feira, 2, o Ministério do Comércio da China colocou na lista de restrições dez empresas americanas como "entidades não confiáveis" impedidas de fazer negócios no país e disse que bloquearia outras 28 de comprar componentes não especificados que poderiam ter usos civis e militares duplos.

A maioria dos contratantes de defesa nomeados já foi sancionada pela China e tem pouco comércio com o país, ao contrário de algumas das centenas de entidades chinesas com operações nos EUA alvos de punições por Washington, como a Huawei Technologies.

Embora o impacto imediato seja provavelmente mínimo, as medidas são importantes como lembretes simbólicos do tipo de medidas que a China poderia nivelar mais amplamente contra as corporações americanas em qualquer conflito futuro.

O FBI, a polícia federal americana, afirmou nesta quinta-feira, 2, que o ataque com uma caminhonete em Nova Orleans, no Estado da Louisiana, nos EUA, foi orquestrado sozinho pelo motorista em um "ato de terrorismo". Ele atropelou e matou cerca de 15 pessoas na última quarta-feira, 31, dia de Ano Novo.

Segundo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o motorista havia postado vídeos em redes sociais horas antes do ataque dizendo que se inspirava no Estado Islâmico, expressando desejo de matar civis.

O FBI identificou o motorista como sendo Shamsud-Din Bahar Jabbar, de 42 anos. Autoridades ainda não divulgaram os nomes das pessoas que foram mortas neste ataque, mas as famílias e os amigos das vítimas têm compartilhado suas respectivas histórias. Cerca de 30 pessoas ficaram feridas.

Bombas encontradas

O FBI informou ainda que suposto autor do ataque com uma caminhonete em Nova Orleans que deixou 15 mortos também tinha colocado duas bombas caseiras nas ruas do French Quarter, onde ocorreu o ataque.

"Obtivemos imagens de câmeras de vigilância nas quais Jabbar é observado colocando os artefatos no local onde foram encontrados", na Bourbon Street e em outra rua vizinha, declarou Christopher Raia, alto funcionário da agência, em coletiva de imprensa.

O ataque em Nova Orleans

Cerca de 15 pessoas morreram e várias outras ficaram feridas depois que um veículo atropelou uma multidão durante a noite de ano-novo em Nova Orleans. Depois de avançar com a caminhonete em alta velocidade, o motorista trocou tiros com a polícia e morreu.

No carro que o suspeito dirigia foram encontrados uma bandeira do Estado Islâmico, armas e "potenciais dispositivos explosivos improvisados", segundo o FBI, que investiga o ataque como ato de terrorismo.

Ligação com Las Vegas

Inicialmente, havia uma suspeita de que o ataque poderia ter alguma relação com o que aconteceu em Las Vegas, onde um homem explodiu um carro da Tesla em frente a um hotel de Donald Trump, presidente eleito dos EUA que tomará posse em 20 de janeiro.

Tanto Jabbar quanto Matthew Livelsberger, que explodiu o carro em Las Vegas, serviram na mesma base americana como soldados do Exército - Jabbar era veterano e Livelsberger da ativa. E os carros haviam sido alugados por meio do mesmo aplicativo, de acordo com as investigações iniciais. A hipótese, porém, foi descartada pelas autoridades, que dizem que Jabbar agiu sozinho. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A pessoa que morreu na explosão da picape Cybertruck, da Tesla, em frente a um hotel do presidente eleito do país, Donald Trump, em Las Vegas, era um soldado da ativa do exército americano, de acordo com informações de oficiais dos Estados Unidos à Associated Press. O autor de outro ataque - o atropelamento que matou 15 pessoas em Nova Orleans - também foi do Exércio e serviu na mesma base.

Dois agentes oficiais, que falaram à AP na condição de anonimato, já que não estão autorizados a discutir a investigação em andamento, identificaram a pessoa que estava no carro como sendo Matthew Livelsberger.

Três oficiais dos EUA disseram que Livelsberger era um soldado da ativa do Exército que passou um tempo servindo na base antes conhecida como Fort Bragg, uma instalação gigantesca no Estado da Carolina do Norte, casa das forças especiais do exército. Esses oficiais também falaram em anonimato pois não poderiam discutir a natureza do serviço de Livelsberger.

A explosão da caminhonete aconteceu horas depois de um motorista, de 42 anos, ter atropelado e matado ao menos 15 pessoas na cidade de Nova Orleans, no Estado de Louisiana.

Shamsud-Din Bahar Jabbar, autor do ataque, foi morto pela polícia local. O ataque está sendo investigado como ato terrorista, e as autoridades acreditam que ele não agiu sozinho.

Jabbar era um veterano do exército dos EUA e também passou um tempo na base de Fort Bragg, mas um oficial afirmou à reportagem que, até agora, não há conhecimento sobre uma possível sobreposição nas funções de ambos no local.

As autoridades, porém, buscam saber se há alguma ligação entre os casos, por conta dessa possível proximidade e também pelo fato de os carros terem sido alugados por meio do mesmo aplicativo. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)