Mapa com vídeos reconstitui ação de extremistas que vandalizaram Brasília

Política
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Uma série de vídeos publicados nas redes sociais por populares e até pelos próprios autores do vandalismo em Brasília, na segunda-feira,12, atesta em 21 pontos a atuação direta de manifestantes que se opõem à posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos atos de violência na capital federal.

O Estadão analisou dezenas de vídeos gravados num raio de aproximadamente 7 quilômetros da parte central de Brasília e distribuídos em aplicativos de mensagens. Eles mostram a dinâmica dos atos, desde o momento da abordagem e da prisão do indígena José Acácio Serere Xavante pela Polícia Federal, em pleno trânsito, até os ataques que resultaram em ao menos oito veículos queimados e em diversos pontos de bloqueio na cidade.

Apesar da violência, ninguém havia sido preso até a manhã desta quinta-feira, 15. A Secretaria de Segurança do Distrito Federal diz que tenta identificar os responsáveis pelo vandalismo. Segundo a própria pasta, parte deles está no acampamento instalado em frente ao Quartel General do Exército, onde se concentram apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que pregam um golpe militar para impedir a posse de Lula.

As cenas registram momentos dramáticos da noite de quebra-quebra quando manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal após a prisão do indígena. Nas imagens uma mulher do grupo grita pedindo reforço para ocupar o prédio da PF. A ação foi impedida por policiais que precisaram sacar armas.

Outro vídeo reproduz a ação de um grupo de manifestantes que retirou o motorista de um ônibus sob ameaça. É possível ouvir uma mulher dando ordens a ele e a outro homem que estava dentro do transporte. Um deles foi reprimido depois de se queixar de que a mochila ficou para trás. "Vai sentar na árvore que estou tentando te salvar. Fica quieto, é o que eu posso fazer por você agora", grita a manifestante.

Delegacia depredada

A ação contra o condutor do coletivo ocorreu a menos de 500 metros da 5ª Delegacia da Polícia Civil, que também foi depredada. Em frente à instalação policial, um ônibus e um carro foram incendiados. Em outra quadra ao lado, um carro foi incendiado em um posto de gasolina e botijões de gás foram espalhados pela rua.

Os vídeos indicam que as ações mais violentas não ficaram restritas às cercanias da sede da Polícia Federal, para onde o indígena foi levado após ser preso. Ônibus foram destruídos ao norte e ao sul do prédio. O ataque mais próximo ao hotel em que Lula está hospedado ocorreu a uma distância de cerca de 600 metros. O perímetro teve segurança reforçada por tropas especializadas da PM e da PF.

Tudo começou no fim da tarde. Ainda era dia quando agentes federais interceptaram a caminhonete branca que tinha Serere Xavante como um dos passageiros, no Eixo Monumental, bem próximo à Torre de TV de Brasília. A abordagem ocorreu a cerca de quatro quilômetros do acampamento instalado em frente ao Quartel General do Exército, para onde ele regressava após passar pelo Palácio da Alvorada.

Bolsonaro fez uma aparição em frente à residência oficial para interagir com apoiadores. Na ocasião, ganhou um cocar e posou para fotos com o filho do cacique preso. O mandado de prisão contra Serere Xavante havia sido expedido há dois dias pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na abordagem, os ocupantes da caminhonete foram obrigados a deitar na pista. O momento exato da interceptação foi registrado em um vídeo de menos de 10 segundos gravado por um motorista que fazia o mesmo trajeto. Mais tarde, a abordagem seria detalhada pelo filho de Serere a outros apoiadores de Bolsonaro no acampamento. "Colocaram ele assim no chão (deitado com as mãos sobre a cabeça), ele e o motorista", contou a criança.

Dali, a PF guiou a caminhonete até a sede, num percurso de cerca de um quilômetro. Parte do grupo que estava no Alvorada e voltava ao acampamento se dirigiu à sede da polícia e tentou invadir o prédio pelos fundos para retirar o indígena. Um vídeo mostra um policial descaracterizado com arma em punho na porta da garagem do edifício ordenando que os manifestantes permanecessem afastados. Foi o primeiro princípio de confusão. "Já mandei a localização, pegaram ele. A gente precisa de reforço!", diz uma manifestante que filma o início da tensão com os policiais.

