Belo Horizonte tem 11 nomes na disputa pela Prefeitura mas nenhum desponta como favorito; veja

Política
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A seis meses das eleições municipais, nenhum dos 11 pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte desponta como favorito na disputa. O cenário é marcado pela fragmentação dos partidos da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e um prefeito com pouca experiência eleitoral e que ainda busca se tornar mais conhecido entre os 2,3 milhões de belo-horizontinos. O bolsonarismo se uniu em torno de um único candidato, mas a direita também está dividida.

Fuad Noman (PSD), atual chefe do Executivo local, era vice do então prefeito Alexandre Kalil (PSD), que renunciou ao cargo para disputar o governo de Minas Gerais em 2022. Antes disso, nunca havia disputado uma eleição, muito menos encabeçado uma chapa, como ocorrerá em outubro, embora tenha uma carreira política ligada ao PSDB. Economista de formação, Noman foi secretário-executivo da Casa Civil no governo de Fernando Henrique Cardoso e, depois, ocupou cargos no primeiro escalão nos governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas Gerais.

A candidatura do prefeito à reeleição não era unanimidade nem mesmo dentro do PSD. Para pacificar o partido e se consolidar, Noman exonerou no início da semana quatro secretários municipais que haviam sido indicados por Marcelo Aro (PP), aliado do governador Romeu Zema (Novo) e secretário estadual de Casa Civil. O movimento tem como pano de fundo a eleição de 2026: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), é visto como candidato natural ao governo de Minas e teria como adversário um nome indicado pelo grupo de Zema.

O governador é um cabo eleitoral disputado por candidatos à direita do espectro político, mas caminha para apoiar a pré-candidatura de Luísa Barreto (Novo), secretária de Planejamento do governo mineiro, que também tem sua trajetória política ligada ao PSDB, partido pelo qual foi candidata em 2020 e terminou em sétimo lugar com 1,39% dos votos.

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) tentam convencer Zema a apoiar a candidatura do deputado estadual Bruno Engler (PL), que terminou em segundo lugar na última eleição para prefeito com 9,9% dos votos. Atualmente em seu segundo mandato, ele é um dos bolsonaristas mais próximos do ex-presidente no Estado e, antes de entrar para a política institucional em 2018, foi coordenador do movimento Direita Minas. Engler também tem o apoio de Nikolas Ferreira (PL), deputado federal mais votado da história de Minas Gerais, com 1,5 milhão de votos.

Interlocutores do senador Carlos Viana (Podemos) também têm sondado aliados do governador em busca de apoio à sua pré-candidatura. Viana tenta viabilizar uma candidatura de direita, mas descolada do bolsonarismo, com quem rompeu por se sentir traído por Bolsonaro em 2022. Ele se candidatou a governador pelo PL, mas o ex-presidente fez diversos gestos a Zema durante a campanha.

O senador também tenta conseguir o apoio do ex-prefeito Kalil, visto como único cabo eleitoral capaz de rivalizar com a força de Lula e Bolsonaro na capital mineira. Kalil ainda não indicou em quem depositará suas fichas.

Na centro-direita, o ex-deputado estadual João Leite (PSDB) foi lançado como pré-candidato pelos tucanos. Ele não conseguiu se reeleger para a Assembleia Legislativa em 2022, mas a sigla espera que ele repita o bom desempenho que teve em 2016, quando foi derrotado por Kalil no segundo turno por uma margem apertada.

As pesquisas eleitorais até o momento apresentam resultados divergentes e apontam para uma disputa à direita ou uma polarização entre bolsonarismo e petismo. Na mais recente, realizada pelo Paraná Pesquisas, e divulgada no último dia 28, Leite, Viana e Engler aparecem empatados tecnicamente na liderança com, respectivamente, 16,6%, 16,2% e 14,9%. Já a Real Time Big Data divulgada no início de março coloca Viana na liderança com 21%, seguido de Engler, com 15% - eles estão empatados no limite da margem de erro de 3 pontos percentuais. O nome de João Leite não foi testado.

A pesquisa AtlasIntel divulgada em 31 de dezembro do ano passado indica uma polarização entre o bolsonarista Engler, que lidera com 31,4% dos votos, seguido do petista Rogério Correia com 21%. Neste levantamento, Viana teve 7,7%. As pesquisas não podem ser diretamente comparadas pois, além de serem de institutos diferentes, cujas metodologias variam, as listas de candidatos apresentadas aos entrevistados não foram as mesmas.

