Juiz manda abrir CPI em São José do Rio Preto; desembargador determina suspensão

Política
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Políticos de São José do Rio Preto, cidade a 433 km da capital paulista, aguardam desfecho definitivo em torno de uma proposta de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar supostas irregularidades em contratos de empresas terceirizadas junto à prefeitura do município, hoje comandada por Edinho Araújo (MDB), ex-ministro dos Portos de Dilma Rousseff. Entre os problemas, falta de pagamento aos funcionários.

Um ato de tramitação do Poder Legislativo foi parar no Poder Judiciário diante dos embates entre vereadores de situação e oposição. No entanto, as decisões na Justiça também conflitaram até o momento. No último dia 1º, o desembargador Antonio Carlos Villen acolheu pedido do presidente da Câmara de Rio Preto, Paulo Pauléra (PP), e suspendeu os trabalhos da CPI das Terceirizadas.

O argumento principal do magistrado foi a de que a assinatura de três parlamentares foram lançadas fora do prazo para abertura da comissão. De acordo com os autos, o pedido de CPI foi protocolado em 5 de setembro de 2023 e as últimas assinaturas de apoio foram em fevereiro deste ano. O regimento interno da Casa dá prazo de dois dias úteis para novas assinaturas depois de requerimento de abertura ser protocolado. São necessários oito nomes para CPI andar.

"A fundamentação do agravo é relevante, uma vez que, ressalvado o caráter limitado da cognição nesta fase do procedimento recursal, indica que três das assinaturas necessárias ao requerimento de instalação da Comissão Especial de Inquérito foram lançadas após o prazo previsto no art. 81, § 2º, do Regimento Interno da Câmara de Vereadores de São José do Rio Preto", citou o desembargador em trecho da decisão.

O magistrado afirmou ainda que o caso merece um aprofundamento na análise, que ocorrerá no momento do julgamento - ainda sem data para ocorrer. "Ressalto que a suspensão da decisão agravada não acarretará risco de lesão à atuação dos diversos órgãos da Casa Legislativa, pois, caso não provido o agravo, a Comissão poderá então ser instalada normalmente, sem risco de qualquer obstáculo decorrente de eventual demora para o início dos trabalhos. Ao contrário disso, a imediata instalação da Comissão implicará imediatas e importantes providências no âmbito da Câmara, as quais poderão mostrar-se danosas caso o agravo venha a ser posteriormente provido", afirmou.

A decisão liminar em segunda instância foi comemorada por aliados do prefeito Edinho Araújo. A oposição deve entrar com recurso e continuar a batalha pela via judicial em torno da abertura da CPI.

Para juiz, há indícios de 'prática de transladação maliciosa'

Em primeira instância, no dia 27 de fevereiro, o juiz da 1ª Vara da Fazenda de Rio Preto, Marcelo Haggi Andreotti, havia determinado a instalação da CPI. Isso porque, o presidente da Câmara invalidou assinatura de apoio à CPI de um suplente de vereador (Diego Mahfouz), que deixou o cargo depois de o prefeito Edinho demitir dois secretários para retornarem aos seus cargos no Legislativo.

"Evidenciados, na percepção deste julgador, os indícios de prática de trasladação maliciosa de titularidade de cargos públicos, com inequívoco desiderato de obstar a instauração de instrumento investigatório constitucionalmente previsto, comissão inquisitiva conduzida no seio do parlamento local, no caso; clara a configuração de indícios, portanto, para efeitos liminares, de perversão à finalidade dos atos administrativos objurgados, a sugerir por assombroso desvio de poder da autoridade coatora com a concorrência da chefia do Poder Executivo. Remetem as circunstâncias do caso concreto, cumpre assinalar, a episódios recentes verificados no âmbito federal em que o Supremo Tribunal Federal invalidou nomeação a cargo público ante a evidenciada e simulada finalidade de conferir foro privilegiado ao nomeada", afirmou Andreotti em trecho da decisão.

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A Suprema Corte dos EUA rejeitou nesta quarta-feira, 5, o pedido de Donald Trump para congelar US$ 2 bilhões em ajuda externa, parte dos esforços do governo para cortar gastos. Foi a primeira grande decisão do tribunal contra a Casa Branca desde a volta do presidente ao poder. Isso ocorreu apesar de Trump ter indicado três dos nove juízes, formando uma maioria conservadora de 6 a 3.

