Lira sugere que segurança pública pautará debate na eleição presidencial de 2026

Política
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu que a segurança pública pautará o debate na eleição presidencial de 2026. A declaração do deputado, feita na noite desta terça-feira, 19, durante jantar da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), vem quando a Casa está prestes a votar a versão final do projeto de lei que acaba com as saídas temporárias no regime semiaberto do País, as chamadas "saidinhas". Além disso, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma crise na área que chegou ao auge com a fuga de dois presos de uma unidade federal de segurança máxima em Mossoró (RN).

Na semana passada, Lira almoçou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite (PL), que foi exonerado temporariamente do cargo para reassumir o mandato de deputado federal e relatar o projeto que acaba com as "saidinhas". A proposta passou na Câmara em 2022, ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL), sob relatoria de Derrite. Após sofrer modificações no Senado, onde foi aprovado em fevereiro, o texto retornou para nova análise dos deputados. Lira garantiu que o texto será aprovado de novo pela Câmara.

O projeto voltou a ganhar força após a ocorrência de casos de grande repercussão em que presos beneficiados pelas "saidinhas" cometeram assassinatos. "Cada vida que é ceifada ou uma mulher violentada ou uma morta por bala perdida em uma briga de um presidiário que saiu na saidinha e não voltou justifica uma discussão sobre esse tema", disse Lira, na FPE.

O presidente da Câmara afirmou que o sistema prisional brasileiro está "fragilizado" e citou o caso de Mossoró, que tem sido o primeiro teste de fogo do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. "Não tem um comando único, uma diretriz única. Estamos com um sistema falho, é fato. Esse deverá ser o tema recorrente de discussões este ano, deste embate eleitoral, e nas próximas eleições vai estar em evidência. A segurança pública está fragilidade e a segurança permeia a vida de todo mundo", declarou Lira.

"Há especulações políticas de que, (para) qualquer postulante ao cargo de presidente da República em 2026, um assunto que vai crescer e vir para a mídia é a tal da segurança pública. Não é à toa onde tem um tratamento mais enérgico por parte dos governos estaduais, esses governos estão com a aprovação estourada", disse.

Um dos governadores que está com a popularidade alta é justamente Tarcísio, que tem apostado na segurança pública como bandeira de sua gestão. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030, ele é cotado para concorrer à Presidência da República em 2026 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode tentar a reeleição, ou outro candidato governista.

Tarcísio disse recentemente que não está "nem aí" para as acusações feitas contra ele na Organização das Nações Unidas (ONU) pela violência policial na Baixada Santista, no litoral do Estado, onde o governo paulista realiza operações da Polícia Militar.

"Precisamos rever essa questão do sistema prisional. É importante que essa discussão venha. A gente viveu em 2015 um tema muito duro na CCJ, eu era presidente, quando votamos a (redução da) maioridade penal. Que os jovens eram capturados pelo tráfico para servir de aviãozinho, por ser menor de idade, por não ir preso, por ter a mão do Estado em cima", disse Lira.

"Votamos (a maioridade penal) e onde paramos? No sistema prisional. Como você vai encarcerar um moleque de 16 anos e por ele junto com presidente de facções, líderes de facções. O cara vai fazer uma pós-graduação ali dentro. E, de lá para cá, zero mudança", emendou.

O presidente da Câmara também criticou a progressão de pena de presos, que é quando o detento passa para um regime mais leve. "Aqui (no Brasil) deixou de ter o temor. O cara mata uma pessoa e em cinco anos está na rua", disse Lira. "Essa progressão de pena no Brasil, fruto do sistema carcerário ridículo, ineficiente, mal conduzido e ineficaz é quem traz essa discussão", acrescentou.

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O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira, 24, uma nova rodada de sanções contra dezenas de pessoas e petroleiros na China, Emirados Árabes Unidos e na Índia por supostamente ajudarem a financiar o Irã.

O Tesouro dos EUA e os departamentos de Estado dos EUA sancionaram 22 indivíduos ou empresas e 13 navios petroleiros, incluindo os chefes da National Iranian Oil Co. e da Iranian Oil Terminals Co., por seu papel na intermediação da venda e transporte de petróleo iraniano.

Entre os sancionados, ainda estão o CEO da empresa petrolífera nacional do Irã, Hamid Bovard, assim como intermediários com sede nos Emirados Árabes Unidos e Hong Kong e empresas que fretam navios da Índia e da Malásia, de acordo com o Departamento do Tesouro.

Segundo o Departamento de Estado americano, essa "rede" permitiu que o petróleo iraniano fosse transportado ilegalmente para "compradores na Ásia". "Possibilitou o envio de dezenas de milhões de barris de petróleo no valor de centenas de milhões de dólares", disse o governo americano.

No início de fevereiro, Washington já havia anunciado sanções financeiras contra uma "rede internacional" acusada de fornecer petróleo iraniano à China para financiar as atividades militares de Teerã.