Base de Lula se divide em 7 pré-candidatos

Belo Horizonte vai na contramão do pedido do presidente Lula, que deseja que os partidos que o apoiam caminhem juntos na medida do possível nas principais cidades brasileiras. O chefe do Executivo federal fez gestos tanto para o candidato do PT quanto para o prefeito na última vez que esteve na capital mineira, no início de fevereiro: ao descer do avião, chamou Correia de "prefeito", mas logo em seguida tirou uma selfie com Noman.

O PSD reivindica o apoio do presidente tanto pela proximidade com Rodrigo Pacheco como pelo fato do prefeito ter apoiado Lula contra Bolsonaro.

Além dos dois, também são candidatos a deputada federal Duda Salabert (PDT), primeira mulher transexual a ser eleita por Minas Gerais para a Câmara dos Deputados, e o ex-vice-governador Paulo Brant (PSB), que tem o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Brant foi vice de Zema no primeiro mandato, mas rompeu com o Novo.

O MDB filiou no mês passado o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo. Embora a nível nacional o partido tenha ministérios no governo Lula, o pré-candidato tem como mote tentar quebrar a polarização entre petistas e bolsonaristas na capital mineira. Azevedo começou a carreira política no PSDB, era aliado de Aécio, mas rompeu com os tucanos ainda durante o governo Anastasia, em 2013. Em seguida, passou pelo extinto PHS e pelo Patriota.

A federação PSOL-Rede também terá candidato próprio. A favorita é a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), que já foi vereadora de Belo Horizonte. Porém, a Rede ainda mantém a pré-candidatura da também deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede), que recentemente recebeu o endosso de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente.

Confira a lista dos pré-candidatos, em ordem alfabética:

*Ana Paula Siqueira (Rede), deputada estadual

*Bella Gonçalves (PSOL), deputada estadual

*Bruno Engler (PL), deputado estadual

*Carlos Viana (Podemos), senador

*Duda Salabert (PDT) deputada federal

*Fuad Noman (PSD), prefeito de Belo Horizonte

*Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara Municipal

*João Leite (PSDB), ex-deputado estadual

*Luísa Barreto (Novo), secretária de Planejamento do governo de Minas Gerais

*Paulo Brant (PSB), ex-vice-governador de Minas Gerais

*Rogério Correia (PT), deputado federal

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Dois juízes federais dos Estados Unidos proferiram decisões na quinta-feira, 13, exigindo que a administração do presidente Donald Trump recontrate milhares de trabalhadores do governo que haviam sido desligados após processos de demissões em massa. A avaliação dos juízes é que as demissões de funcionários que estavam em período probatório desrespeitaram a legislação.

O governo de Trump contesta as decisões. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, descreveu a postura dos juízes como uma tentativa de invadir o poder do presidente de contratar e demitir funcionários. "A administração Trump lutará imediatamente contra essas ordens absurdas e inconstitucionais," disse Leavitt, em um comunicado.

A alegação do juiz distrital William Alsup, de São Francisco (Califórnia), é que as demissões realizadas em seis agências federais foram coordenadas pelo Escritório de Gestão de Pessoal e por um diretor interino do órgão que não tinha autoridade para atuar nesse caso. Já em Baltimore, o juiz distrital James Bredar constatou que o governo não seguiu as condições para demissões em grande escala, como o aviso prévio de 60 dias.

Pelo menos 24 mil funcionários em estágio probatório foram demitidos desde que Trump assumiu o cargo, no dia 20 de janeiro, de acordo com a decisão de Bredar. O governo não confirma o número de dispensas.

A Casa Branca argumenta que os Estados não têm o direito de tentar influenciar a relação do governo federal com os próprios trabalhadores. Os advogados do Departamento de Justiça argumentaram que as dispensas foram por questões de desempenho, e não demissões em larga escala sujeitas a regulamentos específicos.

A Casa Branca não retornou um pedido de comentário sobre o assunto. Fonte: Associated Press.

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou nesta quinta-feira, 13, um cessar-fogo imediato na Ucrânia, defendendo mais discussões para obter um fim permanente para a guerra. Putin disse que qualquer pausa nos combates agora favoreceria os ucranianos, já que a Rússia está obtendo avanços rápidos no campo de batalha.