Ontem, o recurso de Trump foi negado por 5 votos a 4 - os conservadores John Roberts e Amy Coney Barrett se juntaram às três magistradas progressistas para manter a decisão de uma instância inferior exigindo que o governo fizesse pagamentos em contratos que já foram concluídos, invalidando o decreto assinado em 20 de janeiro, que suspendia a ajuda internacional por 90 dias.

Na decisão, a Suprema Corte determina que o juiz federal Amir Ali, que ordenou o restabelecimento dos pagamentos pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e pelo Departamento de Estado, esclareça "quais obrigações o governo deve cumprir".

"Um único juiz de um tribunal distrital, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder irrestrito de obrigar o governo dos EUA a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", argumentou o conservador Samuel Alito, na declaração dissidente, assinada pela minoria. "A resposta a essa pergunta deveria ser um enfático 'não', mas a maioria deste tribunal, aparentemente, pensa o contrário. Estou chocado."

Cortes de gastos

O governo suspendeu a ajuda externa no dia da posse de Trump. Beneficiários e ONGs entraram com duas ações judiciais contestando o congelamento dos fundos, alegando inconstitucionalidade - as dotações orçamentárias são um poder do Congresso e cabe ao Executivo apenas cumpri-las.

Os grupos que contestaram o governo argumentaram que os fundos congelados causariam uma série de crises, ameaçando cuidados médicos essenciais ao redor do mundo, deixando alimentos apodrecendo em armazéns, arruinando negócios, colocando em risco a propagação de doenças e causando instabilidade política.

"É devastador o impacto dessa conduta ilegal em empresas grandes e pequenas, forçadas a encerrar seus programas e demitir funcionários; em crianças famintas ao redor do mundo que ficarão sem nada; em populações ao redor do mundo enfrentando doenças mortais; e em nossa ordem constitucional", escreveram os advogados do Global Health Council, organização que representa grupos de saúde, em um dos processos.

O juiz Amir Ali, do Tribunal Distrital Federal em Washington, nomeado pelo presidente Joe Biden, emitiu uma ordem de restrição temporária, em 13 de fevereiro, proibindo funcionários do governo de suspender os pagamentos alocados antes de Trump assumir o cargo. Na decisão, ele disse que o governo não ofereceu nenhuma explicação para a suspensão total da ajuda que o Congresso havia determinado.

A Casa Branca alegou que tinha o direito de analisar caso a caso as doações e contratos de ajuda e interromper ou aprovar os gastos. Em uma decisão de 25 de fevereiro, o juiz Ali ordenou que o governo pagasse US$ 1,5 bilhão em trabalhos de ajuda já concluídos. Ele estabeleceu um prazo até meia-noite do dia seguinte. Em resposta, o Departamento de Justiça entrou com um recurso de emergência na Suprema Corte, alegando que o juiz havia excedido sua autoridade - argumento rejeitado ontem.

Campanha

O presidente está decidido a cortar gastos do governo federal com a ajuda do homem mais rico do mundo e maior doador de sua campanha, Elon Musk. Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da Usaid, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países e é responsável por mais de 40% da ajuda humanitária mundial.

Em decreto assinado em 20 de janeiro, Trump suspendeu temporariamente milhares de programas para avaliar se eles estão "totalmente alinhados com a política externa do presidente dos EUA". No passado, ele já disse que a Usaid é "administrada por lunáticos radicais", enquanto Musk descreveu a agência como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (6) que está trabalhando com o Partido Republicano da Câmara em uma resolução contínua para financiar o governo até setembro e dar o "tempo necessário" para trabalhar a agenda do governo.

"Os conservadores vão adorar esse projeto de lei, pois ele nos prepara para cortar impostos e gastos na conciliação, ao mesmo tempo em que efetivamente CONGELA os gastos neste ano e nos permite continuar nosso trabalho. Vamos aprovar esse projeto de lei!", escreveu Trump na rede Truth Social.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar nesta quinta-feira, 6, um decreto com o objetivo de eliminar o Departamento de Educação. Um rascunho do documento, obtido pelo Wall Street Journal, ordena que a secretária de Educação, Linda McMahon, "tome todas as medidas necessárias para facilitar o fechamento do Departamento de Educação".

O fim do Departamento de Educação está em discussão desde a transição da gestão de Joe Biden para o governo Trump. Segundo especialistas, porém, a eliminação completa da pasta depende da aprovação do Congresso. Fonte: Dow Jones Newswires.