Comissão de Segurança Pública da Câmara quer fazer audiência com Elon Musk

Política
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A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados deve votar, na próxima terça-feira, 22, pedido de audiência com o bilionário sul-africano Elon Musk. Parlamentares do colegiado desejam que ele preste esclarecimentos sobre "supostos abusos de autoridade perpetrados por agentes públicos brasileiros" contra o X (ex-Twitter), uma das empresas dele.

No começo de abril, a X Corp afirmou que foi "forçada" por decisões judiciais a bloquear contras no Brasil. "Não sabemos os motivos pelos quais essas ordens de bloqueio foram emitidas", disse. Musk então prosseguir a fazer repetidas críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

"A práticas narradas pelo empresário, em tese, configuram o crime de abuso de autoridade", justifica autor do requerimento, Sanderson (PL-RS). Ele foi presidente da Comissão de Segurança Pública em 2023.

A comissão, que é dominada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não deverá sofrer muitos obstáculos para aprovar a proposta. Resta saber se Elon Musk participará. Sanderson diz ter procurado contato com funcionários do X. Ele afirmou que houve a sinalização de que, uma vez aprovada a proposição, seria avaliada a possibilidade da audiência.

Atual presidente da Comissão de Segurança Pública, Alberto Fraga (PL-DF) diz que a proposta pode entrar na pauta caso haja requerimento. O documento já foi protocolado no colegiado da Câmara.

A oposição bolsonarista aposta em manter a discussão entre Musk e Moraes quente realizando audiências sobre a divergência entre o X e o STF. No começo de abril, a Comissão de Segurança Pública aprovou uma audiência pública com Musk para debater acusações que surgiram a partir do "Twitter Files Brazil". Musk ainda não confirmou presença.

O "Twitter Files Brazil" é uma série de e-mails divulgados pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger que revelam mensagens trocadas entre funcionários do antigo Twitter entre 2020 e 2022 em que reclamam de decisões da Justiça que determinaram exclusão de conteúdos em investigações envolvendo a disseminação de fake news.

Embora ainda não fale sobre participar de audiências públicas no Brasil, Musk mantém diálogo com congressistas da oposição. O senador Eduardo Girão (Novo-CE), por exemplo, foi ao plenário do Senado agradecer, em inglês o apoio de Musk à "liberdade de expressão" e foi respondido. "Não há de quê, escreveu Musk no X.

Girão é o autor do requerimento que pede audiência com Musk no Senado. Shellenberger já participou de audiência na mesma Casa há uma semana, na Comissão de Comunicação e Direito Digital.

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O Exército dos EUA confirmou nesta sexta-feira, 2, que haverá um desfile militar no aniversário do presidente Donald Trump em junho, como parte das comemorações do 250º aniversário do serviço.

Os planos para o desfile, conforme detalhado pela primeira vez pela The Associated Press na quinta-feira, preveem que cerca de 6.600 soldados marchem de Arlington, Virgínia, até o National Mall, juntamente com 150 veículos e 50 helicópteros. Até recentemente, os planos do festival de aniversário do Exército não incluíam um desfile maciço, que, segundo as autoridades, custará dezenas de milhões de dólares.

Trump há muito tempo deseja um desfile militar, e as discussões com o Pentágono sobre sua realização - em conjunto com o aniversário presidencial - começaram há menos de dois meses.

O desfile ocorre no momento em que o republicano e seu Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), dirigido por Elon Musk, cortaram departamentos, pessoal e programas do governo federal para economizar custos.

Na tarde de hoje, as autoridades do Exército comentaram que prosseguirão com o desfile, mas que ainda não há uma estimativa de custo.

Os habitantes de Cingapura irão às urnas neste sábado, 3, em uma eleição geral que deve manter no poder o Partido de Ação Popular (PAP), que governa a cidade-estado há décadas, e que é observada de perto como um termômetro da confiança pública na liderança do primeiro-ministro, Lawrence Wong, que assumiu o cargo no ano passado. Ele espera obter um mandato mais forte.

"Se o PAP tiver um mandato enfraquecido, é certo que haverá quem tente nos pressionar. Será mais difícil defender os interesses de Cingapura. Mas, com um mandato claro de vocês, minha equipe e eu poderemos representar o país com confiança", disse Wong nesta semana.

Esta é a primeira eleição sob a liderança de Wong desde que ele sucedeu Lee Hsien Loong, que deixou o cargo no ano passado após duas décadas no comando da cidade-Estado.

Conhecido por seu governo limpo e eficaz, o PAP é visto como símbolo de estabilidade e prosperidade. Embora uma vitória esteja praticamente garantida, o apoio ao partido tem diminuído devido ao descontentamento com o controle estatal e o alto custo de vida. A crescente desigualdade de renda, a dificuldade de acesso a moradias, a superlotação causada pela imigração e as restrições à liberdade de expressão também desgastaram a popularidade do partido.

A oposição admite que não pode derrotar o PAP, mas pede aos eleitores uma representação mais forte no Parlamento.

O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.