A partir daí, em outras sequências de vídeos, é possível ver um grande grupo de pessoas com as cores verde e amarela e com bandeiras do Brasil revoltadas com o cumprimento do mandado de prisão chegando à área do estacionamento externo dos fundos do prédio da PF. Em favor do indígena e contra a prisão, cantaram versos como "ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil" e, aos poucos, começaram a danificar patrimônios públicos e privados do entorno.

Equipes da PM do Distrito Federal foram acionadas e se instalaram no estacionamento. O edifício fica em um setor comercial da região central de Brasília e é ladeado por shoppings e hotéis. Vídeos das redes sociais mostram pessoas abrigadas dentro dos centros comerciais e outras impedidas de acessar o setor hoteleiro.

Já era noite quando um grupo maior de manifestantes se aglomerava em volta da sede da PF sem aceitar a ordem judicial. Policiais militares usaram armas de efeito moral para dispersá-los. A partir daí, a violência começa a escalar.

A essa altura, a informação da prisão já havia chegado ao acampamento e outros manifestantes começaram a se mobilizar. Os primeiros vídeos manifestando inconformidade já estavam publicados. Há registros de pessoas partindo do acampamento em direção ao centro da crise, até o fim da noite, para "soltar o cacique" - algumas tinham os rostos cobertos com camisas.

Em um vídeo, uma coronel da reserva do Exército sugere que os ataques teriam partido de infiltrados favoráveis ao novo governo, mas é desmentida pelos próprios apoiadores de Bolsonaro com quem ela conversa durante uma transmissão. "Eles são nossos, são legítimos, não são infiltrados. Junto com os índios, queremos a liberação do cacique Serere", diz uma mulher.

As gravações disseminadas nas redes mostram pessoas que estavam nas imediações da PF jogando pedra contra a PM e espelhando blocos de concreto pelas ruas de acesso. Pontos de iluminação pública foram quebrados. Com a dispersão, o grupo passou a depredar veículos. Alguns estavam no estacionamento externo de um dos principais shoppings do centro de Brasília e foram queimados.

Em seguida, transportes coletivos passaram a ser alvo. Os extremistas queimaram cinco ônibus, que estavam até um quilômetro de distância um do outro, em lados opostos ao epicentro da confusão. Outro vídeo registra o momento em que extremistas tentaram lançar um ônibus de cima de um viaduto. O veículo não despencou porque ficou agarrado pelo assoalho.

Nas ruas do entorno da PF, um ônibus avançou sobre um estacionamento já com um princípio de incêndio dentro dele. Imagens mostram policiais ordenando que o veículo fosse parado enquanto o fogo começava a arder na parte traseira.

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Os líderes europeus respaldaram os planos da Comissão Europeia para aumentar os gastos em defesa. A reunião de emergência nesta quinta-feira, 6, em Bruxelas foi convocada depois que Donald Trump deu uma guinada na política dos Estados Unidos para Europa e a Ucrânia. Apesar da sinalização de apoio a Kiev, contudo, a cúpula falhou em chegar a um consenso sobre a guerra.

Os 27 líderes da União Europeia aprovaram a medida apresentada por Ursula von der Leyen, que prevê flexibilizar as rígidas normas fiscais do bloco para que os países possam gastar mais com defesa. Eles também pediram que a Comissão Europeia explorasse novas formas "para facilitar gastos significativos com defesa em nível nacional em todos os Estados-membros", disse o comunicado.

A estimativa é que a medida libere 800 bilhões de euros para rearmar os países europeus. O plano foi anunciado depois que os Estados Unidos suspenderam o apoio militar à Ucrânia. E o encontro em Bruxelas foi vista como uma tentativa de mostrar união frente ao afastamento entre Washington em Kiev.

Ao chegar na cúpula, o presidente ucraniano Volodmir Zelenski agradeceu pelo apoio que recebeu dos europeus. "Estamos muito agradecidos porque não estamos sozinhos", disse.

A Europa e a Ucrânia estão diante de "um momento decisivo", disse Ursula von der Leyen, ao receber Zelenski. "Temos que colocar a Ucrânia em posição de se defender sozinha", reforçou.