"A ideia (cessar-fogo) em si é boa, e é claro que a apoiamos, mas há questões que temos de discutir antes", disse Putin, referindo-se pela primeira vez à proposta dos EUA de cessar-fogo de 30 dias. De acordo com Putin, a Rússia busca uma paz duradoura, mas precisa eliminar as "causas fundamentais" do conflito.

Entre as exigências estão o veto à adesão da Ucrânia à Otan e garantias de neutralidade do país, a desmilitarização e o reconhecimento da anexação de quase 20% do território ocupado pela Rússia. Putin exige ainda detalhes sobre o que seria permitido nos 30 dias de trégua e como ela seria verificada.

"Se pararmos de lutar por 30 dias, o que isso significa? Que todos que estão lá sairão sem lutar? Para a Ucrânia continuar sua mobilização? Para que os EUA forneçam mais armas para a Ucrânia? Quem determinará onde e quem violou a trégua? Essas são perguntas legítimas", disse Putin.

Quem também criticou a proposta americana foi Yuri Ushakov, conselheiro diplomático de Putin. "O cessar-fogo temporário proposto na Ucrânia não é nada mais do que um alívio para os militares ucranianos", disse. "A trégua é apressada e não favorece uma solução de longo prazo."

Pressão

Ao evitar uma rejeição total da proposta de cessar-fogo de Trump, Putin tentou ontem se equilibrar entre não criticar abertamente a pressão pelo acordo e, ao mesmo tempo, impor suas próprias exigências e prolongar as negociações.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse que os comentários de Putin foram "previsíveis e muito manipuladores". "Putin, é claro, tem medo de dizer diretamente a Trump que ele quer continuar essa guerra, quer matar ucranianos", afirmou. "Ele estabeleceu tantas precondições que nada vai dar certo."

Donald Trump, falando no Salão Oval após as declarações de Putin, disse que o presidente russo "fez uma declaração promissora", mas incompleta. "Adoraria me encontrar com ele, mas temos de acabar com isso rapidamente", afirmou o americano, que garantiu que as conversas com o Kremlin estão em andamento. "Espero que eles façam a coisa certa."Com suas tropas avançando rapidamente e retomando o território russo em Kursk, que a Ucrânia esperava usar como moeda de troca, o Kremlin tem pouco incentivo para interromper a guerra.

"Putin não está sentindo pressão nenhuma", disse Konstantin Sonin, especialista da Harris School of Public Policy, da Universidade de Chicago. "Trump não tem nenhuma influência sobre ele, porque Putin acha que está ganhando."

Impasse

A guerra na Ucrânia também tomou conta da cúpula de chanceleres do G-7, grupo de países mais ricos do mundo que são aliados dos EUA. A reunião pode mais uma vez fracassar na elaboração de um comunicado conjunto por pressão dos americanos que condene a Rússia pela invasão iniciada em 2022.

Segundo rascunho do texto, o G-7 elogia a proposta de cessar-fogo temporário apresentada pelos EUA e pede que a Rússia concorde com ela "de maneira incondicional". Os diplomatas agora correm contra o tempo para que haja consenso na declaração conjunta, que deve ser divulgada hoje. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao menos 98 pessoas foram presas, nesta quinta-feira, durante uma manifestação contra a prisão de Mahmoud Khalil, um ativista palestino detido por seu envolvimento com manifestações pró-Palestina na Universidade de Columbia. O protesto, organizado pela Jewish Voice for Peace, começou pouco depois do meio-dia, dentro da Trump Tower, em Manhattan.

Cerca de 200 ativistas e apoiadores da organização judaico-americana que apoia a causa palestina se reuniram no interior do edifício, denunciando o que chamam de repressão à liberdade de expressão.

O grupo vestia camisetas vermelhas com dizeres como "Não em nosso nome", escrito em letras brancas, em referência ao movimento Make America Great Again popularizado por Trump. Os manifestantes hastearam faixas e gritaram slogans hostis ao atual presidente americano.

"Lutem contra os nazistas, não contra os estudantes", eles gritavam antes de alguns serem presos, relataram jornalistas da AFP.

Mahmoud Khalil, palestino e aluno de pós-graduação da Escola de Relações Internacionais e Públicas, atuou como porta-voz de um movimento estudantil da Universidade de Columbia contra a guerra de Israel em Gaza. Ele foi preso por agentes do Departamento de Segurança Interna em sua residência universitária na noite do último sábado, 8.

