Aliados de Doria e Covas anunciam ato para levar PSDB a Nunes e relevam Bolsonaro

Política
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Um grupo de dirigentes e filiados do PSDB, formado por antigos aliados do ex-governador João Doria e do ex-prefeito Bruno Covas, organiza um ato público em defesa do apoio tucano à candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista. O evento deve ocorrer no dia 19 de março, ainda sem local definido, e tenta pressionar dirigentes do partido a abrirem mão da ideia de lançar uma candidatura própria em São Paulo ou de apoiar a terceira colocada nas pesquisas, a deputada Tabata Amaral (PSB).

A organização do evento passa por nomes como Jorge Damião, que coordenou a campanha de Doria ao governo do Estado, em 2018, e foi secretário municipal de Esportes e presidente da Fundação Memorial da América Latina nas gestões do político. Outro a falar em nome do movimento é Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório municipal do PSDB na capital paulista e que faz oposição aberta ao grupo do governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB). Eles, no entanto, desconversam sobre quem são os principais organizadores do ato e dizem que se trata de um movimento de base que envolve mais de 50 diretórios zonais do partido na cidade.

"A ideia é fazer algo robusto para mostrar que a militância e a história do partido na cidade de São Paulo defendem essa tese [de apoiar o atual prefeito], porque ela foi acordada pelo Bruno Covas", afirma Fernando Alfredo, destituído do cargo no final do ano passado por meio de uma intervenção da executiva nacional do PSDB. O movimento pretende elaborar uma carta para a direção do partido e releva a aproximação de Nunes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem Doria rivalizou durante a pandemia de covid-19 e do qual Bruno Covas também era crítico.

Fernando Alfredo e Jorge Damião estiveram ao lado de Doria nas prévias para disputar a presidência da República, em 2022, e depois também quando este decidiu, semanas depois, abandonar a sua candidatura. A estratégia do PSDB de compor com o MDB de Simone Tebet não deu certo, assim como a candidatura de Rodrigo Garcia pelo governo do Estado. Doria não faz mais parte da sigla desde outubro daquele ano; assinou a carta de desfiliação depois que Garcia, vice que assumiu em seu lugar, declarou "apoio incondicional" e ofereceu jantar a Bolsonaro no Palácio dos Bandeirantes antes do segundo turno.

Em 2024, Nunes articula o apoio do PL e de Bolsonaro como uma forma de afastar um concorrente bolsonarista numa disputa em que hoje divide a liderança nas pesquisas com Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um gesto de fidelidade, Nunes compareceu ao ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista, no dia 25 de fevereiro, que teve como mote a defesa do ex-presidente contra a acusação de envolvimento em uma trama golpista no Palácio do Planalto. Ele também recebeu indicações do PL para vice na chapa, o que é colocado como uma condição para o apoio.

O episódio foi criticado pelo governador do Rio Grande do Sul e ex-presidente do PSDB, Eduardo Leite, que rejeitou publicamente uma aliança com o emedebista em entrevista ao jornal O Globo. Para Alfredo, a reação é exagerada. Ele repete uma frase dita recentemente por Tomás Covas, filho de Bruno Covas, de que "apoio não se recusa", e argumenta que o fato de o prefeito receber o apoio de Bolsonaro "não significa que ele vai dar as cartas aqui na prefeitura". A corrente em defesa do apoio ao prefeito conta ainda com a bancada de vereadores do PSDB na Câmara Municipal, que deve sofrer uma debandada do partido, além de deputados estaduais de São Paulo.

Os tucanos cogitam também lançar um candidato próprio na capital ou apoiar Tabata Amaral como uma maneira de tentar se posicionar em um campo de "terceira via" contra a polarização, de olho nas eleições de 2026. Quem atualmente conduz as conversas é o ex-senador José Aníbal, atual presidente da comissão provisória do diretório municipal. Ao Estadão, Aníbal declarou que está consultando as lideranças para encaminhar proposta ao presidente do PSDB, Marconi Perillo, mas que a intenção é preservar o "protagonismo" do partido na disputa.