Apesar dos sinais de apoio à Ucrânia, os líderes da União Europeia falharam em chegar a um consenso sobre a defesa da Ucrânia, disse uma autoridade com conhecimento sobre a votação a portas fechadas em Bruxelas. Um país se recusou a assinar a declaração, disse a autoridade que falou sob condição de anonimato para discutir a cúpula em andamento, sem especificar de onde veio a divergência.

Segundo informações do The Guardian, foi a Hungria de Viktor Orbán, que não endossou a declaração da União Europeia, que pressionava contra as negociações propostas por Donald Trump e considerados benéficas para a Rússia. "Não pode haver negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", dizia o rascunho da declaração.

Zelenski descreveu as conversas com líderes da União Europeia como produtivas. Ele reafirmou o compromisso da Ucrânia com a paz e propôs medidas que poderiam levar ao fim da guerra. Isso inclui um cessar-fogo nos céus, com a interrupção dos ataques aéreos com mísseis, drones e bombas, e no mar, com a paralisação das operações militares no Mar Negro.

"Consideramos essas medidas iniciais como um prólogo para um acordo mais amplo e abrangente. A guerra deve terminar o mais rápido possível, e a Ucrânia está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, com nossos parceiros nos Estados Unidos e na Europa pela paz", escreveu Zelenski nas redes sociais ao anunciar que vai à Arábia Saudita na segunda-feira, como parte das negociações envolvendo a Ucrânia e os EUA.

Ucrânia anuncia negociações com EUA

Sem dar mais detalhes, Zelenski anunciou ainda que representantes ucranianos e americanos retomaram a cooperação e disse esperar por uma reunião "significativa" na semana que vem.

"A Ucrânia é a mais interessada na paz", escreveu Zelenski. "Como dissemos ao Presidente Trump, a Ucrânia está trabalhando e trabalhará exclusivamente de forma construtiva para uma paz rápida e confiável."

A Ucrânia reclamava não ter sido chamada para as negociações dos Estados Unidos com a Rússia e reivindicava que o país vítima da agressão deveria estar presente em qualquer conversa sobre a paz. A relação ficou ainda mais delicada depois que Zelenski e Donald Trump protagonizaram um bate boca público durante encontro em Washington. Mais recentemente, Trump amenizou a briga em discurso para o Congresso dos EUA. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Curtis Miller, de 29 anos, morador da cidade de Barry, Vale do Glamorgan, no País de Gales, sobreviveu a um ataque de um tubarão de 136 kg durante uma expedição de pesca com amigos em Mossel Bay, uma cidade portuária no Oceano Índico, localizada no Cabo Ocidental da África do Sul, no dia 28 de fevereiro. Ele precisou de 91 pontos após o incidente, mas sobreviveu. As informações são da BBC.

Miller e seus amigos estavam na perseguição de tubarões quando um tubarão-de-dentes-roxos, fisgado por um dos amigos, o atacou. Ao tentar mover o tubarão para cima das rochas segurando sua cauda, o animal virou-se e mordeu seu braço, ferindo três artérias de Miller.

Apesar da gravidade dos ferimentos, que surpreenderam a equipe médica, Miller passou apenas uma noite no hospital antes de retornar ao País de Gales. Ele disse à BBC que a parte mais difícil da experiência foi informar sua mãe sobre o ataque.

Miller, um entusiasta da pesca de grandes peixes, afirmou que o incidente não o desencorajou. Ele planeja retornar à África do Sul no próximo ano para continuar sua aventura na pesca de tubarões.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que deve se encontrar com "parceiros americanos" na Arábia Saudita na próxima segunda-feira, 10, depois de reuniões bilaterais com o príncipe herdeiro saudita, em meio a negociações para encerrar a guerra com a Rússia. Segundo comunicado do líder ucraniano, "como dissemos ao presidente Trump, a Ucrânia está trabalhando exclusivamente por uma paz rápida e confiável".

Zelensky também classificou como "produtivo" o dia marcado por encontros com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, com o presidente da França, Emmanuel Macron, com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e com outras autoridades da Europa. O presidente ucraniano afirmou que está "preparando propostas adequadas", junto aos parceiros europeus, para parar a guerra e "garantir a segurança" para os ucranianos.

"A guerra deve acabar o mais rápido possível, e a Ucrânia está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, com parceiros na América e na Europa pela paz", finaliza Zelensky.