"Liberdade para Mahmoud, liberdade para a Palestina", dizia um cartaz, referindo-se à detenção aguardando a deportação de Mahmoud Khalil, que possui um green card para residência permanente nos Estados Unidos.

"Estou aqui para me inspirar nas centenas de judeus de Nova York que estão se manifestando para exigir a libertação de Mahmoud Khalil, e que nosso judaísmo não seja usado como uma arma para violar os direitos dos americanos e destruir a democracia", explicou James Schamus, que se descreve como um "professor judeu" na Universidade de Columbia. Para ele, a luta de Donald Trump contra o antissemitismo é uma "cortina de fumaça".

A ideia de que "criticar Israel é antissemita, e que alguém pode ser sequestrado em nossas ruas e expulso do país se expressar opiniões políticas sobre este conflito no exterior, deveria causar arrepios de terror na espinha", acrescentou. A polícia de Nova York não confirmou as prisões durante a manifestação.

Há vários dias, o presidente Trump vem atacando universidades e, em nome do combate ao antissemitismo, prometendo medidas orçamentárias retaliatórias contra instituições que não combaterem o antissemitismo. Sua administração já cortou US$ 400 milhões em subsídios e contratos para a Columbia.

Ele também ameaça deportar estrangeiros que participarem dos protestos. Ele prometeu que o processo contra Mahmoud Khalil seria seguido por "muitos outros".

Prisão de jovem com green card

O governo Trump está tentando deportar o imigrante palestino com cidadania americana que ajudou a liderar protestos na Universidade de Columbia contra a ofensiva militar de Israel contra o grupo terrorista Hamas em Gaza.

Mahmoud Khalil, 30 anos, que se formou em dezembro na Columbia com um mestrado em políticas públicas, foi preso por oficiais de imigração em Nova York no sábado e enviado a um centro de detenção na Louisiana. Ele possui um green card e é casado com uma cidadã americana que está grávida de oito meses. Trump disse que o caso de Khalil foi "a primeira prisão de muitas que virão".

"Sabemos que há mais estudantes da Columbia e de outras universidades em todo o país que se envolveram em atividades pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas, e o governo Trump não vai tolerar isso", disse Trump nas redes sociais.

"Se vocês apoiam o terrorismo, incluindo o massacre de homens, mulheres e crianças inocentes, sua presença é contrária aos nossos interesses nacionais e de política externa, e vocês não são bem-vindos aqui. Esperamos que todas as Faculdades e Universidades dos Estados Unidos cumpram essa determinação", acrescentou.

A prisão e a tentativa de expulsão de Khalil pelo Serviço de Imigração e Alfândega provocou críticas ao governo e abriu um debate sobre os direitos de liberdade de expressão e a crescente repressão do governo Trump à imigração e às universidades que o presidente e seus assessores alegam ser muito de esquerda.

O governo não apresentou publicamente a autoridade legal para a prisão. Mas duas pessoas com conhecimento do assunto disseram que o Secretário de Estado, Marco Rubio, se baseou em uma cláusula da Lei de Imigração e Nacionalidade que lhe dá amplo poder para expulsar estrangeiros.

A disposição diz que qualquer "estrangeiro cuja presença ou atividades nos Estados Unidos o Secretário de Estado tenha motivos razoáveis para acreditar que teria consequências adversas potencialmente graves para a política externa dos Estados Unidos é passível de ser deportado".

Rubio também republicou uma declaração do Departamento de Segurança Interna que acusava Khalil de ter "liderado atividades alinhadas ao Hamas". Mas as autoridades não o acusaram de ter qualquer contato com o grupo terrorista, de receber orientações dele ou de fornecer apoio material a ele.

Em vez disso, a justificativa é que os protestos anti-Israel que Khalil ajudou a liderar eram antissemitas e promoviam um ambiente hostil para os estudantes judeus em Columbia.

Enquanto estudava na Columbia, Khalil foi líder dos protestos no campus que eclodiram depois que o Hamas lançou um ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando outras 250. Os militares israelenses realizaram ataques em Gaza que mataram cerca de 50 mil palestinos.

Os protestos pró-palestinos e um acampamento de estudantes em Columbia - bem como a resposta da administração da universidade, que incluiu pedir à polícia para retirar os manifestantes - se tornou um tema polêmico nos EUA. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)