Nesse meio tempo, uma nova crise foi deflagrada entre as lideranças estaduais do PSDB. Eleito para o diretório na semana passada, Marco Vinholi foi destituído do cargo pela segunda vez em quatro meses. Ele também foi secretário de Doria na gestão do ex-governador em São Paulo. A executiva nacional entendeu que a votação que o elegeu foi realizada por meio de uma reunião "ilegal". Apesar de o retorno de Vinholi ser visto como uma tendência de afastamento da gestão do prefeito, parte da militância pró-Nunes entende que ele poderia se tornar um aliado diante da ausência de um candidato competitivo para o pleito.

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Ao menos 98 pessoas foram presas, nesta quinta-feira, durante uma manifestação contra a prisão de Mahmoud Khalil, um ativista palestino detido por seu envolvimento com manifestações pró-Palestina na Universidade de Columbia. O protesto, organizado pela Jewish Voice for Peace, começou pouco depois do meio-dia, dentro da Trump Tower, em Manhattan.

Cerca de 200 ativistas e apoiadores da organização judaico-americana que apoia a causa palestina se reuniram no interior do edifício, denunciando o que chamam de repressão à liberdade de expressão.

O grupo vestia camisetas vermelhas com dizeres como "Não em nosso nome", escrito em letras brancas, em referência ao movimento Make America Great Again popularizado por Trump. Os manifestantes hastearam faixas e gritaram slogans hostis ao atual presidente americano.

"Lutem contra os nazistas, não contra os estudantes", eles gritavam antes de alguns serem presos, relataram jornalistas da AFP.

Mahmoud Khalil, palestino e aluno de pós-graduação da Escola de Relações Internacionais e Públicas, atuou como porta-voz de um movimento estudantil da Universidade de Columbia contra a guerra de Israel em Gaza. Ele foi preso por agentes do Departamento de Segurança Interna em sua residência universitária na noite do último sábado, 8.

"Liberdade para Mahmoud, liberdade para a Palestina", dizia um cartaz, referindo-se à detenção aguardando a deportação de Mahmoud Khalil, que possui um green card para residência permanente nos Estados Unidos.

"Estou aqui para me inspirar nas centenas de judeus de Nova York que estão se manifestando para exigir a libertação de Mahmoud Khalil, e que nosso judaísmo não seja usado como uma arma para violar os direitos dos americanos e destruir a democracia", explicou James Schamus, que se descreve como um "professor judeu" na Universidade de Columbia. Para ele, a luta de Donald Trump contra o antissemitismo é uma "cortina de fumaça".

A ideia de que "criticar Israel é antissemita, e que alguém pode ser sequestrado em nossas ruas e expulso do país se expressar opiniões políticas sobre este conflito no exterior, deveria causar arrepios de terror na espinha", acrescentou. A polícia de Nova York não confirmou as prisões durante a manifestação.

Há vários dias, o presidente Trump vem atacando universidades e, em nome do combate ao antissemitismo, prometendo medidas orçamentárias retaliatórias contra instituições que não combaterem o antissemitismo. Sua administração já cortou US$ 400 milhões em subsídios e contratos para a Columbia.

Ele também ameaça deportar estrangeiros que participarem dos protestos. Ele prometeu que o processo contra Mahmoud Khalil seria seguido por "muitos outros".

Prisão de jovem com green card

O governo Trump está tentando deportar o imigrante palestino com cidadania americana que ajudou a liderar protestos na Universidade de Columbia contra a ofensiva militar de Israel contra o grupo terrorista Hamas em Gaza.

Mahmoud Khalil, 30 anos, que se formou em dezembro na Columbia com um mestrado em políticas públicas, foi preso por oficiais de imigração em Nova York no sábado e enviado a um centro de detenção na Louisiana. Ele possui um green card e é casado com uma cidadã americana que está grávida de oito meses. Trump disse que o caso de Khalil foi "a primeira prisão de muitas que virão".

"Sabemos que há mais estudantes da Columbia e de outras universidades em todo o país que se envolveram em atividades pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas, e o governo Trump não vai tolerar isso", disse Trump nas redes sociais.

