Oposição reage a pedido de voto de Lula para Boulos em SP; veja as manifestações

Política
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Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu voto ao pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) nesta quarta-feira, 1° de Maio, opositores do governo têm usado as redes sociais para acusar o petista de cometer crime eleitoral e anunciar solicitações na Justiça sobre o ocorrido.

No evento organizado pelas centrais sindicais em São Paulo em comemoração ao Dia do Trabalhador, Lula pediu votos abertamente para Boulos. "E eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo", disse o presidente.

O senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, classificou o pedido de voto do presidente para Boulos como "absurdo" cometido "contra a democracia e o povo de São Paulo". O ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL) também disse que Boulos "já é conhecido por outros crimes, como invasões", em referência ao histórico de liderança do pré-candidato do PSOL no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) que "por muito menos" foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por "uma simples reunião com embaixadores" o ex-presidente Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030. Nikolas foi condenado em março de 2023 a pagar R$ 30 mil por disseminação de fake news, pela divulgação de um vídeo com informações falsas sobre Lula na campanha de 2022.

Bolsonaro foi condenado por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, na ocasião em que reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, para afirmar, sem provas, que o sistema eleitoral brasileiro era passível de fraudes.

Nikolas agradeceu ao presidente, afirmando que o petista "ferrou" a candidatura de Boulos. "Acabou de ferrar a candidatura do Boulos. Obrigado, Lula", escreveu.

Assim como o colega, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) postou em seu perfil na rede social que também pedirá apuração do Ministério Público Eleitoral de São Paulo sobre possível crime de propaganda irregular antecipada. A parlamentar disse ainda que possíveis condutas de abuso de poder político e abuso dos meios de comunicação também devem ser apuradas.

Filho "02? do ex-presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) afirmou que o presidente "não está em condições psicológicas normais de um ser humano", afirmando que ele "destila asneiras" todos os dias. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) postou o vídeo com o pedido explícito de voto feito por Lula, com a legenda "crime eleitoral do bem", e um emoji de coração.

Em outra postagem, novamente de um recorte do vídeo, o senador escreveu: "vai que alguém esteja procurando o vídeo". A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) apagou de seu canal oficial no YouTube a transmissão do evento, mas ela segue disponível no canal de Lula na plataforma. O fato foi ressaltado pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), que também é pré-candidato à Prefeitura, afirmando que "tiveram que correr para apagar a transmissão", já que o evento foi transmitido pela estatal de comunicação.

O pedido explícito de votos a um pré-candidato é proibido pela Lei das Eleições. O artigo 36-A diz que não configura propaganda eleitoral antecipada "a menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidato", mas reforça que isso só é permitido "desde que não envolvam pedido explícito de voto". Em geral, o TSE pune com multa o descumprimento da regra.

Concorrentes de Boulos no pleito de outubro também reagiram ao pedido de voto feito pelo presidente da República. O MDB, partido do atual prefeito Ricardo Nunes, protocolou ação na Justiça Eleitoral nesta quinta-feira, 2, em que pede aplicação de multa a Lula e Boulos. A pedido do Novo, da pré-candidata Marina Helena, a 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou no começo da tarde desta quinta que o presidente retire de seu canal no YouTube o discurso feito no ato de 1º de Maio.

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O Ministério das Relações Exteriores, em nota divulgada nesta segunda-feira (3), lamentou a suspensão da entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza por Israel. "O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor", diz o texto do Itamaraty.

Israel interrompeu a entrada de todos os bens e suprimentos na Faixa de Gaza no domingo (2) e advertiu sobre "consequências adicionais" caso o Hamas não aceite uma nova proposta para estender o cessar-fogo.

O Itamaraty diz que o Brasil pede a "imediata reversão da medida", recordando que "Israel tem obrigação - conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 - de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos". A nota afirma ainda que a obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.

O governo brasileiro defende que as partes promovam o estrito cumprimento dos termos do acordo de cessar-fogo e o engajamento nas negociações "a fim de garantir cessação permanente das hostilidades, retirada das forças israelenses de Gaza, libertação de todos os reféns e estabelecimento de mecanismos robustos para ingresso de assistência humanitária desimpedida, previsível e na necessária escala."

A discussão entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na última sexta-feira (28) na Casa Branca levou as relações entre os dois países a um conflito. Ele também causou sério dano a uma aliança no coração da ordem estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial: a Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Trump adotou uma posição que muitos aliados europeus viam como se ele estivesse do lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao ignorar as preocupações de segurança de um país amigo que precisa de ajuda do Ocidente. Ele disse que o presidente ucraniano estava perdendo a guerra e "não tinha cartas".

