'Até por justiça, mereço voltar à Câmara', diz José Dirceu sobre planos para 2026

Política
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Ativo novamente na cena política no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado pelo mensalão e na Lava Jato, não descarta uma candidatura a deputado federal em 2026. Em conversa com jornalistas após evento em São Paulo nesta segunda-feira, 22, o petista disse que voltar à Câmara dos Deputados é uma "questão de justiça" e que tomará a decisão sobre ser candidato, juntamente com o partido, no segundo semestre do ano que vem.

"Até por justiça, creio que mereço voltar à Câmara. Fui cassado sem nenhuma prova, para me tirar da vida política e institucional do País", declarou ele. Dirceu argumenta que perdeu o mandato de deputado sob acusação de ser "chefe de quadrilha" no escândalo do mensalão, mas a condenação foi revertida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2016, e que, por esse motivo, teria de ser "anistiado" pelos parlamentares.

Pela Lei da Ficha Limpa, Dirceu está inelegível e não pode tomar posse em cargos públicos. A defesa do ex-deputado, comandada pelo advogado Roberto Podval, porém, entrou em janeiro com uma petição no STF para anular todas as condenações na Lava Jato. O caso está com o ministro Gilmar Mendes.

Enquanto aguarda o desfecho do caso, Dirceu faz um movimento de retorno à vida política. No começo de abril, ele esteve no Congresso novamente após 19 anos para participar de uma cerimônia especial do Senado em memória dos 60 anos do golpe de 1964 e em defesa da democracia. Segundo apurou o Estadão, o movimento de reabilitação tem o aval do chefe do Executivo, mas provoca apreensão em alas petistas.

Ele também promete uma atuação apenas como "militante" na campanha eleitoral de 2024, incluindo a cidade de São Paulo, onde o PT firmou aliança com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Na prática, porém, Dirceu tem auxiliado na montagem de alianças. O ex-presidente do PT foi um dos que conversaram com Marta Suplicy antes de ela aceitar o convite de Lula para retornar ao partido e ser vice da chapa de Boulos na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

"Quero participar da renovação da direção do PT. O meu principal objetivo é ajudar, na retaguarda, o presidente Lula a governar o Brasil. Em 2025, no segundo semestre, eu tomo uma decisão sobre me candidatar a cargo eletivo em 2026."

No evento desta segunda-feira, promovido pela Esfera Brasil, Dirceu também criticou o "fundamentalismo religioso" na política, em uma referência direta ao tom adotado nas manifestações convocadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e organizadas pelo pastor evangélico Silas Malafaia. Segundo ele, essa prática ganha força com um alinhamento com a direita internacional e precisa ser combatida.

"Já conhecemos isso na história, e termina muito mal, geralmente em guerra civil. É gravíssimo usar o nome de Deus para disputa política e de poder, querer transformar o Brasil em um Estado teocrático". Durante o debate, afirmou ainda que Lula não busca a polarização e montou um governo de "centro-direita", uma fala que, segundo ele, costuma gerar "indignação" dentro do PT.

Relembre as condenações

No dia 1º de dezembro de 2005, José Dirceu teve o mandato cassado após ser apontado como o responsável por liderar o esquema de pagamento de propinas a parlamentares, o mensalão. O dinheiro ilegal era pago para que os congressistas apoiassem projetos do primeiro mandato do presidente Lula.

Em 2012, o STF condenou Dirceu a dez anos e dez meses de reclusão por formação de quadrilha e corrupção ativa pelo mensalão. A manifestação do Ministério Público Federal (MPF) que originou a sentença considerou que o ex-deputado era o "chefe da quadrilha" responsável pelo esquema de compra de apoio político.

O nome de Dirceu também esteve envolvido nas investigações sobre desvios de recursos públicos de estatais. Em agosto de 2015, ele foi preso preventivamente pela Operação Lava Jato. No ano seguinte, o ex-juiz Sergio Moro condenou o ex-ministro a 23 anos e três meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O ex-deputado foi solto em novembro de 2019, após decisão da 1ª Vara de Execuções Penais de Curitiba. Outra decisão favorável a Dirceu ocorreu em fevereiro do ano passado, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena de Dirceu no petrolão para quatro anos e sete meses em regime aberto.

Em 2016, Dirceu foi beneficiado por decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que anulou a condenação do petista pelo escândalo do mensalão. Ele tenta agora anular as condenações na Lava Jato para ter o caminho livre a uma eventual candidatura nas eleições de 2026.

