Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido, diz NYT

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro passou pelo menos duas noites na embaixada da Hungria após ser obrigado a entregar o passaporte à Justiça brasileira. A informação foi divulgada pelo jornal dos Estados Unidos The New York Times (NYT).

O jornal publicou imagens de vídeo e fotos indicando que Bolsonaro entrou na embaixada em Brasilia no dia 12 de fevereiro e só saiu de lá dois dias depois. O NYT divulgou ainda fotos de satélite mostrando que o veículo usado pelo ex-presidente ficou estacionado na embaixada.

Segundo o NYT, a estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungira sugere que Bolsonaro estava tentando "alavancar a sua amizade" com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira , segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

Se a Justiça expedisse um mandado de prisão preventiva contra Bolsonaro, com o presidente hospedado em uma embaixada internacional, a decisão judicial não poderia ser feita porque os consulados são considerados territórios dos países de origem.

O ex-presidente e o primeiro-ministro hungáro possuem um relacionamento próximo há anos. Em 2022, quando Bolsonaro foi à Hungria, ele cobriu Orbán de afagos. "Acredito no Orbán, que trato como irmão, dadas as afinidades que temos", disse Bolsonaro.

Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e Orbán se reuniram em Buenos Aires na posse do presidente da Argentina, Javier Milei. No encontro, Orbán chamou Bolsonaro de "meu bom amigo".

"Estamos em Buenos Aires para comemorar a grande vitória do presidente Javier Milei. Tive o prazer de encontrar com meu grande amigo, presidente Jair Bolsonaro. A direita está a crescer não só na Europa, mas em todo o mundo!", disse Orban no X (antigo Twitter).

O Estadão procurou a Embaixada da Hungria e a assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não obteve retorno.

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Estados Unidos e Rússia estão acertando os detalhes para a realização de uma reunião presencial entre Donald Trump e Vladimir Putin, segundo disse o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, neste sábado, 22. As tratativas para o encontro marcam uma clara diferente da abordagem de Trump em relação ao seu antecessor, o ex-presidente Joe Biden, que optou por isolar Moscou após a invasão da Ucrânia.

"A questão é começar a avançar no sentido da normalização das relações entre os nossos países, encontrando formas de resolver as situações mais agudas e potencialmente muito, muito perigosas, das quais existem muitas, entre elas a Ucrânia", disse ele. De acordo com Ryabkov, os esforços para a organização da reunião estão em uma fase inicial e que sua realização exigirá "trabalho preparatório mais intensivo".

Representantes dos dois países se encontraram na terça-feira, 18, em Riad (Arábia Saudita), e concordaram em iniciar uma negociação para acabar com a guerra na Ucrânia e melhorar os laços diplomáticos e econômicos entre EUA e Rússia. Funcionários da administração Trump destacam que Kiev teria que desistir de seus planos de entrar na Otan e aceitar que não vai conseguir tomar 20% do seu território que foi ocupado pela Rússia.

Após a reunião na Arábia Saudita, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou à Associated Press (AP) que os dois lados concordaram amplamente em concluir três objetivos: aumentar o número de funcionários nas suas respectivas embaixadas; criar uma equipe de alto nível para apoiar as negociações de paz na Ucrânia; e explorar relações mais estreitas e cooperação econômica.

Ele sublinhou, no entanto, que as negociações, que contaram com a presença do seu homólogo russo, Sergei Lavrov, e de outros altos funcionários russos e americanos, marcaram o início de uma conversa e que é necessário fazer mais. Lavrov, por sua vez, saudou a reunião como "muito útil".

Nenhuma autoridade ucraniana esteve presente na reunião, que ocorreu em momento em que Kiev está perdendo terreno para as tropas russas. O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse que seu país não aceitaria qualquer resultado das negociações, uma vez que Kiev não participou.