A Otan é baseada na ideia de que os EUA podem usar seu poderio militar, incluindo o arsenal de armas nucleares, para defender qualquer aliado que for atacado. Esta premissa fundamental agora está sendo questionada.

"Eu estou preocupado que estamos nos últimos dias da Otan", disse o almirante aposentado James Stavridis, ex-comandante aliado supremo da Otan. Ele destacou que a aliança "pode não entrar prestes a entrar em colapso, mas eu posso certamente ouvir o ranger mais alto do que em outros tempos em minha longa carreira militar."

No último domingo, 2, Trump publicou uma mensagem na sua plataforma Truth Social: "Devemos dedicar menos tempo nos preocupando com Putin e mais tempo nos preocupando sobre as gangues de imigrantes que cometem estupros, traficantes, assassinos e pessoas que vieram de instituições (de saúde) mental entrando em nosso país - Para que não acabemos como a Europa." A Casa Branca não fez comentários sobre a política do governo dos EUA sobre a Otan.

A força do apoio de Trump à Otan, que foi criticada no passado, continua incerta. Na Casa Branca na última sexta-feira, ele disse "estamos comprometidos com a Otan" e elogiou um país membro, a Polônia, que faz muitos gastos com defesa.

No sábado, dia 1º, Elon Musk, um assessor de Trump que lidera o departamento de eficiência do governo, endossou uma mensagem na plataforma X que defendia a retirada dos EUA da Otan e das Nações Unidas.

Líderes europeus, que confiam na Otan para a segurança de seus países, têm evitado falar publicamente sobre as ameaças à aliança, mas alguns começam a comentar planos alternativos. "Queremos preservar a parceria transatlântica e a nossa força conjunta", comentou no sábado a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock. "Mas ontem vimos uma vez mais que os europeus não devem ser ingênuos", disse, referindo-se aos eventos ocorridos na Casa Branca na sexta-feira: "Temos que assumir a responsabilidade pelos nossos próprios interesses, nossos próprios valores e nossa própria segurança, pelo bem do nosso povo na Europa."

Duas pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas após um homem avançar com o carro contra uma multidão na cidade de Mannheim, em Baden-Württemberg, sudoeste da Alemanha. A polícia ainda investiga a motivação, mas disse acreditar que o suspeito agiu sozinho. O caso ocorre após uma sequência de ataques que agitaram a campanha eleitoral no mês passado.

O motorista foi identificado como um cidadão alemão de 40 anos, disseram as autoridades. Ferido, ele foi detido após receber atendimento médico e será investigado por assassinato e tentativa de homicídio.

A polícia não forneceu o nome do suspeito, apenas que ele é do Estado vizinho da Renânia-Palatinado. Segundo a revista alemã Der Spiegel, ele possui antecedentes criminais e histórico de doenças mentais.

Segundo o ministro do Interior de Baden-Württemberg, Thomas Strobl, não havia indícios de um histórico extremista ou religioso do suspeito. Os dois mortos foram identificados apenas como uma mulher de 83 anos e um homem de 54.

As autoridades locais disseram que o motorista intencionalmente jogou seu carro nas pessoas na Paradeplatz, uma rua exclusiva para pedestres, por volta do meio-dia, quando os trabalhadores saem para o almoço.

Um dia antes, um desfile com 70 carros alegóricos e 2,5 mil participantes passou pela mesma região em uma celebração anual de carnaval. A polícia disse que cerca de 250 mil pessoas compareceram. As comemorações deveriam seguir hoje, mas o carnaval foi cancelado.

ATAQUES

Um sequência de ataques por imigrantes ou residentes estrangeiros acendeu os debates em torno de segurança interna e políticas de migração durante as eleições nacionais, nas quais o partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) teve o seu melhor desempenho na história.

Duas semanas atrás, um afegão de 24 anos que buscava asilo invadiu intencionalmente uma manifestação sindical em Munique, matando uma criança de 2 anos e sua mãe, além de ferir dezenas.

Em dezembro, um médico saudita que vivia na Alemanha há mais de uma década foi acusado de dirigir seu carro contra um mercado de Natal na cidade de Magdeburg, matando seis pessoas e ferindo centenas.

Friedrich Merz, provável próximo chanceler, escreveu no X que "o incidente - assim como os atos terríveis dos últimos meses - é um lembrete urgente de que devemos fazer tudo o que pudermos para evitar tais atos".

(Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.