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciou mais de US$ 700 milhões em ajuda humanitária para a Ucrânia durante visita em Kiev nesta quarta-feira, 11. O valor busca reforçar a rede de energia do país, que tem sido atacada pela Rússia.

A excursão feita por Blinken foi realizada para ressaltar o comprometimento americano com a Ucrânia na guerra contra a Rússia e contou com a companhia do secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy.

O britânico anunciou que o Reino Unido também está separando 3 bilhões de libras por ano para ajudar a Ucrânia.

No encontro, autoridades ucranianas pressionaram os representantes americano e britânico, pedindo permissão para que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente contra alvos dentro da Rússia. Blinken disse que "levaria essa discussão de volta a Washington para informar o presidente".

A visita diplomática acontece justamente em um momento em que o exército russo avança sobre a região ucraniana de Donetsk. Fonte: Associated Press

Um Airbus Beluga XL, que leva esse nome devido ao seu formato, que lembra uma baleia beluga, fez um pouso de emergência no aeroporto de Amsterdã, na Holanda, na terça-feira, 10. As informações são do site especializado em aviação AirLive.

Segundo a publicação, ninguém se feriu. Informações do Flightradar24, que monitora voos ao redor do mundo, indica que a aeronave decolou de Saint-Nazaire, na França, às 13h30 do horário local, e tinha como destino a cidade alemã de Hamburgo.

As localidades tanto de partida quanto de destino possuem fábricas da Airbus, segundo a AirLive, e o Beluga estaria transportando peças de uma unidade para outra. Entretanto, quando atingiu a altura de 34 mil pés (equivalente a 10 km), a tripulação declarou emergência e o voo foi desviado para o aeroporto Schiphol.

Ainda não está claro o que teria ocorrido com a aeronave - sites especializados em monitorar voos indicam até o momento que o Airbus permanece em solo.

O Beluga XL que fez um pouso de emergência é um dos seis que a Airbus possui. Eles são evoluções do Beluga ST, que, por sua vez, foi adaptado a partir do modelo A330-200F.

Todos foram construídos a partir de 2014 pela empresa em sua fábrica em Toulouse, na França.

A fabricante informa que esses modelos são destinados a transportar componentes e peças de aviões da empresa para as suas fábricas na Europa. Em geral, cada aeronave voa apenas 70 minutos e serve para carregamentos das fábricas da Airbus instaladas na França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.

Ele é usado, entre outras coisas, para levar a fuselagem do modelo A350, um avião que tem capacidade para 366 passageiros.

O desenvolvimento da aeronave demandou 1.000 pessoas, entre engenheiros e fornecedores.

Cada um dos Beluga XL possui capacidade de carga útil de 51 toneladas, 4 toneladas a mais do que o seu antecessor, o Beluga ST, além de alcance de 4 mil quilômetros.

O gigante da Airbus tem o comprimento de duas baleias azuis e a altura de um prédio de escritórios de três andares. Seu porão é grande o suficiente para comportar sete elefantes.

Ataques aéreos israelenses em Gaza durante a madrugada de terça-feira (10) e nesta quarta-feira (11) atingiram duas casas e uma escola da Organização das Nações Unidas (ONU) que abrigava famílias palestinas deslocadas. Pelos menos 34 pessoas foram mortas, incluindo 19 mulheres e crianças, disseram autoridades de saúde.

O exército israelense disse que estava mirando militantes do Hamas que planejavam ataques de dentro da escola al-Jaouni. A alegação não pôde ser confirmada de forma independente. A escola al-Jaouni é uma das muitas em Gaza administradas pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, em inglês), e foi atingida por vários ataques ao longo da guerra.

A campanha de 11 meses de Israel em Gaza matou pelo menos 41.084 palestinos e feriu outros 95.029, disse o Ministério da Saúde do território na quarta-feira. A contagem do ministério não diferencia entre civis e militantes.

Na Cisjordânia ocupada por Israel, um ataque israelense matou cinco pessoas na cidade de Tubas, disse o Ministério da Saúde Palestino. Os militares disseram que estavam mirando um grupo de militantes. O ministério não especificou se os mortos eram militantes ou civis.

Já um ataque na terça-feira à noite em uma casa no campo de refugiados urbano de Jabaliya, no norte de Gaza, matou nove pessoas, incluindo seis mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza e a defesa civil. A defesa civil disse que a casa pertencia a Akram al-Najjar, um professor da Universidade Aberta al-Quds, que sobreviveu ao ataque. Fonte: Associated Press.