Ucrânia

Na quarta-feira, 19, Trump culpou falsamente a Ucrânia por iniciar a guerra que custou dezenas de milhares de vidas ucranianas, causando indignação e alarme em um país que passou quase três anos lutando contra um Exército russo muito maior. O presidente americano também chamou Zelenski de "um ditador sem eleições" e afirmou que ele não tinha apoio entre os eleitores ucranianos.

Zelenski reagiu e afirmou que Trump estava reproduzindo uma campanha de desinformação russa. Na sexta-feira, 21, Trump pareceu retroceder em seus comentários anteriores que culpavam falsamente Kiev por iniciar a guerra, mas insistiu que Zelenski e o ex-presidente dos EUA Joe Biden deveriam ter feito mais para chegar a um acordo com Putin. "A Rússia atacou, mas não eles não deveriam ter deixado", disse ele durante uma entrevista a emissora americana Fox News. Mais tarde, no Salão Oval, Trump afirmou aos repórteres que a guerra "não afeta muito os Estados Unidos. Está do outro lado do oceano. Afeta a Europa". (COM INFORMAÇÕES DA AP)

Ladrões na França usaram um cartão roubado para comprar um bilhete de loteria francês premiado no valor de mais de 500 mil euros (cerca de R$ 3 milhões). Mas eles desapareceram antes de ganhar o prêmio - e agora estão entre os fugitivos mais famosos da França.

O homem cujo cartão foi roubado, identificado em documentos policiais como Jean-David E., está se oferecendo para dividir o dinheiro com os sortudos ganhadores. Ele também quer sua carteira de volta.

Os ladrões, por sua vez, correm o risco de serem presos. Até sábado, a operadora da loteria estadual La Française des Jeux, ou FDJ, disse que ninguém havia enviado o bilhete para sacar.

"É uma história incrível, mas é tudo verdade", disse o advogado de Jean-David, Pierre Debuisson, à agência Associated Press no sábado, 22.

Jean-David descobriu no início deste mês que sua mochila havia sido roubada de seu carro na cidade de Toulouse, no sul da França, incluindo cartões bancários e outros documentos, disse o advogado. Depois de pedir ao seu banco que bloqueasse o cartão, descobriu que ele já havia sido usado em uma loja local.

Na loja, um vendedor lhe disse que dois homens aparentemente sem-teto haviam usado um de seus cartões para comprar o bilhete de loteria premiado.

"Eles ficaram tão felizes que esqueceram seus cigarros e pertences e saíram como loucos", disse Debuisson.

Os eleitores alemães foram às urnas neste domingo, 23, para escolher os novos membros do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento. São eles que definirão o próximo chanceler do país.

Na pesquisas de boca de urna da ARD, o CDU/CSU, com o líder Friedrich Merz do União Democrata Cristã (CDU), vence com 29% dos votos. Em segundo lugar está o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), liderado por Alice Weidel, com 19,5%. É o melhor resultado para a extrema direita alemã desde a Segunda Guerra Mundial.

O Partido Social-Democrata (SPD), do atual chefe de governo Olaf Scholz, vem em terceiro lugar, com 16%, seguido pelo Partido Verde, com 13,5%. O Partido de Esquerda ficou em quinto lugar, com 8,5%.

FDP e BSW ficaram com níveis inferiores ao mínimo de 5% dos votos necessários para garantir a representação no Bundestag. No entanto, partidos que apresentarem candidatos vencedores em pelo menos três distritos eleitorais têm esse mínimo suspenso.

Ainda é cedo para afirmar os vencedores das eleições alemãs, uma vez que os resultados finais só serão conhecidos após a contagem oficial dos votos, que deve ser concluída durante a noite deste domingo.

Tradicionalmente, o candidato do partido que obtém o maior número de votos se torna o novo chanceler, mas essa definição só ocorrerá após as negociações para a formação de uma coalizão, que devem acontecer nas próximas semanas.

Após os resultados das eleições, os principais partidos tentarão formar uma aliança estável para governar, já que é difícil que um partido consiga 50% dos votos, o que garantiria o controle do Bundestag.