"Se vocês apoiam o terrorismo, incluindo o massacre de homens, mulheres e crianças inocentes, sua presença é contrária aos nossos interesses nacionais e de política externa, e vocês não são bem-vindos aqui. Esperamos que todas as Faculdades e Universidades dos Estados Unidos cumpram essa determinação", acrescentou.

A prisão e a tentativa de expulsão de Khalil pelo Serviço de Imigração e Alfândega provocou críticas ao governo e abriu um debate sobre os direitos de liberdade de expressão e a crescente repressão do governo Trump à imigração e às universidades que o presidente e seus assessores alegam ser muito de esquerda.

O governo não apresentou publicamente a autoridade legal para a prisão. Mas duas pessoas com conhecimento do assunto disseram que o Secretário de Estado, Marco Rubio, se baseou em uma cláusula da Lei de Imigração e Nacionalidade que lhe dá amplo poder para expulsar estrangeiros.

A disposição diz que qualquer "estrangeiro cuja presença ou atividades nos Estados Unidos o Secretário de Estado tenha motivos razoáveis para acreditar que teria consequências adversas potencialmente graves para a política externa dos Estados Unidos é passível de ser deportado".

Rubio também republicou uma declaração do Departamento de Segurança Interna que acusava Khalil de ter "liderado atividades alinhadas ao Hamas". Mas as autoridades não o acusaram de ter qualquer contato com o grupo terrorista, de receber orientações dele ou de fornecer apoio material a ele.

Em vez disso, a justificativa é que os protestos anti-Israel que Khalil ajudou a liderar eram antissemitas e promoviam um ambiente hostil para os estudantes judeus em Columbia.

Enquanto estudava na Columbia, Khalil foi líder dos protestos no campus que eclodiram depois que o Hamas lançou um ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 250. Os militares israelenses realizaram ataques em Gaza que mataram cerca de 50 mil palestinos.

Os protestos pró-palestinos e um acampamento de estudantes em Columbia - bem como a resposta da administração da universidade, que incluiu pedir à polícia para retirar os manifestantes - se tornou um tema polêmico nos EUA. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Mais de 100 milhões de pessoas nos Estados Unidos estarão no caminho de uma intensa tempestade a partir de sexta-feira, 14, já que o sistema traz a ameaça de incêndios, nevascas, tornados e inundações à medida que avança para o leste através das Grandes Planícies.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA previu ventos fortes que se estendem desde a fronteira canadense até o Rio Grande, com rajadas de até 130 km/h, o que cria um risco significativo de incêndio no Texas, Novo México e Oklahoma. Enquanto isso, uma rajada de inverno é esperada mais ao norte, com possíveis condições de nevasca nas Dakotas e em Minnesota.

A região central, desde a Costa do Golfo até Wisconsin, corre o risco de tempestades severas que podem gerar tornados e granizo. No sábado, 15, a previsão é de que as tempestades severas se desloquem para Louisiana, Mississippi, Alabama, Tennessee e depois para a Flórida. A possibilidade de enchentes é uma preocupação desde a Costa Central do Golfo até a parte superior do Vale de Ohio.

Espera-se que o clima turbulento chegue à Costa Leste no domingo, 16, com ventos fortes e risco de inundações repentinas em áreas localizadas.

As forças russas expulsaram o exército ucraniano da maior cidade da região fronteiriça russa de Kursk, afirmaram as autoridades nesta quinta-feira, 13.

A alegação do Ministério da Defesa da Rússia de que recapturou a cidade de Sudzha, horas depois que o presidente russo, Vladimir Putin, visitou seus comandantes em Kursk e vestiu uniformes militares, não pôde ser verificada de forma independente.

As autoridades ucranianas não fizeram nenhum comentário imediato sobre a alegação.

Putin afirmou que concorda com a proposta de cessar-fogo dos EUA, mas que o acordo deve levar a uma paz duradoura e eliminar as "causas raízes do conflito", em coletiva de imprensa nesta quinta. Fonte: Dow Jones Newswires.