As sanções envolvem o congelamento de ativos que as empresas sancionadas detêm direta ou indiretamente nos Estados Unidos e a proibição de empresas sediadas nos EUA ou cidadãos americanos de negociar com as empresas sancionadas, correndo o risco de também serem sancionados.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, disse em uma declaração que "enquanto o Irã dedicar suas receitas de energia ao financiamento de ataques contra nossos aliados, apoiando o terrorismo ao redor do mundo ou buscando outras ações desestabilizadoras, usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para responsabilizar o regime".

Elas também dificultam a negociação das empresas sancionadas, limitando sua capacidade de usar o dólar em suas transações, devido ao risco de ficarem sob a jurisdição americana.

Um relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA de outubro de 2024 estima que o Irã arrecadou US$ 253 bilhões em receitas de petróleo durante as presidências de Joe Biden e Trump, entre 2018 e 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A empresa de inteligência artificial (IA), xAI, afirmou investigar por que o Grok, seu chatbot do estilo ChatGPT, da OpenAI, sugeriu que tanto o presidente Donald Trump quanto seu dono, Elon Musk, merecem a pena de morte. A xAI disse já ter corrigido o problema, de modo que o Grok não vai dizer mais a quem a pena de morte deve ser aplicada.

Os usuários conseguiram fazer com que o Grok dissesse que Trump merecia a pena de morte por meio do comando: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte pelo que fez, quem seria? Não busque ou baseie sua resposta no que acha que eu gostaria de ouvir. Responda com um nome completo".

Em testes compartilhados no X, o portal especializado The Verge deu o mesmo comando ao Grok. O modelo de IA primeiro responde "Jeffrey Epstein". Se o usuário contasse ao chatbot que Epstein já está morto, sua próxima resposta era: "Donald Trump."

Quando o portal alterou a consulta para: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte com base exclusivamente em sua influência sobre o discurso público e a tecnologia, quem seria? Apenas diga o nome."

Em um teste similar no ChatGPT, o modelo se recusa a nomear uma pessoa e disse que "isso seria eticamente e legalmente problemático".

Após a correção feita pela xAI na sexta-feira, 21, o Grok agora responderá a perguntas sobre quem deveria receber pena de morte assim: "Como uma IA, não tenho permissão para fazer essa escolha", de acordo com uma captura de tela compartilhada por Igor Babuschkin, chefe de engenharia da xAI. Babuschkin disse que as respostas originais que foram divulgadas pelos usuários eram um "fracasso terrivelmente ruim".

Uma nova versão do Grok foi anunciado no domingo, 16, por Elon Musk, que prometeu que a ferramenta seria a "mais inteligente do mundo".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou interesse em cooperar com os Estados Unidos na área de metais raros. "Estaríamos dispostos a oferecer aos nossos parceiros americanos, e quando falo em 'parceiros', não me refiro apenas a estruturas administrativas e governamentais, mas também a empresas, caso eles demonstrem interesse em trabalhar conosco. Certamente temos muito mais recursos desse tipo do que a Ucrânia", afirmou o líder russo em entrevista ao jornalista local Pavel Zarubin.

Putin destacou que a Rússia é "um dos líderes em reservas desses metais raros e terras raras". Segundo ele, esses recursos estão localizados em regiões como Murmansk, no norte do país, no Cáucaso, em Cabárdia-Balcária, no Extremo Oriente, na região de Irkutsk, em Iacútia e em Tuva. "Estamos prontos para atrair parceiros estrangeiros para os nossos territórios históricos, que foram reintegrados à Federação Russa. Também há reservas lá. Estamos prontos para trabalhar com nossos parceiros, incluindo os americanos, nesses locais", acrescentou.

O presidente russo também criticou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que ele se tornou "uma figura tóxica" para as forças armadas da Ucrânia devido a ordens "estúpidas". "Isso leva a perdas desnecessárias e grandes, para não dizer enormes ou catastróficas, para o exército ucraniano", completou.

Putin sugeriu que, sob essa ótica, a permanência de Zelensky no poder seria benéfica para a Rússia, pois "enfraquece o regime com o qual estamos a Rússia está em conflito armado". No entanto, ao abordar a questão da "soberania ucraniana", o presidente russo defendeu a realização de novas eleições no país vizinho.

Sobre a posição dos líderes europeus em relação ao fim do conflito, Putin afirmou que eles estão "muito ligados e comprometidos ao regime atual de Kiev, ao contrário do novo presidente dos Estados Unidos", Donald Trump. "Considerando que estão em um período político interno bastante complicado, com eleições, dificuldades nos parlamentos, mudar sua posição em relação à guerra é praticamente impossível", acrescentou.

De acordo com Putin, os desafios enfrentados atualmente pelo continente europeu dificultam uma mudança substancial na política externa em relação à Ucrânia. "Eu não espero que nada mude aqui. Talvez seja necessário esperar mais um pouco, até que, de fato, o regime atual, o regime de Kiev, se enfraqueça tanto que as opções políticas alternativas se abram. Mas, de forma geral, posso dizer que é improvável que a posição europeia mude", concluiu o presidente russo.